OBRIGADO MISTER!!!
Confirmado que está o título em termos matemáticos, finalmente podemos exprimir bem alto: CAMPEÕES!!!!!!!!
Foi uma época longa – em todos os sentidos – mas acabou por coroar a equipa que foi mais efectiva, regular e mostrou ter fibra de campeão nos momentos de maior aflição e, como tal, por tudo o que foi o desenrolar da Liga sobretudo nesta segunda volta, o campeão só podia ser o FC Porto, com ou sem notas artísticas, porque isto do jogar bem ou menos bem tem muito que se lhe diga…
Podia escrever este texto em qualquer dos tópicos relacionados com a nossa equipa de futebol, mas optei por ser neste tópico, por ser o espaço onde falamos do nosso LÍDER e para o bem e para o mal as maiores responsabilidades recaem sempre sobre ele, apesar de estarmos a falar de um desporto colectivo, o treinador em termos de visibilidade será sempre a figura principal digamos assim, sobretudo quando os resultados estão aquém das expectativas – isto para a generalidade do adepto.
A verdade é esta, depois de quatro épocas consecutivas a vermos o nosso maior rival a festejar campeonatos, num espaço de três temporadas conquistamos duas Ligas, com as dificuldades e recursos que são do conhecimento público, portanto, logo aí temos e devemos valorizar tudo o que tem sido feito pelo nosso treinador, que gostando ou não dele, sempre foi e sempre será um verdadeiro líder!
Nem sempre as coisas correram bem, seja a nível de resultados ou exibições, no entanto, há algo que o FC Porto recuperou e bem com este treinador, voltar a ser extremamente competitivo. Claro que houve momentos num passado recente que nos deixaram totalmente frustrados, como as finais perdidas na Taça de Portugal e Taça da Liga, ou pela forma como não alcançamos o bicampeonato, mas se formos rigorosos em termos de resultados, temos aqui um treinador com uma excelente média pontual na Liga nestas três épocas disputadas ao serviço do FC Porto e mesmo na temporada transacta, os 85 pontos conquistados na Liga, em condições normais teriam sido suficientes para alcançar o título, mas lá está, quando do outro lado houve uma equipa a perder somente dois pontos durante uma volta inteira…
Mesmo esta época, é certo que grande parte dela andamos sempre atrás do Benfica, mas lá está, antes do jogo no Dragão o nosso rival só tinha perdido três pontos, assim também ficava difícil lá chegar, mas tudo mudou após a nossa vitória em casa diante deles, apesar de também termos quebrado aqui e ali em termos de resultados – mais do que os resultados negativos com Rio Ave e Famalicão, aquele empate com o Aves…
Mas lá está e aí novamente temos de dar mérito a Sérgio Conceição. Em Janeiro, o FC Porto parecia estar totalmente destroçado e inclusive o nosso treinador foi duramente criticado por todos os lados e no final da Taça da Liga parecia ter atirado a toalha ao chão.
Contudo, temos aqui um treinador que tem uma dedicação, paixão e uma raça tremenda no que ao futebol diz respeito e como dos fracos não reza a história, deu a volta por cima com mestria, operando uma recuperação fantástica, enquanto o Benfica vinha por aí abaixo.
Eu percebo algumas das críticas feitas ao nosso treinador durante o ano. Lógico que foram cometidos erros e há situações do nosso jogo quer com bola e sem bola que eu pessoalmente fazia diferente, mas isto sou eu, que posso desde o sofá mandar bitaites e será sempre muito mais fácil falar do que fazer, portanto, também nas críticas não deveremos ir até ao extremo…
E depois há que perceber, que isto não é Playstation. Qualquer treinador de um clube como o nosso, obviamente quer ter a maior percentagem de posse de bola possível, massacrar constantemente o adversário, explorando de forma variada os três corredores, nos momentos sem bola exercer pressão alta e assim recuperar a bola o mais adiantado possível no terreno etc…
Claro que há muitos momentos no jogo que é possível fazer isto e tivemos jogos onde fomos bastante dominadores do início ao fim da partida, agora, não vamos exigir que isto seja uma constante, porque a perfeição não existe e cada desafio terão as suas vicissitudes.
Depois, temos a tendência de olhar apenas para o nosso umbigo. E do outro lado não está um adversário pela frente????
É que às vezes parece que o FC Porto joga sozinho e no outro lado do campo parece que não temos igualmente uma equipa profissional, que treina diariamente como nós e não possuem objectivos…
E isto não são clichês, é a mais pura verdade. Seja a defrontar o segundo classificado como o último, temos pela frente uma equipa que se preparou durante a semana para nos defrontar, uns com uma estratégia mais de contensão, outros a quererem explorar transições ou então equipas que querem ter bola e jogar a campo inteiro etc…
As coisas quando não saem, nunca será por falta de empenho ou compromisso, simplesmente não saíram e faz parte do futebol e isto do jogar bem ou mal como já referi tem muito que se diga…
Em termos globais, o FC Porto tem um jogo equilibrado. Analisando de forma um pouco superficial o nosso jogo, diria que existem pontos que gosto e outros que considero que podiam ser feitos de outras forma, mas isto também é normal, cada treinador tem a sua visão das coisas, planeiam, organizam e trabalham o seu processo consoante o que pretendem para a equipa e idealizam o seu jogar.
Diria que no nosso momento de organização ofensiva, no 1º sub-momento, há o princípio da saída em segurança, onde neles existem sub e sub-sub princípios quer individuais como colectivos, no qual, grande parte das acções acabam por serem saídas curtas, procurando garantir largura e profundidade, sendo que por norma é bem desempenhado este primeiro sub momento e mesmo quando surge um adversário com linhas mais adiantadas no momento de pressing, a saída para o 2º e 3º sub-momento corre bem.
Por vezes, são “queimadas” etapas de forma precoce no momento saída, procurando logo o “bater longo”. Por vezes é necessário e noutros momentos são estratégias próprias do jogo em si – por exemplo, um dos centrais procurar de imediato a principal referência ofensiva que desloca-se para uma das alas e desta feita “pentear” a bola no primeiro toque.
Aqui nesse momento, só acho que por vezes abusamos desse jogo directo logo após a primeira fase de construção, isto é, o adversário está preparado em termos de posicionamento para bloquear essa acção e mesmo assim por vezes a insistência é muita e sem efeitos práticos.
No 2º e 3º sub-momento os princípios do nosso jogar estão perfeitamente identificados, onde naturalmente o grande objectivo passam por ser a criação e aproveitamento do espaço. Por vezes a circulação não tem sido de todo a mais forte, havendo ocasiões onde torna-se previsível e com pouca dinâmica, mas também não é menos verdade, que existem preocupações em procurar variabilidade no jogo, ou seja, alternância entre jogo interior com exterior – muito importante o posicionamento dos extremos – e ao longo da temporada fomos assistindo a uma boa dinâmica.
Chegando ao último terço, o momento fundamental é aquilo que determina o sucesso ou insucesso, neste caso o golo. Penso que comparativamente ao primeiro ano do Sérgio Conceição perdemos ali agressividade ofensiva, a forma como o adversário era “agredido” era impressionante – sobretudo na primeira volta de 2017/2018.
Defensivamente, em termos globais notamos ali bom equilíbrio. Quando falamos em organização defensiva, os primeiros elementos a defender são os jogadores de ataque e posicionalmente falando a equipa por norma encontra-se bem posicionada e há três momentos a destacar neste comportamento ao nível do colectivo, fecho do espaço interior (cortar as linhas seja em profundidade como em largura), criação da zona de pressão e a respectiva recuperação.
São diversos os jogos onde em muitos momentos vemos as recuperações serem feitas em zonas mais adiantadas no terreno, condicionando e de que maneira o portador da bola e as suas opções e execuções.
Em sentido contrário e lá está, fazendo parte da estratégia por vezes, assistimos a um baixar de linhas, permitindo ao opositor ter bola, mas ao mesmo tempo a nossa equipa estar devidamente organizada e a não permitir que entrem com facilidade no último terço – pot exemplo: nestas últimas deslocações a Paços de Ferreira e Tondela aconteceu isso com frequência.
Nas transições, seja no momento defesa-ataque ou ataque-defesa, o sucesso das mesmas vão sempre depender da forma como a equipa está posicionada quer seja no momento com bola e sem bola.
Houve alturas durante a época que a equipa sentia particularmente dificuldades no momento da perca, permitindo espaços aos adversários que depois viriam a criar-nos problemas, mas mesmo nesse momento de transição defensiva, foi igualmente visível que foram existindo melhorias com o decorrer da temporada, com uma pressão mais eficaz sobre a bola, fecho dos espaços mais próximos e depois facilita igualmente os comportamentos quer individual como colectivo no momento de organização defensiva.
E claro, não posso deixar destacar o trabalho que vem sendo feito nestes três anos nos esquemas tácticos defensivos e ofensivos. Quer queiramos quer não, as bolas paradas são parte integrante fundamental de um jogo, sendo que o aproveitamento da nossa equipa tem sido elevado!
O Sérgio Conceição não é o melhor treinador do mundo, mas também está longe de ser o pior e sinceramente, não acredito que se vá embora, mas porventura o próprio poderá optar por sair por acusar desgaste, porque quer queiramos quer não, são três anos muito intensos e ainda para mais estando no seu clube, a pressão é maior, porque sabe que não pode falhar de forma alguma.
Tem contrato até 2021 e tem a palavra o nosso treinador, uma vez que para o nosso Presidente ele é intocável e acredito que a permanência ou não no FC Porto, dependerá exclusivamente dele.
Mais uma vez, MUITO OBRIGADO MISTER por nos ter dado mais uma enorme alegria, um obrigado que é naturalmente extensivo a todo o staff técnico e administrativo. Ninguém ganha nada sozinho – muito menos num desporto colectivo – e claro está, não nos podemos esquecer dos grandes obreeiros que são os jogadores, são eles que dentro das quatro linhas protagonizam o que a nossa equipa técnica idealiza e trabalha para chegar ao sucesso.
O Portal é um espaço de excelência e é um prazer e orgulho estar aqui desde 2007 (registei-me precisamente no dia que o fórum “explodiu” após a saída do Anderson para o Manchester United).
Durante anos e anos, escrevi muito sobre futebol no Portal, sendo que acompanho isto com uma intensidade fora do normal e só lamento o dia só ter 24 horas, porque são muitas horas diárias dedicadas a esta modalidade que tanto amo, mas desde algum tempo a esta parte optei praticamente por escrever neste espaço só sobre as modalidades de pavilhão, que também sou um enorme apaixonado desde sempre!
Mas, quero deixar aqui o meu reconhecimento e gratidão a todos vós, que ano após ano abrilhantam o Portal dos Dragões. Comentários positivos, negativos, atritos, picardias, críticas construtivas ou destrutivas existirão sempre seja aqui ou noutro lado qualquer, mas aqui há algo que nos une…o AMOR AO FC PORTO!!!
VIVA AO FC PORTO!!!!!!!!