Caro Jim, não me parece que tenha sido verdade que o Sérgio Conceição tenha querido sair em Janeiro, no ano do Tetra:
\"Sérgio Conceição foi uma peça vital na conquista do Tetra. Realizou um final de época 1997/98 notável, catapultando, graças à sua energia e à alegria do seu futebol, o FC Porto para o título. FOI SOBRETUDO POR TER RECUSADO UMA PROPOSTA MILIONÁRIA do D. da Corunha que Sérgio Conceição mais se fez notar, tornando-se, a par de Jardel e de Drulovic, um dos mais influentes jogadores de uma equipa que atravessou um período difícil, antes de arrancar definitivamente para a conquista do quarto campeonato consecutivo.
Numa temporada em que o FC Porto esteve sujeito a forte pressão, Sérgio Conceição viveu, igualmente, momentos de alguma tensão, envolvendo-se até nas opções técnicas. Em Leiria, num jogo respeitante à Taça de Portugal, Sérgio Conceição questionou as escolhas de António Oliveira, que o deixou de fora nesse jogo. A continuar assim terei de falar com o presidente, disse na altura. Dias depois, Sérgio Conceição retratou-se, desculpou-se junto do grupo de trabalho e o caso morreu aí.
No final da época, o Corunha apertou o cerco, mas Sérgio Conceição disse não, manifestando-se contra os empresários que circulam no futebol. Quero o Tetra, justificou. A partir desse momento, embalou para jogos inesquecíveis, marcando belíssimos golos e protagonizando assistências mortíferas que Jardel foi aproveitando. Depois o convite da Lázio, os milhões, o Cálcio e a fama. Sérgio Conceição teve, em 1997/98, a sua época de ouro que confirmou no criterioso campeonato italiano e também ao serviço da Selecção Nacional. Poderoso, com um pique fantástico, excelente leitura de jogo e muito carácter na forma como se desdobra no apoio defensivo foram itens fundamentais que encantaram Eriksson. Sempre com o FC Porto no coração, Sérgio Conceição é (foi), sem favor, um dos mais distintos futebolistas que o futebol português gerou\".
in «OJOGO» - Edição especial FC PORTO PENTACAMPEÃO