MiguelDeco disse:
Tinha prometido a mim mesmo tentar não responder-te diretamente pois tu és daqueles casos em que se está constantemente a bater contra uma parede mas como me citaste lá tem que ser.
1 - O jornalismo tenta, uma vezes melhor outras pior, mostrar a realidade. O achincalhamento que tu vês não passa da mera descrição da realidade (sim existe um mundo fora dos sites alt right que tu só lês) de uma pessoa racista, xenófoba, misógino entre outras qualidades. E só custa aceitar essa realidade porque no fundo vocês pensam da mesma forma e como tal levam para o insulto. Assim como os nazis odeiam os historiadores porque achincalham as grandes conquistas de Hitler, ou relembram que mesmo tendo sido imensamente importante o estaline foi também um criminoso de guerra.
2 - Falas do freebeacon e a descrição que fazes é igual à de todos os sites de alt right que vai aqui colocando. Temos o isentíssimo
http://conservativebrief.com e a sua pérola digna da coreia do norte.
Wow! See What Happened When Trump Boarded Air Force One
People Amazed! (Video). E andaste aqui a colocar notícias do
http://www.whiteoutpress.com cujo lema é Independent News at its Best - If it's blacked-out, covered-up or censored, you can find it here!, colocaste aqui notícias do
https://www.spartareport.com que claramente é um site noticioso. Mas mesmo assim não és capaz de defender o que quer que seja, limitas a colocar a descrição da página. Mas isto não é caso único da tua actuação por aqui, vais dando gozo ás pessoas, fazes a tua propaganda e consegues a incrível proeza de colocar notícias a desmentir aquilo que tu próprio escreves o que é de facto genial e sem ter que explicar nada. Consegues outra proeza que é não comentar nada daquilo que é aqui colocado, com citações diretas (
aquela parte do trump e das mentiras na campanha ainda esperam a tua resposta, deixa-me relembrar o que escreveste "Mentiu durante toda a campanha????? Diz la as mentiras que ele disse e vamos lá desmonta-las todas SystemBoy..." sendo que posteriormente a isto fugiste como é normal em ti) ou ausência de palavras em declarações porque primeiro não sabes o que dizer, segundo a "resposta" não saiu ainda em nenhum site de al right e como tal não podes fazer o teu número habitual de colar propaganda e dizer "não é preciso dizer mais nada".
3 - Quando confrontado com a minha afirmação que quem acusa é que tem que provar (portanto sites de alt right avancem) tu escreves isto "Num pais como Portugal, a regra do ónus da prova recai sobre quem acusa e tem de ser defendida com provas irrefutaveis sobe pena da reconhecimento inverso a direito de constituição legal de dolo ou de condenação." novamente um belo exemplo da tua técnica exemplar de responder e não dizer absolutamente nada.
4 - As minhas citações. Também não entendi o contexto das mesmas porque afinal eu estava certo em afirmar que seria um símio que iria governar os Usa enquanto alguns, e aqui tenho que dizer que tu não porque tu és um dos crentes, diziam que era tudo conversa para inglês ver e o que o sistema posteriormente iria acalmar o homem (algo que também disseste). Como se pode ver pelas minhas citações, bastou chegar ao poder e nem sequer foi preciso mais do que uma semana para saber com o que podemos contar daqui para a frente. Convém ainda referir que uma coisa é assinar um decreto a dizer que irá fazer outra coisa é fazer. E as minhas dúvidas permancem as mesmas, conseguirá ele fazer um muro em toda a fronteira como foi prometido? Veremos. E a questão do muro ainda será engraçada de analisar, parece-me, já tivemos o exemplo da taxa que ia pagar o muro só que afinal não. E acho piada à frase, para o bem e para o mal está a cumprir. Lá está, voltamos sempre ao mesmo exemplo, o hitler prometeu dar cabo dos judeus, para o bem e para o mal lá acabou por quase conseguir cumprir. E esta forma de pensar, a tua e a da de muitas pessoas, de que podem as medidas ser horríveis mas pelo menos cumpre o que disse e isso ser alvo de admiração é de facto doentio.
5 - Por fim, e para mostrar o tipo de pessoa que tu és, também tenho aqui algumas citações tuas.
"
O meu ordenado é baixo por causa do Trump, se for despedido não tenho direito a nada por causa do Tramp, mas o cigano que tirou o filho da escola no 5º ano ja recebe... "
"Não tenho ídolos nem ideologias."
"Não sou Trump nem Anti-Trump"
"É o Presidente fora do sistema e que promete combater esse mesmo sistema instalado. É acusado de populismo... mas agora populismo é dizer as verdades???"
e a minha preferida.
"O Sistema instalado tanto na America como aqui neste paizito (politicos e Comunicação Social) diabolizaram o Trump e tentaram lavar a cabeça das pessoas durante este ano e meio, só porque ele vai retirar poderes aos bancos e ás bolsas."
E de facto a verdade dói, por mais que se tente criar uma realidade alternativa e se tente viver isolado nesse mundo.
Permite-me discordar sobre a ideia do jornalismo tentar mostrar a realidade...
O jornalismo e em especial a CS pró-establishment, é um poder, enquanto plataforma de ligação dos vários campos sociais, padece, pois, de uma autonomia frágil. Não é de hoje, já nasceu assim, só que a fragilidade de hoje é mais nítida, porque se deixou tomar por outros interesses, porque a concentração empresarial lhe subtraiu respiração e diversidade. Porque foi invadida por proveitos pessoais e políticos que a subjugaram, porque a sociedade da velocidade retira distanciamento, contexto, reflexão e rigor. Porque a memória escasseia também.
O campo da CS pró-establishment é, assim, cada vez mais um espaço de cruzamento de poderes económicos,políticos e corporativos, mais ou menos visíveis, mais ou menos assumidos.
A realidade mediática substitui-se muitas vezes às instituições representativas, acentua a personalização e espectaculariza o acontecimento.
A CS pró-establishment não reproduz uma realidade pré-existente, determinam-se reciprocamente. Não é o espelho de uma realidade exterior, antes se envolve com a sociedade numa relação de co-produção.
Assim se faz a agenda pública, apresentam os "problemas" e se agita o debate.
Muitas das notícias mais promovidas pela CS pró-establishment revelaram-se ou completamente falsas,
como o noticiado em Dezembro de que estaria acontecendo um 'Holocausto' em Aleppo Leste, ou sem fio de prova,
como foi o escandaloso caso da CNN, que publicou artigo intitulado "Chefes da inteligência apresentam a Trump
denúncias dos esforços dos russos para comprometê-lo".
Seymour Hersh é o jornalista vencedor do Prémio Pulitzer criticou as organizações jornalísticas por reproduzirem
de forma preguiçosa as suposições de oficiais da inteligência norte-americana como se fossem fatos estabelecidos.
Miguel Esteves Cardoso, no jornal Público, escreveu: Donald Trump foi sujeito à maior e mais violenta campanha de
ataques pessoais que alguma vez vi na minha vida por parte da CS.
Mais do que atacar Trump durante a campanha eleitoral, apostaram em sufocar o debate democrático sobre temas
de interesse da sociedade norte-americana. A começar pela situação de cerca de 5 milhões de trabalhadores que perderam os seus empregos devido ao encerramento de 60 mil fábricas, nos últimos 15 anos.
Também tentaram esconder as propostas de Trump para a saúde dos idosos, para os sem abrigo e para os mais
de 70 milhões de pequenos empresários.
Mal terminou a campanha, as CS pró-establishment juntaram-se ás hostes de George Soros e das suas primaveras
fakes em ataques ao candidato recém-eleito. O machismo de Trump é um crime, mas assassinar centenas de milhares
de crianças, jovens e mulheres deve ser coisa natural. Não se trata apenas de incompreensão do processo, mas compromisso histórico com a defesa do que tem de pior na face da Terra.
Mas para não falar apenas da tendência da CS pró-establishment apenas contra trump vou dar mais dois exemplos.
Muito ouvimos falar de racismo em 2016, mas houve pouca ou praticamente nenhuma atenção jornalística que
"trouxesse à tona" o racismo presente em toda a política exterior ocidental. É considerado fato que dispensa
discussões, que políticos e jornalistas do establishment na Grã-Bretanha, nos EUA e na França teriam indiscutível
direito de dizer quem "pode" e quem "não pode" governar país do sul global, lute ou não contra o racismo.
Imagino a tua reacção, se políticos sírios ou iraquianos se pusessem a "exigir" mudança de regime nos Estados Unidos da América...
Por que "nós" teríamos qualquer direito de intervir nos países "deles", mas "eles" não têm direito de intervir
no "nosso"? Aí está uma pergunta que ninguém jamais ouviu perguntada no programa BBC Newsnight ou em qualquer
programa de notícias em todo o ocidente, em 2016. A mais mortal forma de racismo não aparece sequer referida
de cobertura satisfatória, nem se cogita, na CS pró-establishment do ocidente.
As acusações absolutamente sem qualquer fundamento, de que a Rússia estaria por trás dos hacks ajudou muitíssimo
no processo de desviar a atenção para bem longe das mais graves revelações dos chamados Podesta e-mails (para quem não sabe Podesta foi Ex-Chefe de Gabinete da Casa Branca).
E aquele era, muito provavelmente, o tema mais decisivamente digno de ser noticiado.
No dia 14/8/2014, Hillary Clinton escreveu, "Temos de usar nossos quadros diplomáticos e de inteligência mais
tradicionais para pressionar os governos de Qatar e Arábia Saudita, que estão dando ajuda financeira e
logística clandestina ao Daech e a outros grupos sunitas radicais na região".
Em Dezembro, o presidente Erdogan da Turquia disse ter provas de que o ocidente estava apoiando o Daech.
Mas, como o e-mail de Clinton a John Podesta, também esse evento não recebeu a cobertura jornalística que obviamente merecia. Por que será?!
Em relação ás metiras sobre Trump na campanha fui explicando ao longo dos vários posts aqui essas mesmas mentiras.
Acredita nelas quem quer, pois não tenho a pretensão de ser o dono da verdade. Mas uma coisa te garanto, não faço propaganda porque nada ganho com isso. E quando tiver de criticar Trump assim o farei. Há uma grande diferença em ser Anti-Trump e ser critico de Trump e tu enquadras-te no Anti-Trump, ao qual eu respeito e até acho piada apesar de não concordar.
Em conclusão, demonstras ser uma pessoa inteligente e que tenta se manter culta e isso é bom, mas não podes ter
um discurso constante de defesa, para tudo o que não tens resposta seja conotado de "alt right", porque como mostrei acima, também te poderia conotar como pró-establishment, pois limitas-te a fazer propaganda Anti-Trump sem conseguires defender nunca o porquê de tudo isto estar a acontecer.
Também não abona a teu favor conotar toda a gente como xenófoba e racista todos aqueles que não partilham das tuas ideias, quando usas termos de "animal" e "símio" para adjectivar o actual Presidente dos EUA.