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Os velhos hábitos do Imperialismo de Lisboa

O FCPorto venceu mais um Campeonato, mais uma Taça de Portugal, bateu o recorde de invencibilidade no Campeonato e ultrapassou a maior pontuação jamais atingida na prova, sendo agora de 91 pontos.

Orlando Ribeiro, na década de 60, já escrevia que ´´a macrocefalia de Lisboa se processa sem ordem..´´. Ora, o crescimento desmesurado da cidade não é um problema para o País, mas quando o crescimento e a capacidade política não estão ao nível, criamos então um grande problema: Uma Macrocefalia que ‘’suga’’ tudo à sua volta e que cria um forte conjunto de desequilíbrios e injustiças sociais no resto do território.

Face à obrigação de um Estado que deveria distribuir os recursos públicos e Poder Institucional por mais território em Portugal, vamos assistindo ao oposto. E o oposto trás a marginalização, o desprezo e o esquecimento pelo ´´resto´´.

Todos os feitos do FCPorto se esfumaram em 2/3 dias, ganhando protagonismo situações que não deveriam estar no espaço do Desporto. Começou-se a falar de um infeliz homicídio de um jovem, do presidente do Sporting e das contratações do Benfica. E todo este cenário, alimentado e amplificado por uma Comunicação Social totalmente Centralista e Centralizada. O Porto continua a ser palco de estúdios para quando há a impossibilidade de deslocação a Lisboa. Nada mais.

É obrigação de todos os Portuenses e Portistas apoiar todas as iniciativas e meios de Comunicação Social que veiculem a cidade, o clube e a região, como é o caso flagrante da Rádio Portuense. É urgente resistir ao vazio criado e apoiar as Instituições da Região Norte, que tem como principal protagonista a cidade do Porto.

Por tudo isto e muito mais, uma vitória do FCPorto é mais que um triunfo Desportivo. É uma vitória Desportiva, Política e Social. É especial.

Um texto de Carlos Amadis; Professor e Comissário CPCJ Porto Central