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Pinto da Costa: “Há uma espécie de legitimação do jogo duro dos nossos oponentes”

No editorial da mais recente edição da revista Dragões, o presidente do FC Porto sai a público a insurgir-se contra as arbitragens, expondo diversas situações que considera terem vindo a prejudicar a equipa orientada por Sérgio Conceição.

«As últimas semanas não têm sido positivas para o futebol português. Nos jogos do FC Porto, uma série de decisões disciplinares difíceis de compreender tem tido duas consequências graves: por um lado, os nossos jogadores são constantemente penalizados por faltas duras, muitas vezes colocando em causa a sua integridade física, que não são devidamente sancionadas com cartões amarelos e vermelhos (às vezes, nem falta é assinalada!); por outro, aos nossos atletas é aplicado um critério muito mais apertado, que já nos tem deixado a jogar com dez durante bastante tempo em jogos importantes. Há dados esclarecedores. Em 2020/21, já houve quatro jogadores do FC Porto expulsos em encontros do campeonato, enquanto os nossos adversários não levam um cartão vermelho desde a primeira jornada. Qualquer pessoa séria que veja os nossos jogos sabe nem uma coisa nem a outra são normais», começa por referir Pinto da Costa.

«Um dos efeitos mais perversos destas atuações disciplinares tem sido uma espécie de legitimação do jogo duro dos nossos oponentes. Tem-no sentido bem no corpo um atleta como o Corona, indiscutivelmente um dos mais talentosos do campeonato, mas também outros, como o Marega e o Taremi, parecem ter-se tornado alvos fáceis da agressividade – às vezes da violência – de quem os enfrenta. Mesmo não fazendo qualquer juízo de intenção sobre os árbitros, não posso deixar de associar várias destas más decisões a alguns dos resultados recentes que não nos satisfazem. As expulsões poupadas ao Pizzi, ao Nuno Tavares e ao Vertonghen não influenciaram o empate com o Benfica? O segundo amarelo não mostrado ao Palhinha não influenciou a derrota com o Sporting para a Taça da Liga? O segundo amarelo ou vermelho direto não exibidos ao Calila não influenciaram o empate com o Belenenses? E a expulsão do Corona em Braga, depois de levar um amarelo num lance em que foi pisado, não foi decisiva para o empate? Tudo isto são factos e perguntas. Não faço mais do que apontar lances relevantes que foram identificados como erros pela generalidade dos críticos de arbitragem», aponta o líder dos dragões, prosseguindo ainda:

Podia continuar por mais algumas páginas a enumerar perplexidades recentes, como a nomeação para um jogo de um candidato ao título de um árbitro altamente pressionado por uma polémica da semana anterior envolvendo outros dois candidatos. Podia discorrer sobre o que se tem passado nos jogos do FC Porto B, que até parece não ser bem-vindo na Segunda Liga. Podia até referir que felizmente esta crónica não é dedicada a uma tragédia, como a que esteve prestes a envolver Nanu na sequência de um lance que o nosso administrador Vítor Baía explicou brilhantemente, com a autoridade de quem é um dos melhores guarda-redes da história do futebol. Mas concluo com uma mensagem simples: não nos vergam. Ninguém verga as nossas equipas, os nossos treinadores e os nossos adeptos. Nunca desistiremos de lutar com todas as nossas forças por aquilo que tanto ambicionamos e tanto merecemos.»