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Presidente do FC Porto em reunião conjunta com rivais

Na Mealhada, os vários presidentes das SAD que militam na primeira liga discutiram ontem temas de solução premente. A Liga de Clubes já está a redigir carta aberta ao Governo.

Juntos a preparar o futuro do futebol profissional. Os presidentes das instituições que disputam o principal campeonato nacional conversaram para, de uma forma harmonizada, abordarem os principais agentes do sector e do Governo, procurando debelar as lacunas que afectam a sua competição principal. A Liga de Clubes vai também elaborar uma carta aberta ao Governo a expressar o “descontentamento” pelo “tratamento injustificável” de que a modalidade tem sido alvo.

Da cimeira na Mealhada, realizada ontem, com todos os presidentes das SAD da 1.ª Liga, saiu um consenso sobre quais os aspectos a trabalhar num futuro imediato. Assuntos como o acesso de público aos recintos desportivos, os quadros competitivos, a centralização da comercialização dos direitos televisivos, o conflito de interesses na angariação de patrocinadores e espaços publicitários, o processo da Autoridade da Concorrência, a distribuição das receitas das apostas desportivas, o seguro de acidentes de trabalho, os apoios ao sector (fundo de apoio ao futebol profissional e linhas de financiamento com garantia do Estado) e a fiscalidade (IVA nos ingressos e residentes não habituais), são de resolução “absolutamente crítica para a sobrevivência do setor”, referem as instituições, que se comprometem a “tudo fazer na defesa dos seus legítimos interesses”.

Na mesma mesa estiveram Frederico Varandas, Luís Filipe Vieira e Pinto da Costa, um sinal inequívoco do enquadramento crítico que vive o futebol em Portugal.

Também ontem, via comunicado, a Liga de Clubes afirmou que irá apresentar uma carta aberta ao Governo dando nota do desagrado “pela discriminação de que o futebol profissional tem sido objeto e para a reclamação de medidas concretas e de implementação imediata, destinadas a compensar os prejuízos resultantes deste tratamento injustificável pelo Governo de Portugal”.

Esse será um dos seis pontos a discutir na Assembleia-Geral extraordinária agendada para dia 2 de Junho, na sede da instituição. Nesse encontro serão ainda discutidos e votadas propostas de mudanças ao regulamento das competições de futebol, bem como alterações aos regulamentos de arbitragem e disciplinar.

Eis a transcrição na íntegra do comunicado emitido pelos clubes:

“Ao longo dos últimos anos, as Sociedades Desportivas têm-se deparado com alterações significativas no desenvolvimento da sua atividade.

As mudanças que afetam as Sociedades Desportivas verificam-se em matérias diversas e que vão do enquadramento jurídico e fiscal, passando pela apropriação por terceiros da comercialização dos direitos televisivos até à completa ausência de apoios relacionados com as consequências dramáticas resultantes do impacto do Covid-19 no setor.

Independentemente da vontade e dos esforços tanto da LPFP, da FPF ou mesmo a Secretaria de Estado da Juventude e do Desporto, o resultado final é manifestamente negativo.

É chegado o momento das Sociedades Desportivas se entenderem em matérias estruturantes e que afetam todo o setor, sem intermediários e sem a intervenção de entidades que ultrapassam os seus desígnios e que, por vezes, contra elas concorrem.

Os clubes e as Sociedades Desportivas são aqueles que mais desenvolvem o desporto mais querido em Portugal. São os que assumem riscos, são grandes empregadores e os grandes contribuintes e por isso devem ser respeitados e apoiados.”.