Yokohama, meu amor
Efeméride. \"Aquele olhar\" de Pedro Emanuel. Faz hoje cinco anos, o F. C. Porto sagrou-se bicampeão mundial.
Yokohama, 12 de Dezembro de 2004. O F. C. Porto sagra-se pela segunda vez campeão mundial de clubes. Cinco anos depois, a efeméride recorda o suspense dos penáltis e \"aquele olhar\" de Pedro Emanuel.
Naquela tensão toda, à partida para o 18.º penálti, aquele olhar foi um ansiolítico para o Dragão. E os portistas começaram logo a festejar, porque quem fitava o destino daquela forma não podia falhar e só podia ser feliz, como foi. Pedro Emanuel abstraiu-se do mundo, fitou os olhos na baliza e chutou para a derrota do Once Caldas e para a vitória do F. C. Porto na Taça Intercontinental de 2004.
Parece que foi captado ontem, aquele grande plano das pupilas do \"capitão\" do F. C. Porto, momentos antes da confirmação do triunfo em Yokohama. Mas faz hoje rigorosamente cinco anos que o clube do Dragão se sagrou, pela segunda vez, campeão mundial de clubes, um feito de que nenhum outro clube português se pode gabar e que apenas outros dez emblemas do continente puderam festejar.
Foi a 12 de Dezembro de 2004, no último ano em que o troféu foi discutido directamente, num só jogo, entre os campeões da Europa e da América do Sul, antes do advento do Mundial de Clubes.
\"Por isso mesmo, por a Taça Intercontinental ter sido disputada nesse formato pela última vez, a nossa vitória teve ainda mais simbolismo. E ganhar como ganhámos foi ainda mais emblemático\", recorda \"A Voz [de comando]\", como lhe chamava Mourinho.
O agora treinador dos sub-17 do F. C. Porto guarda aquele momento nos arquivos DVD, mas tem ainda presentes na memória todas as incidências da partida com a equipa colombiana. \"Foi um jogo difícil, muito disputado. Nós fomos sempre melhores, mas tivemos muito azar. Enviámos bolas à trave, anularam-nos um golo, o Vítor Baía sentiu-se mal e teve de ser substituído\", relembra Pedro Emanuel.
Na acumulação de infortúnios de jogo, a taça teve de ser disputada aos penáltis. E foi então, já depois de Maniche ter falhado e de os colombianos ter desperdiçado dois tiros, que surgiu a crença de Pedro Emanuel. \"Sabíamos que o guarda-redes do Once Caldas era especialista a defender penáltis. Mas, quando chegou a minha vez, estava convicto de que ia marcar, até porque tinha de repor a verdade que o jogo não proporcionou. Depois, foi uma imensa festa, que jamais esquecerei\", recorda o ex-defesa central.
Mas Yokohama não foi mais do que a conclusão perfeita de dois anos de ouro, carregados de troféus internacionais: foi a Taça UEFA, foi a a Liga dos Campeões, foi a Taça Intercontinental. \"Foram épocas inesquecíveis, com uma equipa excepcional\", recorda Emanuel.
«JN»