João Costa foi o primeiro reforço anunciado do FC Porto depois do Mundial de Clubes, marcando o início da renovação de um plantel sedento de referências e de portismo. Aos 29 anos, e recém-estabilizado na I Liga ao serviço do Estrela da Amadora, o guarda-redes dispunha de várias propostas, incluindo ofertas financeiramente apelativas da Arábia Saudita, mas regressou ao clube do coração para cumprir um papel que ainda não se traduziu em utilização regular na equipa principal. Mesmo assim, João Costa tem-se destacado para lá do impacto mais óbvio na II Liga, onde tem sido um verdadeiro amuleto para os B: nos cinco jogos em que alinhou, a equipa venceu e, em quatro deles, não sofreu golos.
João Brandão, treinador da equipa B, conhece o jogador há mais de dez anos e recordou ao plantel o discurso inspirador do guarda-redes na apresentação, quando este sublinhou que era necessário “sentido de responsabilidade para representar o FC Porto” e garantiu que traria “cultura de trabalho, liderança e energia”, sem esquecer a luta para ultrapassar duas lesões graves até atingir o nível actual. Antes da estreia frente ao Marítimo, o técnico pediu a Costa que falasse aos colegas, numa intervenção que reforçou os princípios de comportamento no clube. Em campo, os benefícios são notórios: da qualidade técnica à experiência do número 24, que se traduz numa gestão do jogo mais madura.
O profissionalismo, a dedicação, o portismo e a competitividade do guarda-redes são reconhecidos e amplamente respeitados por todos no clube – desde os mais jovens aos funcionários e colegas da equipa principal -, desenvolvendo-se, nesse contexto, uma relação sólida com os colegas de setor, Cláudio Ramos e Diogo Costa, com quem já partilhou formação. O 99 é o titular e Cláudio Ramos tem sido opção nas competições taça, mas o rendimento de João Costa nos treinos tem sido elevado, como recentemente destacou Francesco Farioli, que também o considera um dos líderes do grupo. Aliás, todos os jogos de João Costa pela equipa B contaram com a presença da equipa técnica principal. Em suma, era exatamente isso que André Villas-Boas e Jorge Costa pretendiam.
De Utrecht ao Minho via Chaves
Farioli nunca prescindiu de João Costa nas convocatórias, o que levou o guarda-redes a actuar por gosto. Em novembro esteve envolvido em três partidas no espaço de 72 horas: marcou presença em Utrecht, na Liga Europa, a 6 de novembro (quinta-feira), defendeu a baliza do FC Porto B em Chaves no sábado e foi convocado para o jogo com o Famalicão na I Liga no domingo. Mais recentemente participou no encontro no Estádio do Mar, contribuindo para a vitória por 4-2, e seguiu de imediato para o estágio da equipa principal, antes da deslocação a Tondela.
