Em declarações no programa “Hora dos Craques”, do Porto Canal, Vítor Baía abordou as funções como dirigente, a relação com José Mourinho e o eterno Sérgio Conceição.
“Quando fui para a faculdade já tinha em mente que não ia ser treinador e que a minha aposta era a direção desportiva. Não me desviei por outros caminhos. Foquei-me nisso. Nos anos em que não estive no FC Porto, estagiei em vários clubes, tirei pós-graduações. Nunca estive parado. Depois, tenho o privilégio de estar ao lado de uma pessoa incrível [Pinto da Costa]”, disse, antes de abordar as funções que tem no clube.
“Como administrador temos a área do futebol em que toda a gestão é feita por nós. Toda a logística que está ligada à primeira equipa. O que fazemos é criar condições para que tudo funcione da melhor forma possível. O presidente está em primeiro e nós a segui. Somos dois administradores para a área do futebol e o amor ao FC Porto leva-nos a ter um cuidado muito grande nas tomadas de decisão”, revelou.
Sobre a relação com José Mourinho: “Excelente, de família. Estava connosco no início da carreira com o Bobby Robson, depois estive com eles em Barcelona e depois de novo no FC Porto. Por ser uma relação tão forte, o Zé [Mourinho], inteligente como é, pensou ‘vou escolher este alvo, vou arranjar uma questão disciplinar [risos], de alerta para todos os outros’. Ficou com todos na mão. Ganhou a equipa completamente, ganhou-me a mim de novo. Estive um mês sem jogar e uma semana chama-me ao gabinete e a primeira coisa que me pergunta é queres jogar? Então és tu e mais dez”.
A relação com Sérgio Conceição: “Conheço-o desde miúdo. A nossa vivência desportiva foi em conjunto, depois cada um seguiu o seu caminho internacional e encontrámo-nos na seleção e no FC Porto. Olhando para o Sérgio enquanto jogador e enquanto treinador, a garra, a exigência, até para ele próprio, está cá, mas passou para uma dimensão incrível. Neste momento, coloco-o entre os três melhores treinadores do Mundo, mas digo por convicção. Convivo com ele, é meticuloso, é estratega, é muito bom na relação, como faz crescer os jogadores. Todo staff à sua volta está focado, sabe que não pode relaxar um segundo. É esse compromisso que exige, está preparadíssimo para qualquer desafio. Queremos que ele fique cá a vida toda. É um desejo nosso, do presidente, que fique toda a vida porque é alguém que encarna na perfeição o nosso espírito porque os tempos são outros, os jogadores do nosso tempo eram na maioria portugueses e crescidos no clube, o sentimento era diferente. Mas nas zonas de comando ter o presidente que temos e ter o treinador que temos é uma ajuda incrível na passagem da mística, do sentimento, o compromisso e a exigência. Não fazem ideia da evolução do Sérgio enquanto pessoa e enquanto treinador. Soube crescer e falar com as pessoas certas. Está preparadíssimo para qualquer clube do Mundo”.