Política Nacional

Miguel Alexandre

Tribuna Presidencial
10 Março 2016
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  • Campeão Nacional 19/20
  • José Maria Pedroto
Ainda há dias saiu um estudo que aponta para a necessidade de 160 mil imigrantes por ano só para manter a economia portuguesa à tona. Nem é para a fazer crescer, é só para sobrevivência.

Poderíamos e bem debater o impacto da imigração nos subsistemas do Estado e sobre as infraestruturas nacionais e teríamos um debate muito interessante, e que é imperativo, no sentido de fazer crescer o país na ótica de um crescimento dos suporte existentes e que foram planeados para 9 milhões de pessoas, quando nos aproximamos dos 11 milhões. Mas isto é um problema positivo.

Não é isso que faz a extrema direita, nem os infelizes que marcham contra a imigração. Falam de identidade, criminalidade e de segregação à boca cheia, e depois ficam ofendidos por lhes chamarem de xenófobos e racistas.
A economia. A nossa bela economia.

Isso é a afloração da ideia que a nossa economia é tão má que investe apenas em mao-de-obra mal paga e empregos precários.

A imigração é um instrumento social e económico que precisa de ser pensado politicamente, ninguém pensa. Aliás ninguém pensa o país.
E emitir quase tantos vistos de residência em 2023 como os que existiam ao todo em 2015 merece uma avaliação política e social.

O sistema capitalista desenvolveu-se para isto porque nao tem mais soluções e agora (como sempre) vende-se a ideia que é a unica forma de sobrevivência.

A imigração é um assunto entregue à baixaria, parte a parte, está entregue a gente ou sem escrupulos ou sem dimensão ou ambos.
Ninguém discute o país com dimensao intelectual e maturidade política, o país está entregue a mini-tribos, entregue à politica baixa, de gente baixa.

Enquanto assim for, nao se sai disto.

Pela Europa e mundo fora, a política de imigração é um tema fulcral nesta altura ou o que resta de decente na classe política pega no tema, pensa-o e fala ao povo de forma madura, adulta e inteligente ou tudo isto continuará entregue ao nível rasca.

A classe política foi eleita por portugueses, para defender os portugueses, nao é uma opinião é um facto.
Tem outras obrigações mas entre as principais está melhorar as condições de vida e o futuro dos portugueses, é acoma de tudo para os portugueses que tem que falar, é sobre Portugal que tem que pensar.

E a sensação clara que existe é que nao ha soluções nenhumas, nem ninguém com capacidade para pensar o futuro das nações porque para isso é preciso capacidade e categoria para repensar o sistema.

O capitalismo actual subverte tudo o que o pode por em causa, subverte e torna em mercadoria e neste momento nações, povos sao mercadorias, porque consideram que antes isso do que limitar e alterar o sistema.

A actual política para o país é um sinal de incapacidade, estamos nas maos duma economia miserável que gerará menos e menos riqueza.
Era preciso colocar como prioridade a riqueza do país, o progresso do país mas a realidade é q cada vez mais somos das piores economias da Europa.
Deve-se a uma série de factores mas acima de tudo à pior classe política em democracia, a uma classe política abjecta, militantista, sem ideias, sem dimensao, estamos entregues a gente rasca sem coragem nem categoria para pensar o país.

Mas o mais estranho de tudo isto é a sensação de colonização mental e não é por partes dos coitados dos imigrantes, que na sua absoluta esmagadora maioria sao pessoas aflitas, é por parte da classe política, gente que aqui nao vive mentalmente e nao tem uma unica ideia propria designada para a nossa realidade muito própria.

Quem acha que o actual rumo vai ter bom porto anda a dormir e quem acha que a culpa é da direita ou da esquerda anda a dormir, a razao é que o sistema decide o que permite, o dinheiro decide o que permite e o que permite é a dissolução da estrutura actual para um maior e mais extenso federalismo.
 
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Cheue

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12 Maio 2016
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incrível como o governo acabou com a manifestação de interesse, vem um ministro anunciar que os pedidos de residência baixaram 80% (!) e mesmo assim continua a conversa de portas abertas e fronteira aberta blablabla

os que mais são contra os imigrantes são também os primeiros a ignorar essas noticias.
porque no fundo o que querem é estar muito indignados e zangados...
a narrativa depende disso e um partido depende disso, os 'resistências lusitanas', e 'europeus contra o racismo' e demais cheganos depois pegam em quê?...
 

sirmister

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21 Março 2008
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incrível como o governo acabou com a manifestação de interesse, vem um ministro anunciar que os pedidos de residência baixaram 80% (!) e mesmo assim continua a conversa de portas abertas e fronteira aberta blablabla

os que mais são contra os imigrantes são também os primeiros a ignorar essas noticias.
porque no fundo o que querem é estar muito indignados e zangados...
a narrativa depende disso e um partido depende disso, os 'resistências lusitanas', e 'europeus contra o racismo' e demais cheganos depois pegam em quê?...
Em nada e nas proximas eleições o Chega passa de 50 para 15 deputados.
 

Miguel Alexandre

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10 Março 2016
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  • Campeão Nacional 19/20
  • José Maria Pedroto
Ninguém se vai revoltar contra este negócio da EFACEC.
Este país é saqueado por dolo ou incompetência e negligência e siga...ninguem exige consequências.

É assim há décadas.
 

Tails

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6 Janeiro 2013
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Revoltar por causa da..EFACEC ?

No mesmo país em que vendeste a REN ao partido comunista chinês ?

Ou a privatização da ANA que mete nas mãos de um privado a gestão dos aeroportos ?

Ou a TAP ao Neelman em que o dinheiro que o gajo era suposto gastar..foi o dinheiro da própria TAP ?

Eu bem sei que o actual governo tem uma simpatia particular por parte da comunicação social, nomeadamente tv's, mas calma.
 

Yggyfcp

Bancada central
25 Maio 2019
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Revoltar por causa da..EFACEC ?

No mesmo país em que vendeste a REN ao partido comunista chinês ?

Ou a privatização da ANA que mete nas mãos de um privado a gestão dos aeroportos ?

Ou a TAP ao Neelman em que o dinheiro que o gajo era suposto gastar..foi o dinheiro da própria TAP ?

Eu bem sei que o actual governo tem uma simpatia particular por parte da comunicação social, nomeadamente tv's, mas calma.
Pergunta:
Preferes vender e encaixar dinheiro...ou preferes injeitar dinheiro e perder dinheiro?
na TAP...quanto se injetou já até agora? mais de 3000 milhoes foi isso?
É uma pergunta sem cor politica.
 

Ginjeet

Tribuna Presidencial
11 Março 2018
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Cada um fala do seu caso. O meu é mais ou menos público, até porque um deles teve direito a tópico (saudades da Conceição). Passei profissionalmente por Portugal, Angola e agora estou na Holanda. Pelo menos naquilo que é o meu trabalho, não há comparações possíveis no que toca a compensação financeira. Não é um bocadinho mais, é converter o bruto em líquido ou mais ainda.

A realidade dos salários em Portugal será sempre um factor de saída do país. Nem falo da carga fiscal, que na Holanda eles não são meigos. A única coisa que me prende a Portugal, e aí referes e muito bem, é a namorada e filha pelos quais viajo semanalmente.
Andamos pela mesma zona então. No meu caso, a escolha foi pessoal. No ano passado comecei a namorar uma holandesa e temos andado a fazer um esforço para a coisa resultar. Ganhava mais financeiramente em ficar na Alemanha, mas a proposta que tinha obrigar-me-ia a mudar para Munique. Se já estava farto de vir a Amesterdão todas as semanas partindo de Hamburgo, a partir de Munique seria insustentável. Gabo-te esse esforço de ir a Portugal, numa situação dessas ou voltaria a Portugal ou obrigava a mulher a vir também.

Não ganhava mal em Portugal, mas como gestor, os projetos a nível internacional, especialmente em áreas de R&D, são uma realidade absolutamente distinta e indiscutivelmente mais atraente. A carga fiscal, ou melhor, os impostos sobre rendimentos, são praticamente semelhantes por toda a Europa. Os portugueses é que gostam de espernear sobre impostos altos, mas o problema português mantém-se: rendimentos baixos.

Onde se pode ver esse estudo?

A economia. A nossa bela economia.

Isso é a afloração da ideia que a nossa economia é tão má que investe apenas em mao-de-obra mal paga e empregos precários.
Não. Tem a ver com a redução demográfica que o país enfrenta sem imigração e a necessidade de ter recursos humanos suficientes para evitar contração económica a nível empresarial.
 
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PDuarte

Tribuna Presidencial
16 Maio 2017
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Andamos pela mesma zona então. No meu caso, a escolha foi pessoal. No ano passado comecei a namorar uma holandesa e temos andado a fazer um esforço para a coisa resultar. Ganhava mais financeiramente em ficar na Alemanha, mas a proposta que tinha obrigar-me-ia a mudar para Munique. Se já estava farto de vir a Amesterdão todas as semanas partindo de Hamburgo, a partir de Munique seria insustentável. Gabo-te esse esforço de ir a Portugal, numa situação dessas ou voltaria a Portugal ou obrigava a mulher a vir também.

Não ganhava mal em Portugal, mas como gestor, os projetos a nível internacional, especialmente em áreas de R&D, são uma realidade absolutamente distinta e indiscutivelmente mais atraente. A carga fiscal, ou melhor, os impostos sobre rendimentos, são praticamente semelhantes por toda a Europa. Os portugueses é que gostam de espernear sobre impostos altos, mas o problema português mantém-se: rendimentos baixos.
Existe ainda outro factor... A percepção de utilização do dinheiro público. Vivo em Den Bosch e viajo para Eindhoven sempre que cá estou, e estradas, saúde, transportes públicos, não tenho reclamação. Corrupção certamente haverá, é natureza humana, mas as coisas aparentemente funcionam.

Do ponto de vista pessoal e remuneratório, concordamos certamente que não há forma de Portugal competir com a paridade de poder de compra dos países da Europa Central... Não dá. Mesmo pagando o balúrdio de impostos, há efectivamente mais no final de cada mês.
 
31 Julho 2024
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Existe ainda outro factor... A percepção de utilização do dinheiro público. Vivo em Den Bosch e viajo para Eindhoven sempre que cá estou, e estradas, saúde, transportes públicos, não tenho reclamação. Corrupção certamente haverá, é natureza humana, mas as coisas aparentemente funcionam.

Do ponto de vista pessoal e remuneratório, concordamos certamente que não há forma de Portugal competir com a paridade de poder de compra dos países da Europa Central... Não dá. Mesmo pagando o balúrdio de impostos, há efectivamente mais no final de cada mês.
Porque o mais relevante é o esforço fiscal e não a carga fiscal.
 
31 Julho 2024
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Os serviços são já 80% da economia portuguesa. Como aliás, é comum nas economias mais desenvolvidas. Falamos muito de agricultura, mas é um setor irrelevante.

Os salários são um tema à parte. Há muito que as políticas de desenvolvimento deveriam estar focadas nos rendimentos e na ponderação destes com os países mais próximos dentro da UE, geograficamente e culturalmente, como o são a Espanha, a França ou a Itália.
Portugal não consegue captar para cá, grandes empresas mundiais que conseguissem alavancar a economia e a respetiva produtividade, e muito disso se deve ao regime fiscal que nao e atrativo. Claro que existem depois outros problemas como a burocracia.

O irc seria importante baixar, mas ao contrário do que falam, não seria para sobretudo beneficiar as pequenas e médias empresas, porque nao iriam beneficiar muito com isso, mas serviria sobretudo para tentar captar mais investimento estrangeiro.
 

d4rc92

Tribuna Presidencial
18 Dezembro 2014
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Porto
Os serviços são já 80% da economia portuguesa. Como aliás, é comum nas economias mais desenvolvidas. Falamos muito de agricultura, mas é um setor irrelevante.

Os salários são um tema à parte. Há muito que as políticas de desenvolvimento deveriam estar focadas nos rendimentos e na ponderação destes com os países mais próximos dentro da UE, geograficamente e culturalmente, como o são a Espanha, a França ou a Itália.
Sobre a agricultura, creio que à anos e anos que não se vê qualquer estrategia pensada para o sector.
O problema é que quem entra para governar estes sectores, vem tipo: vamos manter a linha, deixa ver se nao mexe muito. Isto afinal tá a andar, pouco se queixam...

E atençao isto é valido para muitas areas. O principal problema que vejo é que seja governo a direita ou esquerda, parece sempre haver pouca vontade para reformas, pouca vontade para bater a mão e mudar coisas. Ha demasiada resiliencia.
Depois ha o chega... que ok é uma assuncao minha, mas genuinamente é um partido de cola cartazes... faz barulho, barulho e mais barulho, mas não tem a capacidade de se sentar a mesa, trazer ideias SERIAS, e ponderadas.

A nossa politica tá morta, faz falta juventude a sério na politica!
Estamos todos mais preocupados com o politicamente correcto que com a mudança!
 
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