Ciclismo

“Estou inocente e não cometi nenhuma violação”, garante Alarcón

Suspenso preventivamente pela União Ciclista Internacional (UCI), Raúl Alarcón, ciclista espanhol da W52/FC Porto, afirmou esta terça-feira não ter cometido qualquer infração ao regulamento antidoping e que tem provas que confirmam a sua inocência.

Numa publicação na rede social Facebook, o vencedor da Volta a Portugal em bicicleta em 2017 e em 2018 assumiu ter sido notificado da suspensão provisória, mas garantiu estar inocente.

“Tenho em meu poder pareceres médicos absolutamente concludentes no sentido de que não existiu nenhuma violação pela minha parte a normas antidopagem. Vou, por isso, tentar, com todas as minhas forças, demonstrar no processo que me é levantado que estou inocente e que não pratiquei qualquer infração”, afirmou.

De acordo com a lista de ciclistas suspensos provisoriamente pela UCI, publicada na segunda-feira, Alarcón, de 33 anos, está acusado de “uso de métodos proibidos e/ou substâncias proibidas”.

Uma queda no Grande Prémio Abimota, em junho, impediu que Alarcón defendesse o triunfo na Volta a Portugal, que acabou por ser conquistada pelo companheiro de equipa, João Rodrigues, ciclista natural de Faz Fato, concelho de Faro.

 O que pode acontecer a Alarcón

Os casos de suspensão preventiva por “uso de métodos e/ou substâncias proibidas”, como escreve o comunicado da UCI devem-se normalmente à deteção de valores considerados anómalos nos passaportes biológicos dos atletas. Ou seja, a uma alteração significativa nos dados das análises sanguíneas que são feitas periodicamente e comparadas pelos técnicos das comissões antidopagem.

Nestes casos, o procedimento seguinte é chamar o atleta para explicar as alterações nos valores, que podem dever-se a um estágio em altitude, doença ou acidente, como o que o corredor da W52-FC Porto sofreu em maio, durante o Grande Prémio Abimota.

Caso a UCI não aceite essas justificações, segue-se a suspensão preventiva durante uma fase de inquérito, podendo depois originar uma sanção que normalmente era de dois anos de suspensão para uma primeira infração e mais recentemente subiu para quatro.

Os resultados anteriores ao caso não serão afetados, pelo que os dois triunfos de Alarcón na Volta a Portugal não estarão em causa, a não ser que tenha sido detetada alguma anomalia em análises mais antigas.

Quando foi realizado o controlo antidoping?

Foi um controlo antidoping surpresa no final de junho, quando Raúl Alarcón se encontrava em casa a recuperar do grave acidente que sofrera no Grande Prémio Abimota, que levou a União Ciclista Internacional (UCI) a suspender o vencedor das edições de 2017 e 2018 da Volta a Portugal.

O facto de Raúl Alarcón se encontrar medicado, e também ter os valores sanguíneos alterados devido a um choque com um automóvel, no qual fraturou a clavícula e algumas costelas – foi obrigado a uma intervenção cirúrgica -, leva a W52-FC Porto a acreditar que a defesa que apresentará, por intermédio de um advogado e contando com os registos e declarações do médico que o operou, irá ilibar o valenciano de 33 anos.

Para a equipa portista, este caso é muito semelhante ao de Rui Vinhas, também suspenso provisoriamente devido a um controlo antidoping feito após o grave acidente que sofreu na Volta a Portugal de 2018. Vinhas seria suspenso um mês, por não ter a declaração médica quando foi chamado ao controlo.