O Tó Neves é claramente uma lenda do clube a todos os níveis!
Esteve no Benfica - na altura foi tentado por um contrato milionário e a secção no nosso clube estava em risco de extinção - mas na época seguinte voltou ao FC Porto e depois disso conquistou inúmeros títulos e foi nosso capitão, representando o nosso clube como poucos e como tal, essa "traição" rapidamente foi esquecida...
Só fiquei com pena ele não ter acabado a carreira connosco como jogador. Quando saiu em 2004, recebeu convite para ser nosso treinador, no entanto ele optou por continuar a jogar e aí apareceu a Oliveirense.
Provavelmente numa fase inicial, podia-se pensar que ia jogar mais um ou dois anos e no final jogou sete épocas...
Um avançado de área, sempre ali pronto para o desvio à boca da baliza, foi um dos GRANDES desta modalidade!
Como treinador, a sua passagem pelo FC Porto foi tremida digamos assim, mas atenção que existiram momentos muito bons. Primeiro de tudo, a herança que herdou era bastante pesada, pegando numa equipa Deca.
Contrariamente ao que se passou por exemplo em 2009/2010 (sem qualidade para lutar pelo título), a época seguinte marcou uma viragem no hóquei encarnado e no ano que a nossa equipa foi Deca o campeonato já foi bastante suado, com ambas as equipas a terminarem com os mesmos pontos e não fosse aqueles dois grandes triunfos sobre o Benfica, o nosso rival tinha voltado aos títulos de campeão...
Como tal, 2011/2012, marcou o primeiro ano do Tó Neves no comando técnico e com um Benfica ainda mais forte em relação à temporada anterior, estava em perspectiva um campeonato bastante competitivo e assim foi, com o mesmo a ser decidido na última jornada. Depois de uma grande primeira volta - antes do jogo no Pico na primeira volta estávamos com cinco pontos de vantagem - poucas foram as ocasiões que se perderam pontos, mas aquele desaire em Espinho acabou por ser quase determinante, sem esquecer o "mítico" jogo ocorrido no Pavilhão da Luz, porque no restantes encontros somou-se sempre três pontos...
Primeira época onde só se venceu a Supertaça, sendo que a Liga Europeia foi a maior desilusão da temporada.
No segundo ano, tivemos um FC Porto quase perfeito, onde obteve o resgate e fez um campeonato ao nível de 11/12, com a diferença que o Benfica cedeu mais pontos, sendo que conseguimos vencer a Taça de Portugal e para ser mesmo um ano imaculado, só foi pena aquela final perdida no Dragão Caixa (aquele golo de ouro do Diogo Rafael ainda dá pesadelos...), mas devemos considerar como uma temporada bastante positiva e numa época onde o FC Porto fez diversas alterações no seu plantel.
Depois de um primeiro ano que deixou o benefício da dúvida ao Tó Neves, deu grande resposta na época seguinte e para 2013/2014 acho piada aqueles que diziam que tinha sido um erro a sua continuidade, quando vinha de uma temporada onde ganhou quase tudo e esteve próximo de ser campeão europeu.
Na sua terceira época, foi digamos a temporada do quase, ou seja, podia ter vencido tudo e no final foram outros a festejar. No campeonato, o terceiro lugar é enganador, porque na entrada da última jornada no jogo escaldante em Valongo, bastava um ponto e o FC Porto tinha alcançado o bicampeonato. Mas aí perdeu-se bastantes pontos, como por exemplo o empate em casa contra o Valongo ou a derrota com o Cambra, que no final, veio depois ter um peso tremendo nas contas finais.
Quanto à Taça de Portugal, mais uma final e perdida com justiça frente ao Benfica, num jogo atípico a todos os níveis...
Nas competições europeias, excelente participação, só perdendo na final perante o poderoso Barcelona.
Na sua última época como nosso treinador, no campeonato fez a sua pior prestação, enquanto o Benfica fez um campeonato brutal, só cedendo no total dois campeonatos ao longo de 26 jornadas. Taça de Portugal para esquecer (diga-se que contra a Oliveirense seria um encontro onde qualquer um podia vencer), enquanto na Liga Europeia, o FC Porto foi eliminado nas meias-finais, onde anteriormente tinha eliminado o Benfica.
Resumindo...faltaram claramente mais uns títulos na sua passagem como técnico principal do FC Porto e dos três campeonatos que perdeu, dois deles podiam perfeitamente ter sido conquistados por nós, mas os pequenos pormenores acabaram por fazer toda a diferença...
Será sempre um dos nossos!