Covid-19

AdrianSmith

Tribuna
9 Junho 2019
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@arkeru

Peco desculpa de te fazer uma pergunta de interesse muito pessoal.

A SNS comunicou-me que uma pessoa recentement recuperada (espero ser o meu caso daqui a 3 dias), pode acusar positivo durante varios meses.
Para a entrada na Suica é agora exigido um test PCR MESMO para os recuperados, independentemente de certificado Covid. Nao sei se para a entrada em Portugal exigem o mesmo mas nem me espantaria.

Isto nao faz sentido nem tem base cientifica nehuma, certo?

A ser verdade, descredibiliza quem decide. É que nao estamos em fev 2020 (onde desculpo qualquer decisao dado a ausencia de experiencia). Deveria-se pensar melhor as leis e nao decidir de forma histérica.
Aconteceu isso ainda na semana passada ao Bryan Adams penso.

É uma idiotice a meu ver. Sem qualquer noção.

Os recuperados pelo menos por 3 meses deveriam ter certificado que não exigisse teste.
Isto é o que eu acho.


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AdrianSmith

Tribuna
9 Junho 2019
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Primeiro, é um erro assumir que a Omicron provoca doença menos grave que as outras variantes, é ainda muito cedo. O número de casos identificados infetados com esta variante é ainda muito baixo, o que não permite tirar já conclusões significativas.

Depois, tem de se ter em conta a efetividade da vacina. Possivelmente a efetividade para doença grave poderá manter-se alta, sendo que para infeção pode-se verificar novamente uma alteração da proteção vacinal.

É preciso perceber que para esta variante se sobrepor à Delta tem de ter uma maior capacidade de transmissão. Imaginem isto como uma competição, um jogo das cadeiras em que as cadeiras somos nós. Normalmente, as cadeiras ficam ocupadas pelas pessoas mais rápidas e com mais habilidade, aqui é igual. E o que parece, pelos dados preliminares da África do Sul, é que a Omicron é muito mais transmissível ainda que a Delta.

E assim, mesmo que a severidade da doença fosse atenuada nesta variante (estou apenas a assumir um cenário hipotético), a perda de efetividade das vacinas ao longo do tempo, a putativa diminuição de efetividade para infeção, e a maior transmissibilidade desta variante irá conduzir a um aumento significativo de casos novamente. E, mesmo que a maioria apresente sintomas moderados, com um grande número de pessoas infetadas iremos sentir um aumento da pressão hospitalar. Já existem alguns cenários traçados para Portugal, tendo em conta a percentagem de população > 65 anos vacinada, e, mesmo sem a Omicron, poderemos atingir as 250 cama em UCI mais daqui a algumas semanas/meses (num cenário de 1 ano de proteção vacinal, e pelo menos 85% dos > 65 anos com 3ª dose). A Omicron vem aqui baralhar um pouco o jogo, mas acredito que não irá provocar um retrocesso significativo do cenário no nosso país (e no mundo). Ainda para mais quando estamos a acelerar ritmo de administração da 3ª dose, que neste cenário assume um papel ainda mais importante.
Obrigado pela resposta.

Mas sim, eu estava a pôr a questão no caso de a variante ser menos severa. Ainda é um grande se, mas pode ser que o seja.

Penso que acabas por ir de encontro ao que eu acho.
Claro que sendo muito mais contagiosa o número de casos vai subir no curto prazo e isso pode levar a mais internamentos, mas no médio/longo prazo podia nem ser uma má notícia.


Por outro lado noto que a Moderna já veio lançar algum pânico ao afirmar que a variante deve fugir bastante às vacinas.
Porque será?

Tão cedo. Sem mortes ainda reportadas. E com a notícia que já estão a preparar a adaptação das vacinas.


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DT199

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2 Julho 2013
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Aconteceu isso ainda na semana passada ao Bryan Adams penso.

É uma idiotice a meu ver. Sem qualquer noção.

Os recuperados pelo menos por 3 meses deveriam ter certificado que não exigisse teste.
Isto é o que eu acho.


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Se há coisa que a pandemia mostrou é que a ciência é a última coisa que seguem...

Ignoram por completo a imunidade natural. Aliás, a própria OMS só reconhece imunidade da vacina na Covid.

Casos reincidentes são estupidamente raros e pontuais, e muito mais raros são num espaço de 3-6 meses.
 

arkeru

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13 Dezembro 2013
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@arkeru

Peco desculpa de te fazer uma pergunta de interesse muito pessoal.

A SNS comunicou-me que uma pessoa recentement recuperada (espero ser o meu caso daqui a 3 dias), pode acusar positivo durante varios meses.
Para a entrada na Suica é agora exigido um test PCR MESMO para os recuperados, independentemente de certificado Covid. Nao sei se para a entrada em Portugal exigem o mesmo mas nem me espantaria.

Isto nao faz sentido nem tem base cientifica nehuma, certo?

A ser verdade, descredibiliza quem decide. É que nao estamos em fev 2020 (onde desculpo qualquer decisao dado a ausencia de experiencia). Deveria-se pensar melhor as leis e nao decidir de forma histérica.
Sim, um infetado pode acusar positivo durante meses, apesar de já não transmitir. E a probabilidade de reinfeção, apesar de poder acontecer a médio/longo prazo(e tenho conhecimento de alguns casos), nos 180 dias após a primeira infeção é baixa.

E para entrar em muitos países, um recuperado há menos de 180 dias não necessita de teste PCR, só mesmo a prova em como esteve infetado nesse período de tempo. E penso que, atualmente, para entrar em Portugal também seja assim. Por exemplo, em Portugal, mesmo em matéria de testagem, um recuperado há menos de 180 dias não necessita de fazer teste mesmo que seja contacto de risco com um infetado e não tiver sintomas.

Em relação à Suíça, essa norma foi atualizada recentemente? É que, sem pesquisar, isso leva-me a pensar que pode ter sido uma atualização dos últimos dias face à variante Omicron. Porque a probabilidade de termos reinfeções com esta variante pode vir a aumentar, e aí já se entenderia melhor.

Já agora, boa recuperação.
 
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arkeru

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Obrigado pela resposta.

Mas sim, eu estava a pôr a questão no caso de a variante ser menos severa. Ainda é um grande se, mas pode ser que o seja.

Penso que acabas por ir de encontro ao que eu acho.
Claro que sendo muito mais contagiosa o número de casos vai subir no curto prazo e isso pode levar a mais internamentos, mas no médio/longo prazo podia nem ser uma má notícia.


Por outro lado noto que a Moderna já veio lançar algum pânico ao afirmar que a variante deve fugir bastante às vacinas.
Porque será?

Tão cedo. Sem mortes ainda reportadas. E com a notícia que já estão a preparar a adaptação das vacinas.


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Mesmo que fosse menos severa, teria de se perceber o quão menos severa seria. E como não me acredito que haja um decréscimo assim tão acentuado da severidade, se é que haverá algum, essa questão parece-me demasiado otimista.

E o que a Moderna veio dizer não é surpresa. Aliás, disse-o a Moderna, e dizem vários. A lógica é que a efetividade da vacina para a infeção diminua sim. Como já aconteceu com a variante Delta. É a isso que a Moderna se está a referir. Resta perceber, mais uma vez, qual a magnitude dessa diminuição. No entanto, para doença grave talvez não haja alterações significativas.

Tanto a Moderna, como a Pfizer, já estão há meses a preparar, a agilizar, a automatizar os processos para caso seja necssário produzir uma vacina atualizada e específica para alguma variante. Já realizaram mesmo vários ensaios clínicos nesse sentido, para que haja um resposta célere no caso de ser preciso.
 

otilious

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@arkeru

Então, supostamente para doença grave, o mais provável é a vacina continuar com boa eficácia, certo?

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Calabote

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Mesmo que fosse menos severa, teria de se perceber o quão menos severa seria. E como não me acredito que haja um decréscimo assim tão acentuado da severidade, se é que haverá algum, essa questão parece-me demasiado otimista.

E o que a Moderna veio dizer não é surpresa. Aliás, disse-o a Moderna, e dizem vários. A lógica é que a efetividade da vacina para a infeção diminua sim. Como já aconteceu com a variante Delta. É a isso que a Moderna se está a referir. Resta perceber, mais uma vez, qual a magnitude dessa diminuição. No entanto, para doença grave talvez não haja alterações significativas.

Tanto a Moderna, como a Pfizer, já estão há meses a preparar, a agilizar, a automatizar os processos para caso seja necssário produzir uma vacina atualizada e específica para alguma variante. Já realizaram mesmo vários ensaios clínicos nesse sentido, para que haja um resposta célere no caso de ser preciso.
Teoricamaente, a transmissibilidade aumentará e a mortalidade reduzirá.

O objetivo do vírus não é matar o seu portador, é reproduzir se. Para isso precisa que o seu host viva, para se reproduzir.

O próprio corpo humano vai aumentar as suas resistências.

Julgo que as mutações ocorrerão nesse sentido, no longo prazo.
 
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arkeru

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Teoricamaente, a transmissibilidade aumentará e a mortalidade reduzirá.

O objetivo do vírus não é matar o seu portador, é reproduzir se. Para isso precisa que o seu host viva, para se reproduzir.

O próprio corpo humano vai aumentar as suas resistências.

Julgo que as mutações ocorrerão nesse sentido, no longo prazo.
Nem sempre é assim. Não há uma correlação entre a virulência e co-evolução entre um vírus e o seu host. O que aconteceu com o vírus que provocou a gripe espanhola foi isso, mas podemos dizer que foi sorte, porque não é assim tão linear. Como o reverso da medalha, tens o vírus que provoca a SIDA, o vírus da raiva, a varíola... vírus com elevada taxa de mortalidade, apesar de terem co-evoluido durante bastante tempo com o ser humano. E só controlados devido à ação externa, vacinas.

O objetivo do vírus não é nenhum, o vírus não é um ser vivo. Um vírus vai adquirindo mutações mais ou menos aleatórias durante a sua replicação, algumas sem nenhum significado, outras que lhe conferem uma vantagem seletiva. E são estas últimas que irão proliferar e acabar por dominar. As mutações de um vírus não ocorrem no sentido de o tornar menos letal, até porque, como disse acima, são aleatórias, e resultam das pressões seletivas que lhe são impostas. Por exemplo, consideremos um vírus que infeta um doente imunodeprimido, que esteja sob forte medicação com antibióticos e antivíricos. Se, por acaso, este vírus consegue escapar, quer dizer que adquiriu mutações que lhe permitem escapar a este mesmos antibióticos e antivíricos, tornando-o mais resistente e, potencialmente, mais fatal.

Não se sabe em que sentido irá evoluir este vírus do SARS-Cov-2. Depende de vários fatores: se as novas variantes que surgirem favorecem a replicação do trato respiratório superior ou inferior, se favorecem a replicação a um tempreatura inferior (trato respiratório superior) ou superior (trato respiratório inferior), se escapam à imundade inata ou adquirida, etc. Ou seja, é muito complicado prever algo assim. Pode até vir a acontecer o que disseste, mas é puramente um jogo de "sorte" ou "azar", e tanto pode ser a curto prazo, mas também durar décadas.
 
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arkeru

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@arkeru

Então, supostamente para doença grave, o mais provável é a vacina continuar com boa eficácia, certo?

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Provavelmente sim, ainda oferecem alguma proteção, não é de prever uma queda abrupta da eficácia. Por exemplo, e são dados muito preliminares mesmo, mas na cidade da África do Sul onde foi identificada a variante, a grande maioria das admissões hospitalares continuam a ser de não vacinados. Mas é preciso muito atenção ao interpretar estes resultados ainda.
 
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Tribuna
1 Abril 2015
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The Real Anthony Fauci: Bill Gates, Big Pharma and the Global War on Democracy and Public Health
by Robert F Kennedy Jr

Excerpts:
P25: I was astonished to realize that the pervasive web of deep financial entanglements between Pharma and the government health agencies had put regulatory capture on steroids. The CDC, for example, owns 57 vaccine patents and spends $4.9 of its $12.0 billion-dollar annual budget (as of 2019) buying and distributing vaccines. NIH owns hundreds of vaccine patents and often profits from the sale of products it supposedly regulates. High level officials, including Dr. Fauci, receive yearly emoluments of up to $150,000 in royalty payments on products that they help develop and then usher through the approval process. The FDA receives 45 percent of its budget from the pharmaceutical industry, through what are euphemistically called “user fees.” When I learned that extraordinary fact, the disastrous health of the American people was no longer a mystery;

P36-37: Dr. Fauci’s catastrophic failure to achieve beneficial health outcomes during the COVID-19 crisis is consistent with the disastrous declines in public health during his half-century running NIAID.
The “J. Edgar Hoover of public health” has presided over cataclysmic declines in public health, including an exploding chronic disease epidemic that has made the “Fauci generation”—children born after his elevation to NIAID kingpin in 1984— the sickest generation in American history, and has made Americans among the least healthy citizens on the planet. His obsequious subservience to the Big Ag, Big Food, and pharmaceutical companies has left our children drowning in a toxic soup of pesticide residues, corn syrup, and processed foods, while also serving as pincushions for 69 mandated vaccine doses by age 18—none of them properly safety tested.

 

otilious

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Provavelmente sim, ainda oferecem alguma proteção, não é de prever uma queda abrupta da eficácia. Por exemplo, e são dados muito preliminares mesmo, mas na cidade da África do Sul onde foi identificada a variante, a grande maioria das admissões hospitalares continuam a ser de não vacinados. Mas é preciso muito atenção ao interpretar estes resultados ainda.
Mas dizes que está ok para viajar até aos Açores para passar o natal?

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