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“Ser do FC Porto é um ato de resistência”

Em entrevista ao “Maisfutebol”, Luís Osório, jornalista e benfiquista, deixou rasgados elogios à instituição FC Porto.

“Lembro-me pouco do José Maria Pedroto, mas ao longo destes 40 anos Pinto da Costa conseguiu fazer algo de ideológico: encontrar uma motivação que transformasse o FC Porto num projeto vencedor. Ter a fortíssima identidade de ser mais do que um clube. Ser a força de uma região muitas vezes ostracizada pelo poder central. Sim, ser do FC Porto é um ato de resistência. Aliás, isso transformou-se na essência do clube, somado a uma identidade que já existia, pelo facto de o Porto ser uma cidade muito diferente de Lisboa”, começou por dizer.

“Lisboa, sendo aparentemente muito mais aberta para o que vem de fora, é uma cidade em que a maioria das pessoas são muito fechadas ao contacto, à proximidade. Temos esta abertura mais cosmopolita, mas com pessoas muito mais distantes umas das outras. Daí que a vizinhança não tenha o peso que tem no Porto. Ser do Porto, independentemente do clube, é acreditar numa ideia de proximidade”, continuou, antes de explicar a ideia.

“O FC Porto promove essa ideia de grande proximidade. Vê-se que a coisa é diferente com determinados jogadores, que até passaram pelo Benfica ou pelo Sporting. É um clube com uma raiz popular e de uma cidade cuja identidade é esta. Um clube de grande combate, bandeira de uma região. Este caldo dá uma força e uma capacidade de revolta que leva a uma necessidade de conquista permanente e faz com que seja extremamente incómodo e muito irritante para os adversários. Por outro lado, é um clube que vai na perfeição ao encontro daquilo que Pinto da Costa preconizou há 40 anos. Esse é o grande legado do presidente do FC Porto”, considerou Luís Osório.