“A equipa faz-nos acreditar que será uma grande época”
Rolando recordou o percurso vitorioso de 2011 e deixou conselhos ao plantel de Vítor Bruno antes do duelo com a Lazio (20h00, Sport TV5)
Em declarações que podem ser lidas no Travel Guide disponibilizado aos parceiros que viajaram no avião do FC Porto e em vésperas do encontro com a Lazio (20h00, Sport TV5), Rolando salientou que a equipa “tem dados sinais muito positivos e que há motivos para os adeptos acreditarem que esta “vai ser uma grande época”.
O central, que atuou em Itália em 2013 e 2014, começou por elogiar “um país fenomenal” e avisar sobre a atmosfera que se vive no palco do embate da 4.ª jornada da Liga Europa, um “estádio difícil com um ambiente adverso e inolvidável para quem gosta de grandes jogos”: “Os
tifosi são muito fervorosos e foi uma experiência muito boa jogar naquele estádio mítico e espetacular. O facto de o Olímpico ter tanto significado e os adeptos serem tão vibrantes ainda tornou tudo mais complicado. Não sei se é por acaso, mas quando joguei contra eles em casa venci e fora não consegui. Isso significa algo”.
O vencedor da competição em 2011 não escondeu o “turbilhão de emoções” causado por “momentos que vão ficar para sempre gravados na memória” de “uma equipa muito jovem” em que o ar que se respirava “era incrível”. “Havia um acreditar permanente por parte de todos de que podíamos, primeiro, ganhar o jogo seguinte e depois chegar à final e vencer”, lembra o antigo defesa para quem “a final de Dublin é o momento mais especial” da carreira, não só por ter sido “uma final europeia”, mas por representar “o culminar de um trabalho não só de um ano, mas de muita luta, de muito sofrimento e por isso é que o futebol é lindo”.
Resta agora “sonhar que o clube consiga o próximo”. Desejoso de poder celebrar novamente, ainda que do lado de fora, o treinador adjunto dos sub-17 deixou conselhos aos atletas de Vítor Bruno, que acima de tudo devem ser “felizes” e desfrutar “juntos”: “Saibam que há momentos para estarem concentrados, darem tudo e estarem preparados para o que vem aí e outros para relaxarem, relativizarem as coisas e aproveitarem. Quando a bola começa a rolar, começam os momentos de pressão e stress e têm de estar completamente focados, sabendo que há coisas que não vão correr como esperavam. Aí é o momento de fazer o jogo à Porto, de estarem todos juntos e darem aquele
plus que é necessário para fazerem um grande resultado”.
A experiência em Itália
“As memórias que tenho, não só do futebol italiano, mas também do país, são as melhores. Apesar de ter sido relativamente pouco tempo, adorei porque tinha o objetivo de carreira de jogar lá. Acho que é o país ideal para os defesas evoluírem, tanto a nível individual como coletivo. Foi o que consegui e, além disso, encontrei um país fenomenal e vivi uma experiência enriquecedora a todos os níveis.”
O ambiente especial vivido no Olímpico
“Lembro-me de dois jogos que disputei lá e não foram positivos. Apesar de no primeiro jogo, pelo Nápoles, ter conseguido o empate no último instante, no ano seguinte perdi por 1-0 pelo Inter. O estádio, o ambiente… os
tifosi são muito fervorosos e foi uma experiência muito boa jogar naquele estádio mítico e espetacular. O facto de o Olímpico ter tanto significado e os adeptos serem tão vibrantes ainda tornou tudo mais complicado. Não sei se é por acaso, mas quando joguei contra eles em casa venci e fora não consegui. Isso significa algo. É um estádio difícil com um ambiente adverso e inolvidável para quem gosta de grandes jogos.”
O arranque de temporada
“Começámos com a conquista da Supertaça, um dos objetivos da temporada. Este clube quer sempre ganhar títulos e, no campeonato, apesar de termos uma derrota, estamos dentro do trilho, na luta, e é importante continuarmos assim até à altura decisiva. A Liga Europa não tem corrido muito bem apesar da reviravolta conseguida contra o Manchester United. No finalzinho, sofremos um golo que estragou a matemática, mas conseguimos um bom jogo e isso vai dar confiança para os próximos. Ganhando volta-se ao trilho normal. O FC Porto tem dado sinais muito positivos e faz-nos acreditar que esta vai ser uma grande época.”
A caminhada europeia de 2011
“Esse percurso é difícil de descrever em poucas palavras porque foi um turbilhão de emoções e de momentos que vão ficar para sempre gravados na nossa memória. Éramos uma equipa muito jovem, o que fez com que não tivéssemos muita noção do que estávamos a conseguir. A caminhada não dá para dividir ou escolher só um episódio. Foram muitos os momentos de alegria, sempre com uma comunhão espetacular do grupo. Havia um acreditar permanente por parte de todos de que podíamos, primeiro, ganhar o jogo seguinte e depois chegar à final e vencer. É algo que ficou marcado na minha memória.”
O clique em Sevilha
Tudo começou nas pré-eliminatórias e houve momentos complicados, mesmo a nível pessoal dos meus colegas. Começámos a ganhar, mas a chave foi o jogo fora com o Sevilha, o adversário que nos causou mais problemas. Era um adversário acostumado a vencer este troféu, sabiam como ganhar e tinham uma equipa recheada de estrelas, então o momento mais determinante foi quando os eliminámos. A partir daí, tivemos a plena noção de que éramos um fortíssimo candidato ao título e de que ninguém nos iria parar.
Os bastidores de um ano inesquecível
“Foi um ano de grandes memórias que ocasionalmente me vêm à cabeça. A média de idades dos jogadores era baixíssima, o treinador era muito jovem, por vezes até se confundia connosco [risos]. O convívio e a união, apesar de termos várias nacionalidades… resolvemos os problemas que tínhamos no início da época e estivemos mais unidos do que nunca. Lembro-me dos momentos no autocarro, a caminho dos jogos, a ouvir cúmbia que os sul-americanos punham e a beber mate. Havia uma mescla de culturas e todos encaixavam bem, o ar que respirávamos era incrível.”
O jogo de uma vida
“A final de Dublin é o momento mais especial da minha carreira porque é uma final europeia, um troféu, o culminar de uma caminhada fantástica depois de um início de época turbulento com muita gente a desconfiar das nossas capacidades. Conseguimos provar que tínhamos aptidões para fazer uma grande época. Fizemos uma temporada fantástica e essa final deu-nos um título internacional. Agora é sonhar que o clube consiga o próximo porque são momentos que ficam gravados na memória. É o momento mais alto que vivi a nível de clubes porque é o culminar de um trabalho não só de um ano, mas de muita luta, de muito sofrimento e por isso é que o futebol é lindo.”
Os conselhos a reter
“Para dar conselhos, vejo que estou a ficar mais velho [risos]. Desfrutem dos momentos porque a vida é feita disso mesmo e o futebol passa rápido. Parece que foi ontem que estava nesse lugar e a viver os momentos. Essas experiências muitas vezes passavam ao lado devido à concentração para os jogos e não desfrutava tanto. Desfrutem e saibam que há momentos para estarem concentrados, darem tudo e estarem preparados para o que vem aí e outros para relaxarem, relativizarem as coisas e aproveitarem. Quando a bola começa a rolar, começam os momentos de pressão e stress e têm de estar completamente focados, sabendo que há coisas que não vão correr como esperavam. Aí é o momento de fazer o jogo à Porto, de estarem todos juntos e darem aquele
plus que é necessário para fazerem um grande resultado. O essencial no futebol é que sejam felizes e desfrutem dos momentos porque isso é que vai ficar no futuro.”
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