Esta tem um registo diferente, mais próximo ao tipo de instrumental que eu aprecio.
Não consigo bem definir tecnicamente a quem te assemelhas,. Mas estou a gostar do teu trabalho.
Só o achei curtinho. Com a palete de sons que usaste, e aquele toque de "infinito" isto dava mangas para uns instrumental mais longo.
Continua o bom trabalho amigo.
Gosto ouvir a indefinição , não gosto ouvir uma musica e de repente identificar a estrutura, a minha maneira de compor consiste no 1° segundo começar a gravar e só paro a gravação quando vou-me deitar, algumas musicas são o resultado de 4 horas de gravação o que da-me um trabalho enorme de re-escuta.
A minha formação foi um pouco tardia e começou com o violino, tive em Paris um professor que marcou-me bastante, Vojtech Saudek, compositor, 1°lugar o conservatório de Praga, descendente duma grande família checa, a sua mãe era a única tradutora do Shakespeare e sobrinha de Franz Kafka ; deixei completamente o violino quando ele morreu precipitadamente, tinha uma relação muita forte com ele.
Comecei a pensar que podia compor quando num congresso em Paris, pedi ao conferencista, compositor, musicólogo, Vivien Villani (atualmente em Los Angeles, faz musicas para filmes de horrores de pequeno financiamento), se ele podia-me dar a sua opinião sobre as minhas musicas: ele começou para apontar todos os meus defeitos e acabou para dizer que no global havia lá alguma qualidade e depois perguntou-me quando comecei realmente a compor, quando lhe disse 3 meses ele não acreditou.
Minha formação académica é um mestrado em antropologia em Paris, estudei lá etnomusicologia com o professor Beaudet, sempre ouvi musicas com a máxima de variedade e aprendi que os nossos sentidos são altamente culturais.
Este ultimo ano não fiz muitas composições, formei um pouco sozinho em mixing (o Berlioz e Bach convencerem-me da importância da técnica para a composição, o paradoxe é que é preciso aprender a técnica para o mais rápido possível a esquecer.
Eis o meu currículo um pouco resumido porque acho que as minhas peregrinações também são fundamentais, depois de Paris vivi aqui no Porto em 2008, em plena crise (sempre tive um timing perfeito para um musico), vivi em Bucareste 2 anos e meio e fiquei enamorado com o seu povo, foram o sentido de amizade invulgar e a paixão deste povo que me deixou mais audaz, apaixonando, um pouco louco. Tinha tantas coisas para contar, desejo que o Covid nos deixam novamente nos encontrar para poder partilhar, obrar, 'musicar', rir...