É evidente que Portugal foi superior à Espanha nos primeiros 60 minutos, mas foi muito pela qualidade individual dos portugueses e não pela ideia inicial de Fernando Santos.
A preocupação do Fernando Santos no jogo e ele disse isso no final, foi fechar os espaços atrás, essa é sempre a prioridade de Portugal seja em que jogo for. Depois a parte ofensiva está dependente da qualidade do adversário e daquilo que os jogadores portugueses possam fazer. Portugal não é uma seleção que entre para os jogos para ser protagonista e vencer.
A Espanha que jogou com várias ausências de peso e com jogadores banais teve sempre a iniciativa, só que nunca teve capacidade para criar algo na frente. A partir do momento em que mexem na equipa, começam a mandar no jogo e a criar mais perigo e Portugal a recuar cada vez mais. A partir do momento em que Fernando Santos faz as primeiras substituições e parte completamente a equipa, aí o jogo cai todo para o lado da Espanha.
Nós não jogamos contra a Espanha que se vai apresentar no primeiro jogo do Mundial, jogamos contra uma Espanha B, quase, e perdemos o jogo.
O pessoal que acredita que temos hipóteses de ganhar o Mundial é apenas demasiado crente.
Quem acha que vamos passar o grupo com facilidade está enganado, bem enganado. Nós em 2018 já tivemos bastantes dificuldades contra Marrocos e contra o Irão. Nos dois últimos europeus ficamos em 3º no grupo. Vamos certamente ter dificuldades nos 3 jogos da fase de grupos, principalmente contra o Uruguai, seleção que nos eliminou em 2018. Mesmo a Coreia que é uma seleção matreira, sólida defensivamente e com jogadores muito rápidos na frente pode dar-nos boas dores de cabeça.
Se passarmos, ou levamos logo de caras com um Brasil que está fortíssimo ou com uma Suiça ou Sérvia que nos ganharam nos últimos confrontos.
A conversa de que temos que ter gratidão e não podemos criticar o seleccionador vai-nos custar mais uma competição, a terceira, numa das melhores gerações de todos os tempos.