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Terá a justiça coragem de funcionar?

Começando numa nota extremamente positiva, é de salutar a prorrogação dos contratos de Zaidu, João Mário, Evanilson e Pepê até 2027. O FCPorto, numa fase mais livre das regras do Fair Play Financeiro, começa a ter mais poder de gestão sobre os seus activos.

Em relação ao tema central do texto, o caso judicial dos ” E-mails” continua os seus progressos. Mas terminará da forma que é óbvia para qualquer cidadão que não seja adepto do benfica?
Os relatos noticiosos que têm sido expostos por alguns órgãos de comunicação social mostram testemunhos totalmente incriminatórios. Se, ”per si”, o contéudo revelado já é fortemente indiciador, que peso terão as palavras de Adão Mendes, por exemplo, que confirmou em Tribunal que os termos ”Padres” e ”Missas” se relacionavam, respectivamente, a ”Árbitros” e ”Jogos do benfica”.
Já Mário Figueiredo (MF) afirmou, em sala de audiências, que, apesar dos e-mails tentarem demonstrar que o Poder do Futebol estava na mão do clube encarnado, o Poder estava efectivamente na ”mão do FCPorto”. Ora, que necessidade tem Mário Figueiredo (benfiquista ferrenho) de tentar justificar o cenário das provas com uma acusação feita no vazio? MF definiu o termo ”Poder”? Apresentou provas? Mencionou casos concretos? Não! Limitou-se a usar o senso comum para tentar defender o seu clube.

Finalmente, vemos Pedro Guerra, que continua a ter palco em televisão porque o que a televisão gosta é de ”incêndios”, a justificar o injustificável, a ridicularizar-se (paradoxo), a humilhar-se e a proferir argumentos doentios, como o facto de os termos ”Missas” e ”Padres” serem termos secretos usados nos meandros do futebol. Que meandros? No futebol chamam-se aos árbitros de ”árbitros” e aos jogos de ”jogos”. Só nos esquemas secretos é que se ocultam os termos. Conseguirão as testemunhas e os comentadores afectos ao benfica provar, por exemplo, que o ficheiro PowerPoint em que o esquema do Poder era desenhado, era falso? E se ”Missas” eram jogos e ”Padres” árbitros, o que significa ”só temos de rezar bem’?

As evidências e os factos estão lá. As incriminações são evidentes e mesmo que seja difícil fazer prova consistente, a dedução de culpabilidade faz-se quase automaticamente.

Perante tudo isto, terá a justiça coragem e clarividência para funcionar? Nós já sabemos a resposta infelizmente, contudo, sonhar com um País com verdadeiro sentido de Estado é sempre bonito.

Carlos Amadis

  • Professor Escolas de Matosinhos
  • Comissário CPCJ Porto Central