Corria o ano de 1998 e tinha acabado de findar mais uma época desportiva.
O meu FC Porto tinha acabado de se consagrar tetra campeão e, por esses dias, fui a uma consulta de rotina a um cardiologista no centro da cidade de Vila Nova de Gaia.
Era eu mais um dos tantos petizes nascidos nos meados dos anos 80 que, por essa altura, entrava nessa fase interessante da vida que se dá pelo nome de puberdade. Fase essa onde se dão enormes mudanças no nosso corpo, nomeadamente, o aparecimento da salsa na periquita.
O médico que me examinou começou por perguntar que desporto praticava e qual era o meu clube. Ao qual respondi peremptoriamente: Futebol Clube do Porto.
- Sendo assim, - disse o médico enquanto me colava as ventosas para proceder ao electrocardiograma - quem é o teu jogador favorito?
- Sérgio Conceição! - respondi vigorosamente.
- Ai é o Sérgio? Acabei de ouvir na rádio que ele já estava a caminho da Lázio... - retorquiu o médico.
No momento em que ouvi essa frase o meu coração parou por breves instantes. Momento esse que ficou registado no exame.
O meu jogador favorito estava de saída do clube do meu coração.
Se a minha posição predilecta, enquanto praticante de futebol, é extremo direito tudo se deve a este homem: Sérgio Conceição.
Confesso que na minha lista inicial para ocupar o lugar de técnico do NGC, dentro dos treinadores viáveis, não tinha o Sérgio no topo da lista.
Contudo, acho que mais nenhum treinador me daria maior alegria de ver na cadeira de sonho que o meu ídolo de infância.
Não sei se será capaz de devolver o FC Porto aos títulos; eu acredito que sim (se com o NES estivemos com o primeiro lugar ao nosso alcance várias vezes - principalmente no jogo com o Setúbal - agora que temos um homem com colhões nos comandos tudo me diz que será possível).
No entanto, a alegria de voltar a ver um dos meus ídolos a envergar, de novo, as cores do meu clube é algo que já ninguém me tira.
Bem vindo, Sérgio!!!