o gajo é um atrasado mental.
já diz o que diz em entrevistas, imagino fora delas.
A questão com o Boaventura é que ele não percebeu (ou faz de conta que não percebeu) que o problema não é o toque e a lógica de proximidade dos latinos. Até porque muita das investigadoras que assediou também eram de países latinos. Nesse sentido faz lembrar ironicamente o argumento da coutada do macho ibérico que foi usada por um juiz ultra-conservador aqui há uns anos para justificar um caso de violência doméstica.
A questão com o Boaventura vai muito para além disso: era um claro caso de abuso de posição dominante, em que as mulheres que não correspondiam aos seus avanços sexualizados, eram humilhadas e exploradas em contexto de trabalho. Sobre isso não disse merda nenhuma.
O que mudou foi que aquilo que ele fazia há 30 ou 20 anos, agora não é tolerado.
Fosse ele um womanizer incrível, um macho latino que gosta de fazer charme, e uma vezes resulta, outras não, desde que fosse entre adultos e fosse consentido, não havia problema nenhum. O professor brilhante que gosta de carne fresca acabada de sair da universidade é um cliché com séculos. Agora, quando há uma relação hierárquica de poder, e ainda por cima faz isto repetidas vezes, quando impõe a sua posição de poder para afastar ou descredibilizar mestrandas, é impossível continuar no seu cargo.