Nuno Espírito Santo, o epítome da cunha.
Jogador mais do que medíocre, chegou a treinador sem ninguém saber como. Se calhar como chegam 20 ou 30 por ano. A maioria começa por baixo e alguns, ao fim de alguns anos e se forem bons, chegam à primeira linha.
Outros, como o Costinha, o Abel Xavier, o Nuno Espírito Santo, têm o dom, a boa fortuna de começar por cima. Na 1.ª liga ou melhor.
Vestem fatos à medida que custam bem mais que o ordenado médio dos membros deste forum, falam como os oradores motivacionais (agora parece que são life coachs), despejam uma meia dúzia de clichés e até passam, aos mais incautos, como gajos cultos e que sabem o dizem.
Quanto ao nosso. Amigo profundo do Jorge Mendes (seja lá o que isso quer dizer), começou no Rio Ave. Duas épocas banalíssimas abriram-lhes as portas do Valencia e da liga Espanhola. Talento instantâneo ou cunha?
Com um plantel riqíssimo conseguiu na 1.ª época o lugar que todos lhe exigiam como mínimo: o 4.º
No segundo, foi despachado na 1.ª metade da época.
Chega ao Porto como um treinador à Porto. Amigo de toda a gente (eu desconfio sempre de tipos assim), boas relações com os media lisboetas, calminho, apaziguador.
Isso seria tudo secundário. Importante é o valor como treinador. E esse não existe. Ou melhor, existe e é muito pouco.
Em Novembro de 2016, a nação portista está ainda dividida entre culpar o treinador, a SAD (e o seu Presidente) e a arbitragem.
O plantel é mau. 2 dos activos mais valiosos nem são nossos e têm preços de compras ruinosos. As compras foram péssimas e não conseguimos um único negócio proveitoso em termos de vendas (em termos de finanças do clube claro).
A SAD apresenta prejuízos record e vai para 3 anos com resultados negativos.
A equipa de futebol não ganha um título a sério há 3 anos (com reais perspectivas de continuar assim pelo menos mais um ano).
A Estrutura da SAD desagregou-se. O Antero Henrique foi-se embora e cedeu na luta de poder com o filho do presidente.
O treinador oscila entre o péssimo e o hilariante. Fala sempre no mesmo tom inexpressivo como se nada se passasse. Parece sentir muito o clube. O homem é profissional e o padrinho Jorge Mendes não o pode deixar dar mostras de grande portismo. Amanhã é outro dia e o futuro ainda pode passar por latitudes mais a sul.
Quanto ao futebol da equipa: Em novembro, o treinador e os jogadores ainda não se entenderam. O Nuno quer um 4-4-2 afunilado. Quer o Jota e André Silva bem abertos na frente e espera que os 2 provoquem os desequilíbrios necessários no ataque. Acabamos com os 2 na ala a perderem-se em fintinhas inconsequentes. E quando centram ou passam para a área quem lá está? Pois, ninguém.
Depois da reviravolta em Brugges e do jogo com o Benfica (com a inclusão de Corona) parecia que o treinador tinha percebido que tem de jogar com alas. Com o chaves voltou atrás.
Agora os árbitros. É um facto que temos sido prejudicados em quase todos os jogos mas querer fazer disso o busílis da questão é redutor, falacioso e faz o jogo da SAD.
Não ver que a equipa não joga nada, que há jogadores fracos, que o plantel é curto e desequilibrado, que o treinador é fraco, sem carisma e sem conhecimentos ou experiência futebolísticos é fazer o jogo da SAD e da sua guarda pretoriana corrupta (as claques incendiárias).
Há várias teorias para o que se passa na cabeça do Presidente. Que ele já não tem faculdades, que anda a proteger (um eufemismo) o filho, que anda mais preocupado com a vida amorosa, etc.
Pouco importa. Importa são os factos, o que vemos, o que sentimos quando nos sentamos no Dragão ou na bancada visitante quando vamos ver a equipa fora. Isto se tiverem sorte de arranjarem bilhetes para poder ficar longe de uma quadrilha de bandidos que se apregoa pró-porto.
Quanto aos factos, já enumerei os principais.
Cada um, em última análise vê sempre o que quer, como quer. A realidade é percepcionada sempre de forma diferente.
Quem quiser falar exclusivamente dos árbitros e não olhar para dentro pode fazê-lo, está no seu direito. Mas, a sério, vocês acreditam mesmo no que dizem. Acreditam que se não fossem os árbitros íamos na liderança do campeonato, e da champions, e ainda na taça?!
E nos últimos 3 anos? E no campeonato que ganhámos no último minuto? Também foram os árbitros.
Não olhar para dentro e culpar os outros é quase sempre sinal de falhanço, de limitações, de despeito.
Será que os erros dos árbitros, que repito têm acontecido, não dão um jeitaço à SAD para prosseguir a sua fantástica política?