Pode (ou não) explicar.
O Sporting do Ruben Amorim parecia uma máquina alteamente oleada certo? Forte em todos os momentos de jogo certo? Inclusivamente competitivo com equipas da liga inglesa (City, Arsenal, etc)?
Ao veres o United que sensação ficas? Não te parece que por vezes é 1 caos tactico? Que defendem super mal (ainda ontem sofreram 4 golos do Burnsley)
É o mesmo treinador, mesmo modelo só que no 1º caso teve tempo e pode escolher os jogadores com perfil para o seu modelo. No outro entrou a meio e só conseguiu comprar um gajo.
Só que ha coisas que até ele tem explicado - O Casemiro é um optimo jogador mas não consegue fazer pressão a todo terreno. Para jogar o Casemiro tem que mudar a pressão (pressionar mais com laterais) e isso coloca toda uma serie de novos desafios e inconsistencias do modelo. Depois, por a equipa não conseguir pressionar e alto e ser dominadora como era o sporting, tem que jogar com laterais e não extremos.. ao jogar com laterais perde magia ofensiva. Depois tem defesas que não são bons a jogar com espaço na defesa, tem que baixar a linha dificultando ainda mais a pressão. O Hojlund não consegue atacar a profundidade como o Gyokeres, os adversários conseguem pressionar mais alto com menos risco, etc ,etc.
No jogo do Porto há varios momentos assim - O samu falha uma tabela de 1metro com o Mora, contra ataque apanha a equipa descompensada. O PP perde uma bola estúpida, equipa é apanhada em contrapé. o Zé pedro não consegue fazer 1 passe médio/longo, só conseguimos mudar o flanco pelo Marcano. O Fábio não tem capacidade defensiva e "esquece-se" de 1 jogador, sofremos golo como o primeiro com o Moreirense. O Eustaquio vai pressionar a queima mas não tem capacidade de choque/recuperação, é facil batido no 1vs1 e la estamos novamente a correr para tras.
Risco há sempre - se arranjares um treinador que seja certo o AVB certamente o contrataria.
Começo a estar um pouco farto das comparações com o Amorim, é sempre a mesma moeda de 5 cêntimos para girar a manivela.
Dizer que é “o mesmo treinador e o mesmo modelo” não chega para validar uma comparação direta. O Ruben Amorim num clube português não tem nada a ver com o Ruben Amorim num colosso europeu sem rumo claro desde a saída do Ferguson como o Manchester United, num campeonato ultra competitivo.
Tal como o Anselmi do Cruz Azul não é mesmo no FC Porto.
Dizer que no FC Porto o problema são os erros individuais também é uma meia-verdade.
Claro que há erros. E vão sempre existir.
O problema é quando esses erros são sistemáticos, repetem-se nos mesmos setores, da mesma forma, em jogos diferentes e com jogadores diferentes.
Ou seja:
O PP perde bolas, sim — mas porquê que ele está sempre isolado em zonas de risco? Falha alguma coisa nesse momento? Existe possiblidade de ter mais apoios que o ajudem tendo em conta que é um jogador que sempre teve dificuldades em decidir?
O Eustáquio pressiona à queima e é batido — mas onde estão as coberturas? Não existe outro jogador que consiga desempenhar melhor o papel? Ou não poderá o modelo alterar o que pede na posição de líbero?
Os centrais não fazem um passe vertical — mas porquê que eles são obrigados a serem os primeiros construtores com 3 adversários por perto?
Erro individual acontece. Mas no FC Porto de Anselmi, o erro individual acontece várias vezes no mesmo lugar, da mesma forma — e sem correção.
E quando isso acontece, a culpa já não é só do jogador. É do treinador que mantém o sistema exposto.
Um modelo pode funcionar em Portugal e não resultar noutros contextos.
Mas estás a usá-la ao contrário.
É que ele não está a conseguir funcionar... aqui.
No entanto o modelo é um ponto de partida, pode ser alterado para se adaptar ao que enfrenta, pelo menos no United vemos essa adaptação como mencionas, aqui, não a conseguimos ver dentro de campo.
O que vemos
Não resulta em organização ofensiva
Não resulta em construção limpa contra blocos baixos
Não resulta em pressão coordenada
Não resulta em transição defensiva
O risco do treinador certo
Sim, risco há sempre.
Mas também há sinais.
E o que se exige ao fim de três meses é que um treinador já tenha mostrado algo.
O Anselmi não herdou um plantel ideal. Mas teve semanas limpas para treinar e ainda assim… a equipa piorou.
Com o tempo, não se tornou mais sólida. Tornou-se mais vulnerável, mais repetitiva, mais presa ao erro.
Portanto, sim: o risco de mudar existe.
Mas o risco de continuar sem ver evolução, sem ver comportamento coletivo… é maior.
Porque no FC Porto, o modelo pode não ser perfeito — mas tem de competir. Tem de responder. E tem de mostrar mais do que frases de fé.
E manter o treinador apenas por “não haver certezas” é o mesmo que guiar às cegas numa estrada que já te deu sinal de curva perigosa.
Aqui não se trata de encontrar o próximo Guardiola.