Não se trata de ser arauto da desgraça, nem de ignorar o facto de estarmos em primeiro lugar. Trata-se apenas de perceber que, se estar em primeiro nesta altura fosse sinónimo de ser campeão, o campeonato terminava já e escusávamos de jogar o resto dos jogos.
Hoje o problema foi claramente táctico: a equipa apareceu partida, a pressionar mal e, sobretudo, com os alas demasiado abertos, sem ligação com os laterais — que, por sua vez, subiam pouco e raramente ofereciam linhas de passe. Com o Mora constantemente isolado no meio-campo, o resultado foi a táctica que aplicámos durante praticamente todo o jogo: chutão para a frente e fé em Deus.
A ideia de que o FC Porto, em casa, deve ceder a iniciativa ao Braga e jogar em contra-ataque, em posse estéril, incapaz de ligar mais do que dois ou três passes seguidos, é uma forma muito estranha de tentar disfarçar o que se está a passar.
Algo semelhante aconteceu no início do período de Anselmi, quando muita gente dizia que não se podia criticar porque os resultados estavam a aparecer…
Dizer isto não é o mesmo que afirmar que Farioli é igual a Anselmi. É evidente que Farioli é um treinador melhor — assim como é evidente que a equipa estagnou e precisa de melhorar. Ponto.