Vou na página 58 e tenho pelo menos mais trinta e tal páginas de mensagens para ler, uma por uma. Estava no tópico da Silly Season quando soube que se tinha sentido mal. Pensei que fosse só um susto mas fomos-nos apercebendo que era mais grave. Quando se confirmou a morte ficou o choque. Perdi a vontade de tudo.
Vou ser sincero, sou daqueles adeptos que privilegia muito os aspetos estéticos, por exemplo, em vez das mecânicas do jogo. Por isso venho aqui ler acerca do Porto, dos nossos jogos e jogadores, e tento aprender com todos os que por aqui vão contribuindo.
Cresci na era João Pinto e o Jorge Costa nunca foi dos meus jogadores favoritos. Não jogava bonito. Não galgava kilometros com a bola controlada a fintar adversários. Era prático e refilão. Não fazia cerimónias a defender. Marcou uns poucos golos de cabeça na raça mas não era um Geraldão com "pontapé canhão", nem sequer entre os nossos defesas do seu tempo era dos mais vistosos. Mas estava lá sempre e percebe-se porquê.
O Jorge Costa é um ícone portista, um do top 5 dos maiores símbolos vivos do FC Porto. E digo vivos porque o era ontem de manhã, anteontem e por aí fora. O que ele ganhou enquanto jogador de futebol é surreal para alguém que fazia da raça e da auto-superação as suas maiores qualidades.
Só tinha mais dois anos do que eu. Não sei que família deixa mas a família portista, na qual me incluio, fica de facto muitíssimo mais pobre. Como já alguns disseram nos seus comentários, parece que perdemos um irmão.
Agradeço-lhe do fundo da alma o que fez pelo "meu" Porto, sem nunca se ter servido do clube. Sempre disponível sem nunca se vergar a outros interesses que não fossem os do clube que amava.
Tal como a maioria dos portistas apenas gostaria de lhe dizer o seguinte:
Capitão, foste, és e hás de ser sempre a nossa muralha, a nossa força, um pilar central do Porto mais forte. Onde quer que estiveres, sabemos que estás connosco e nós estamos contigo.
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