Benfiquistão

Luís Filipe Vieira questionado hoje na comissão parlamentar de inquérito

Hoje, a partir das 15 h, o Presidente do Benfica e também da Promovalor é inquirido pelos deputados. Luís Filipe Vieira é chamado no âmbito da comissão Parlamentar de inquérito ao Novo Banco, audições que os “representantes da nação” estão a realizar para descortinar as dívidas imputadas ao Fundo de Resolução da instituição em causa.

Ao início da tarde, Luís Filipe Vieira vai mesmo à Assembleia da República (AR), após ter pedido um primeiro adiamento, justificado com a realização de uma consulta médica.

A 22 de abril, o presidente da Comissão Eventual de Inquérito Parlamentar às perdas registadas pelo Novo Banco e imputadas ao Fundo de Resolução, Fernando Negrão do PSD, revelou que o presidente do Benfica tinha solicitado que a audição “fosse adiada para uma data posterior a uma consulta”.

Tendo em conta relatórios de auditoria da PwC e da EY posteriores à resolução do BES, que dissecaram as exposições a grandes devedores, a Promovalor devia 304 e 487 milhões de euros, respectivamente.

No enquadramento da comissão de inquérito, relacionando a dívida da Promovalor ao Novo Banco, já foi ouvido Nuno Gaioso Ribeiro, gestor da C2 Capital Partners, empresa que comprou créditos em dívida da Promovalor, de Vieira, ao Novo Banco.

Para gestão de dívida dessa empresa do presidente do Benfica foi constituído um fundo, denominado Fundo de Investimento Alternativo Especializado, em novembro de 2017, tendo sido adquiridos ao Novo Banco 133,9 milhões de euros em créditos, bem como reestruturados pelo Novo Banco financiamentos de 85,8 milhões de euros. Segundo o gestor, o montante total da operação fixou-se nos “219,7 milhões de euros”.

Nuno Gaioso Ribeiro trabalhou com Luís Filipe Vieira oito anos (2012 a 2020) na direção do clube da Luz e da Benfica SAD (sendo vice-presidente e administrador). Negou a existência de um “canal de influência” no Benfica que visava reestruturar a dívida da Promovalor.

O presidente do Benfica não tem surgido em público nos últimos dias, que se julgam ter sido ocupados a antecipar esta audição. Vieira é um dos maiores devedores do antigo Banco Espírito Santo (BES), dívidas essas que derivam desse seu antigo grupo empresarial supracitado, a Promovalor.

Para tentar explicar aos deputados todo o processo relativo a essas dívidas, Vieira tem preparado a audição detalhadamente na última semana, o que terá levado ao adiamento de algumas reuniões sobre a orquestração da próxima temporada do Benfica.

Talvez por isso registamos a ausência do presidente benfiquista no último clássico frente ao FC Porto, na última quinta-feira. Uma falta notada para os lados da Luz, visto que nas redes sociais se convocaram manifestações contra Luís Filipe Vieira à porta da Assembleia da República, para hoje, quando este lá chegar para a audição com os deputados.