Política nacional

Cheue

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Tanto tempo para responder isso ? Hahah

E por falar em preconceito... obrigado por demonstrares o meu ponto.
"chamam fascista a toda a gente sem critério nenhum...
anyway...aqueles esquerdalhos que dizem que existe racismo são mesmo fascistas."
 

Ginjeet

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Lord

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Almadedragao

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estás sempre a inventar o que eu acho e/ou penso...só fiz o mesmo.
Diz a pessoa que escreve mais entre aspas do que outra coisa.

O teu problema comigo é que já não estás a debitar propaganda sem resposta ao mesmo nível, como fazias aqui antes das eleições.

Fartei dos Santos Silvas da net, a culpa de eu ter de aturar os cheganos é de malta como tu.
 

MiguelDeco

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2 Setembro 2013
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1 milhão de votos em mais que sabidos aldrabões e mentirosos.
Mais um puro sangue.. Mas descobrir mentiras nesta mallta nova do chega será pera doce.. mais votos mais perto do poder atrai mais entulheira de gente.. é natural.
 
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Cheue

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Diz a pessoa que escreve mais entre aspas do que outra coisa.

O teu problema comigo é que já não estás a debitar propaganda sem resposta ao mesmo nível, como fazias aqui antes das eleições.

Fartei dos Santos Silvas da net, a culpa de eu ter de aturar os cheganos é de malta como tu.
a culpa de haver cheganos é dos que não são cheganos ?...

então estás a dizer que eles são burros, né?
se são tão influenciáveis pelos teatros dos Santos Silvas e não sabem separar as coisas...
 

Almadedragao

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a culpa de haver cheganos é dos que não são cheganos ?...

então estás a dizer que eles são burros, né?
se são tão influenciáveis pelos teatros dos Santos Silvas e não sabem separar as coisas...
Saíste hoje de casa pela primeira vez na vida ?

Não fosse o vosso discurso arrogante a questionar constantemente a inteligência de quem não pensa como vós e se calhar mais de um milhão de portugueses não tinha levantado o cu pela primeira numas eleições para mostrar o descontentamento com o rumo que vocês tanto aplaudem com base em mentiras e realidades importadas de canais de desinformação que vocês teimam em dar eco.

Agora vai ajudar o teu camarada a publicar aqui o estudo que ele disse que havia a demonstrar a iliteracia de quem votou no chega. Já estou á espera há dois dias ...
 

Manageiro de futból

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25 Julho 2007
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Esmoriz
Saíste hoje de casa pela primeira vez na vida ?

Não fosse o vosso discurso arrogante a questionar constantemente a inteligência de quem não pensa como vós e se calhar mais de um milhão de portugueses não tinha levantado o cu pela primeira numas eleições para mostrar o descontentamento com o rumo que vocês tanto aplaudem com base em mentiras e realidades importadas de canais de desinformação que vocês teimam em dar eco.

Agora vai ajudar o teu camarada a publicar aqui o estudo que ele disse que havia a demonstrar a iliteracia de quem votou no chega. Já estou á espera há dois dias ...

Primeiramente não falei em iliteracia, que não tem nada a ver com escolaridade, podes ter um curso superior e incapacidade para interpretar um texto básico.

Em segundo lugar, não tinha visto a tua pergunta, estás na minha ignore list porque 99% do tempo és demasiado agressivo e não tenho paciência para broncos. Prefiro falar de política com os meus buddies em vez de perder tempo com bestas que só aqui estão à procura de conflito.

Em terceiro lugar, man, Google it e deixa de ser chato.
 
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Almadedragao

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Primeiramente não falei em iliteracia, que não tem nada a ver com escolaridade, podes ter um curso superior e incapacidade para interpretar um texto básico.

Em segundo lugar, não tinha visto a tua pergunta, estás na minha ignore list porque 99% do tempo és demasiado agressivo e não tenho paciência para broncos. Prefiro falar de política com os meus buddies em vez de perder tempo com bestas que só aqui estão à procura de conflito.

Em terceiro lugar, man, Google it e deixa de ser chato.
Falaste sim, pelo que dá para ver nesta tua excelente prosa:

Chega apela ao patrioteiro ressentido, típico homem macho sem grande escolaridade ali entre os 20 e os 40 anos
Típico de pessoal como tu, engraçado falares em broncos, que atira pedras e depois esconde a mão. E era o que mais faltava eu ter de procurar algo que tu inventaste. Se houvesse tal estudo tu não perdias um segundo a vir partilhar um link.
 

Manageiro de futból

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Falaste sim, pelo que dá para ver nesta tua excelente prosa:



Típico de pessoal como tu, engraçado falares em broncos, que atira pedras e depois esconde a mão. E era o que mais faltava eu ter de procurar algo que tu inventaste. Se houvesse tal estudo tu não perdias um segundo a vir partilhar um link.

 
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O segundo link não consigo aceder porque não sou assinante.

Quanto ao convidado da CNN, tens noção que ele refere logo ao início que o votante do chega é muito heterogéneo, ou seja, atravessa os vários marcadores desde o sexo à escolaridade. E que eu saiba, não ter curso superior não significa ter pouca escolaridade.

Curioso como na região em que o chega teve melhor resultado, Algarve, foi onde houve maior incidência do voto feminino neles.

Resumindo, e como eu desconfiava, aquele estereótipo que descreveste ontem está completamente desfasado da realidade e é bom que se comece a perceber correctamente este fenómeno de forma a esvaziar o conteúdo deles. Acima de tudo perceber como a mensagem deles tocou perto de pessoas tão diferentes umas das outras.
 
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Ginjeet

Tribuna Presidencial
11 Março 2018
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Artigo do Público:

Eleitores do Chega: muitos homens, poucos idosos e poucos universitários
Bárbara Reis

9–12 minutes


Não é por acaso que esta semana PS e PSD falaram sobre os eleitores do Chega, os 1,1 milhões de pessoas que deram ao partido da direita radical populista, até agora, 18% dos votos e 48 assentos na Assembleia da República nas legislativas de 10 de Março.
“Vamos fazer políticas para reconquistar a confiança desses 1,1 milhões de portugueses que estão descontentes”, disse Miguel Pinto Luz, vice-presidente do PSD, em entrevista ao PÚBLICO e à Rádio Renascença. “Temos de acarinhar esse eleitorado.”
“Procuraremos recuperar os cidadãos descontentes com o PS”, disse Pedro Nuno Santos, líder socialista, no discurso da noite eleitoral. “O Chega teve um resultado muito expressivo. Não há 18% de portugueses racistas e xenófobos, mas há muitos portugueses zangados que sentem que não têm tido representação e aos quais não foi dada resposta aos seus problemas concretos.”
Até o PCP mudou de tom e, num comunicado do comité central, vincou a diferença entre o Chega e quem votou no Chega. A “expressão” dos eleitores do partido fundado por André Ventura não deve ser interpretada como “base de apoio à extrema-direita”, disse o PCP esta quarta-feira. Uma coisa é o partido, outra são os eleitores “levados” pela “ilusão” do “falso discurso contra a corrupção e as injustiças”.
Num milhão de pessoas cabem muitos grupos, subgrupos e características. Mas há padrões e já se conhecem indicadores básicos para definir o perfil sociodemográfico dos eleitores do Chega em 2024.
“Não é a CDU que alimenta o Chega”
Sabemos que o Chega atraiu muitos homens, poucos idosos e poucos universitários. Sabemos que os eleitores que votaram no Chega decidiram o voto antes da semana das eleições, em contraste com os eleitores dos outros partidos recentes, que decidiram só dias antes. E também sabemos que, antes de votarem no Chega, muitos não votavam ou votavam no PS.
“Com base na recolha de dados feita no dia das eleições em todo o país, vê-se que o Chega cresce junto da abstenção e do PS”, diz João António, desde 2011 responsável técnico pelas sondagens políticas da Universidade Católica Portuguesa e do Centro de Estudos e Sondagens de Opinião (Cesop), que fez uma sondagem à boca das urnas, cujos dados estão a ser tratados. “Também vêm um pouco do PSD”, diz, “mas pouco”.
Basta ver, nota o investigador, que não há diferença entre os resultados eleitorais da Aliança Democrática (AD) de 2024 e a soma do PSD e CDS das eleições de 2022.
“A transferência de voto — insiste o investigador do Cesop — vem sobretudo da abstenção e do PS, o que confirma os dados das sondagens feitas durante e antes da campanha. Os números dizem-nos que pode haver uma sugestão geral de que o PS perdeu directamente para o Chega. Não é a CDU que alimenta o Chega.”
Contrariando o que é repetido muitas vezes, João António sublinha: “Não é a CDU e nunca foi. Pode haver uma terra ou outra onde a CDU desceu e o Chega subiu, mas isso não tem significado estatístico.”

O investigador dá o exemplo de Beja. “A CDU não elegeu nenhum deputado em Beja e perdeu três pontos percentuais em comparação com as legislativas de 2022 — desceu de 18,42% para 15,03%. E, em Beja, o Chega subiu de 10,27% para 21,55%. Mesmo que os três pontos percentuais que a CDU perdeu tenham todos votado no Chega — o que eu não acredito, pois é mais plausível que uns tenham morrido, outros tenham votado no PS e noutros partidos e alguns no Chega —, o Chega quase duplicou em Beja. Os votos tiveram de vir de outro lugar. O que vemos de Norte a Sul do país é que o Chega cresce à custa do PS, da abstenção e, menos, do PSD.”
Em 2019, a abstenção foi de 51,43% e, em 2022, de 48,6%. Falta contar os votos dos emigrantes — serão públicos a 20 de Março — pelo que a taxa poderá aumentar, mas, para já, a abstenção está em 33,77%. Nestas eleições, diz o investigador do Cesop, “os antigos abstencionistas saíram de casa para votar Chega”.
58% são homens
O que mais se sabe? Na noite eleitoral, Pedro Magalhães, cientista político do Instituto de Ciências Sociais (ICS), da Universidade de Lisboa, apresentou alguns dados na SIC, com base num inquérito feito à boca das urnas pela GfK, numa parceria ICS/ISCTE.
Os dados mostram que 58% dos eleitores do Chega são homens e 42% são mulheres, o que é a maior percentagem de todos os partidos com assento parlamentar.
Por ordem decrescente, esta é a divisão dos eleitores por género: CDU, 56% homens/44% mulheres; Iniciativa Liberal (IL), 54% homens/46% mulheres; AD, 49% homens/51% mulheres; Livre, 48% homens/52% mulheres; e PS, 46% homens/54% mulheres. Bloco de Esquerda (BE) e Pessoas-Animais-Natureza (PAN) estão no extremo oposto: 38% dos eleitores do BE são homens e 62% são mulheres, e 25% dos eleitores do PAN são homens e 75% são mulheres.
Poucos velhos, poucos jovens
Nos grupos etários, mostrou Magalhães na SIC, é notório que o Chega atrai poucos votos nos eleitores com mais de 65 anos. Nestas eleições, só 9% dos eleitores do Chega têm mais de 65 anos e, nisso, o partido está em linha com todos os partidos mais recentes.
Por ordem: dos eleitores da IL, só 4% têm mais de 65 anos; seguido do Livre (6%), Chega (9%), PAN (10%) e BE (12%).
Já nos partidos históricos, as pessoas com mais de 65 anos são parcelas importantes: no PS são 34%, na CDU, 30%, e na AD, 20%.
Os jovens, sem surpresa, votam sobretudo nos partidos mais novos. Mas, desses, o Chega é o que menos jovens atraiu nestas eleições. A 10 de Março, a percentagem de eleitores entre os 18 e os 34 anos foi esta: 49% dos eleitores da IL; 44% do Livre; 39% do PAN; 33% do BE; e 32% do Chega.

Os partidos da fundação da democracia estão todos abaixo dos 30%: 22% dos eleitores da AD têm entre 18 e 34 anos; 16% da CDU e 10% do PS.
Mas quando se olha para eleitores ainda mais novos, entre os 18 e os 24 anos, o cenário é diferente, diz João António. “É a AD que atrai mais, a seguir o Chega, depois a IL e, só a seguir, PS, BE e Livre e, esses três, por igual”.
Para o investigador do Cesop, as sondagens à boca das urnas mostram que “o PS não está a conseguir captar jovens”: “Os jovens dos 18 aos 24 anos não se lembram de um governo que não seja do PS, é normal que queiram outra coisa. Querem uma mudança? Temos de estudar. Os jovens não decidem eleições, mas é interessante ver que tenham ido tão à direita porque, tradicionalmente, os jovens são mais de esquerda.”
55% fez secundário
Outra pergunta feita aos eleitores à saída das mesas de voto foi sobre a instrução completada. Estudou até que nível? As respostas já tratadas “confirmam o que já sabíamos”, diz o especialista do Cesop. “O Chega tem sobretudo eleitores que fizeram o ensino secundário, já sabíamos isso há bastante tempo.”
Os número do ICS/ISCTE apresentados na noite eleitoral mostram isso: 55% dos eleitores do Chega fizeram o secundário (a maior percentagem de todos os partidos).
Mas há uma mudança nestas eleições, nota João António: “Ao contrário do que vimos há cinco anos, o Chega está a entrar nas pessoas com ensino superior. O partido já poderá ter entre 25% a 30% de eleitores licenciados.”
De novo, os dados apresentados por Magalhães na SIC confirmam: 22% dos eleitores do Chega têm curso universitário. É a menor percentagem de todos os partidos, mas é uma das novidades destas eleições.
No conjunto, estes são os números do ICS/ICSTE: 64% dos eleitores do Livre completaram o ensino superior; 56% da IL; 43% da AD e do BE; 38% do PAN; 29% da CDU; e 28% do PS.
O PS é o partido que tem a repartição mais equilibrada (35% abaixo do secundário; 37% secundário e 28% ensino superior) e o Livre é o mais díspar (4% abaixo do secundário; 32% secundário e 64% ensino superior).
No Chega, são 24% abaixo do secundário; 55% com secundário e 22% com ensino superior.
Estrangeiros e espiral de silêncio
Duas notas finais destacadas pelos especialistas. Ricardo Ferreira Reis, director do Cesop, identifica uma correlação nacional de 58% entre presença de estrangeiros e voto no Chega.
“Não são os estrangeiros que explicam o crescimento do Chega, mas este é um de muitos factores.” Ferreira Reis fala dos distritos onde há mais estrangeiros, sejam ou não eleitores, e diz: onde há mais estrangeiros, há mais voto no Chega.
A outra nota é uma inédita espiral de silêncio. “Nunca tinha visto uma espiral de silêncio nos eleitores do PS”, diz António Salvador, director-geral da Intercampus, que faz sondagens políticas há quase 30 anos. “Muitas pessoas não quiserem sequer participar nos inquéritos, não queriam dizer que iam votar no PS.” Porquê? “É uma mistura de desconforto, desilusão e dúvida.”
 
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Ginjeet

Tribuna Presidencial
11 Março 2018
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Apoiantes do Chega são menos radicais do que líderes do partido
Bárbara Reis

9 - 11 minutes


Os simpatizantes do Chega têm um perfil próximo do eleitorado do centro e são menos radicais do que os seus líderes, propõe o cientista político Tiago Fernandes com base na análise das respostas a um inquérito financiado pela Fundação Friedrich Ebert, cujos resultados vão ser apresentados esta segunda-feira na Fundação Mário Soares, em Lisboa.
“Concluímos que a grande maioria dos portugueses partilha valores progressistas e que o eleitorado do Chega tem uma percentagem alta de pessoas que se consideram progressistas, o que é muito interessante”, diz Fabian Schmiedel, director da Friedrich Ebert, que tem sede em Lisboa desde 1976 e está ligada aos sociais-democratas alemães.
O estudo dirigido por Fernandes, Populismo em Portugal? Democracia, Migrações e Estado Social aos Olhos dos Portugueses, ajuda a construir o perfil dos simpatizantes dos vários partidos e mostra que os apoiantes do Chega “são pessoas comuns, conservadoras e muitas estão no centro político”, diz Fernandes, professor no Iscte – Instituto Universitário de Lisboa. “Globalmente, os simpatizantes do Chega são mais conservadores e têm uma taxa maior de pessoas que se identificam como sendo de extrema-direita, mas em muitos aspectos não são extremistas nem violentamente xenófobos e estão próximos dos outros partidos.”
O inquérito inclui 37 perguntas, 600 entrevistas online e 417 telefónicas feitas pela GfK Metris entre 2 e 18 de Outubro, e aponta para o que veio a acontecer nas legislativas de 10 de Março, com o Chega a ir buscar muitos votos à abstenção.

À pergunta “a política interessa-lhe?”, 21% dos simpatizantes do Chega dizem “nada” e 31% dizem “pouco”. Só 26% dos simpatizantes do partido dizem ter “bastante” interesse por política e 20% “muito”.
Nenhum partido tem tantas pessoas desinteressadas por política como o Chega. São 11% no PS; 5% no PSD; 2% na Iniciativa Liberal (IL); e 5% no Bloco de Esquerda (BE). “Mais de 50% dos eleitores do Chega não se interessam por política, o que é uma percentagem muito alta e a mais alta de todos os partidos”, diz Fernandes. “É um eleitorado antipolítica e ressentido com os políticos e por isso foi buscar muitos votantes à abstenção.”
Satisfeito com a democracia?
À pergunta sobre o grau de satisfação com “o funcionamento da democracia em Portugal”, a diferença entre as respostas dos simpatizantes do Chega e as dos outros partidos é ainda maior: 77% do Chega diz estar “nada satisfeito” e 21% diz estar “ligeiramente satisfeito”.
77% é a maior percentagem de todos os partidos e está bastante acima da média — 47% dos inquiridos não estão “nada satisfeitos” com a democracia em Portugal, 38% estão “ligeiramente satisfeitos”, 11% estão “bastante” e só 3% estão “muito satisfeitos”.
Fernandes sublinha que nenhum simpatizante do Chega diz estar “bastante” ou “muito satisfeito”, e que, à direita, 5% dos simpatizantes do PSD estão “bastante satisfeitos” com a democracia e 42% “ligeiramente”, e 15% dos apoiantes da IL estão “bastante satisfeitos” e 29% estão “ligeiramente”.
À esquerda é diferente: no PS, 6% dos simpatizantes estão “muito satisfeitos” com a democracia; 23% estão “bastante”; 51% “ligeiramente” e 19% “nada”. No BE, 10% estão “bastante satisfeitos”; 57% “ligeiramente”, e 31% “nada”.
Estes números, diz o professor do Iscte, mostram que as pessoas que em Outubro se identificaram como simpatizantes do Chega não se interessam por política e estão zangadas com a democracia. “Agora passaram a interessar-se e 1,1 milhões votaram no partido”.
Progressistas vs conservadores
O estudo mostra que os portugueses são progressistas: a favor dos imigrantes, de um Estado social forte e de uma política que intervém no mercado quando necessário. No total, 50% dizem que são “progressistas” e 13% que são “conservadores”.
Isso exprime-se nas ideias que defendem: 82% dos inquiridos são a favor do combate às alterações climáticas — mesmo que outros países não estejam a fazer o mesmo; 74% acham que os filhos de imigrantes nascidos em Portugal devem ter nacionalidade portuguesa; 72% sentem-se muito ligados à Europa; 61% acham que os casais homossexuais devem ter os mesmos direitos de adopção que os casais hetero.

Ao mesmo tempo, uma minoria defende que os imigrantes não devem ter os mesmos direitos — 26% — e que “a vida cultural portuguesa é empobrecida pelas pessoas de outros países que vêm viver para Portugal” — 23%.
Num sentido oposto, Fernandes nota que “57% dos portugueses querem ter prioridade sobre os imigrantes no acesso à habitação e 44% no acesso ao emprego”. À pergunta “quando há falta de habitação a preços acessíveis, os portugueses devem ter prioridade sobre os estrangeiros?”, 20% concordam plenamente, 38% concordam, 18% discordam e 5% discordam totalmente.
Nas respostas ao inquérito, Fernandes encontra vários indicadores que o levam a defender que “os simpatizantes do Chega são menos radicais do que os seus líderes”. “O eleitorado do Chega está próximo da média nacional”, diz. “Isto mostra um desalinhamento entre o eleitorado e as elites do partido e é uma oportunidade para os partidos do centro atraírem este eleitorado.”
Fernandes, especialista em democracia e que há anos estuda o populismo na Europa, defende que, “em vez de se diabolizar o Chega como bloco, é preciso separar o partido de quem vota nele e apelar directamente às preocupações deste eleitorado — é preciso dizer: ‘Vocês são como nós’.”
17% é de extrema-direita
O que mostra que são menos radicais do que os líderes? Só 13% dos portugueses se consideram conservadores e os eleitores do Chega estão alinhados — 43% identificam-se como “progressistas”, 16% são neutros, 27% como “conservadores” e 14% não sabem/não respondem.

Os 27% de “conservadores” são uma percentagem maior quando comparados com os outros partidos de direita. Há mais conservadores no Chega do que no PSD (16%) e na IL (11%). “Mas os conservadores, mesmo no Chega, são uma minoria”, diz Fernandes. “Só um quarto é que é conservador — 23%.”
Do mesmo modo, à pergunta “onde se situa?” politicamente numa escala em que 0 é “mais à esquerda” e 10 é “mais à direita”, todos os partidos têm uma percentagem de pessoas que se identificam no ponto máximo da extrema-direita: 17% no Chega; 8% no PSD, 3% na IL e 1% no PS e no BE.

No Chega, vários simpatizantes escolhem a posição 10 (17%) e alguns a posição 9 (6%), as mais à direita, o que não surpreende, diz Fernandes. “Mas há muito eleitorado do Chega que está no centro político e no centro-direita: 17%+8%+14%, ou seja, 39% está no centro político”, diz Fernandes. Não é muito diferente do PSD, em que 56% dos simpatizantes estão no centro (27%+11%+18%).
No conjunto, 27% dos inquiridos escolhem o meio exacto (posição cinco): 20% do PS, 27% do PSD, 17% do Chega, 17% da IL e 19% do BE.
Esta pergunta é um auto-retrato, pelo que os inquiridos podem estar a avaliar-se de forma pouco rigorosa, mas, sublinha Fernandes, “para os outros partidos também são auto-retratos, essa preocupação é válida para todos”.
Ideias pouco radicais
O investigador identifica mais seis ideias nas quais vê que os eleitores do Chega são menos radicais do que os líderes. Quase 60% dos simpatizantes são pró-União Europeia e só 18% são activamente contra.
À pergunta “os imigrantes não devem ser autorizados a utilizar imediatamente os nossos serviços de saúde”, os simpatizantes do Chega estão muito próximos do “discordo totalmente” — numa escala de 1 a 4, na qual o máximo de discordância é 4, estão no 3; à pergunta “os salários médios e os vencimentos geralmente ficam mais baixos por causa dos estrangeiros que vêm viver e trabalhar em Portugal”, estão no 2,6, ou seja, há mais pessoas do Chega a discordarem desta ideia do que a concordarem; à pergunta “os benefícios sociais para os imigrantes devem ser reduzidos se eles não tiverem a nossa religião”, muitos discordam e em níveis parecidos aos dos outros partidos; à pergunta “as alterações climáticas têm um efeito directo na minha vida e na minha saúde”, a resposta do Chega é 2,2, ou seja, “não estão negar as alterações climáticas”; e à pergunta “o avanço dos direitos das mulheres foi demasiado longe”, os simpatizantes do Chega “discordam em níveis parecidos com os outros partidos, embora quase todos os partidos estejam no valor ‘discordo totalmente’ e o Chega apenas no ‘discordo’”.
O previsível
O estudo também mostra o previsível: os governos de Salazar e Marcello Caetano “foram períodos positivos da História de Portugal” (numa escala de 1 a 4, a média nacional é 3,3 e o Chega está acima do meio, com 2,4 — 15% dos portugueses concordam com a frase e 22% são indiferentes); “o país precisa de um líder forte que possa decidir rapidamente” (a média é 2,4 e o Chega tem 1,8, ou seja, muito perto do valor 1, que é “concorda plenamente”); “o sistema é contra o cidadão comum” (Chega tem a maior percentagem de concordância) e “muitas das pessoas que dirigem o governo são desonestas” (a média é 2,2 e o Chega tem 1,7, muito perto da concordância máxima).
Os dados sobre o CDS, Livre, CDU e PAN foram aqui excluídos porque, embora apontem pistas, as amostras são muito pequenas e por isso menos fiáveis.