Philipp disse:
A Espanha não é uma das maiores economias do mundo. Aqui à uns anos não foi intervencionada pelo FMI porque a Merkel, à ultima da hora, decidiu dar-lhes a mão.
Tanto a SONAE como a corticeira Amorim como qualquer outra empresa portuguesa não tem capacidade para competir com outras empresas estrangeiras. Nenhuma empresa que pague tão mal aos seus empregados e os trate abaixe de cão tem capacidade para crescer.
A corticeira Amorim não tem concorrência. Assim é fácil ter sucesso. O difícil é gerir uma empresa sabendo que tem de ter uma competitividade absurda para se manter no topo.
A Sonae Sierra II tem alguns shoppings espalhados pela Europa, inclusivé Alemanha. Mesmo que as pessoas não saibam que é uma empresa gerida por portugueses, o que é que isso importa? Continuam a crescer no exterior. Quanto aos salários, nenhum caixa é bem pago, qualquer que seja o país em que estejas. Mas na maioria dos casos, na Alemanha, é trabalho para estrangeiros sem formação, estudantes, ou reformados que querem complementar a sua reforma. Claro que podes dizer que ganham muito mais que os caixas portugueses (e na sua maioria, em termos de apresentação e profissionalismo, até são piores), mas vai ver as rendas (habitação, sim) nas cidades onde estão...
A impressão que tenho, até, é que ser caixa num Aldi na Alemanha é mais trabalho escravo do que ser caixa no Continente. Agora, há diferenças que favorecem o caixa do Aldi, mas nada relacionado com a política de empresa - é mais uma questão de contexto. Em Portugal seria o fim do mundo se os Continentes não abrissem ao Domingo. Em Portugal seria o fim do mundo se os funcionários do Continente te "expulsassem" rudemente a 10/15 minutos do fecho - muito pelo contrário, em Portugal queremos poder entrar no Continente para comprar um pacote de arroz, 1 minuto antes do fecho.
O grupo Auchan, por exemplo, não é português, e não faz diferente do Continente. Por alguma razão, algumas empresas estrangeiras preferem abrir em Portugal fábricas ou escritórios... lucro. Claro que se aparecer uma localização mais favorável, eles mudam - é só ver a industria de calçado a mudar-se toda para a Roménia, desde que aderiu à UE.
As grande empresas de electrónica (e marcas desportivas também) também conseguiram ser mais competitivas explorando trabalhadores na China (sem olhar a futuras consequências)... empresas americanas, europeias, japonesas e sul-coreanas... é assim que funciona em todo o lado.