Quando confrontado com o comunicado que coloca em causa a sua idoneidade, o Pina respondeu através de negação explícita acompanhada de uma expressividade emocional positiva incongruente, com um sorriso excessivamente amplo e um tom excessivamente afável. Simultaneamente, observa-se um aumento da vigilância social, manifestado numa atenção acrescida às reações e opiniões dos restantes membros do painel, principalmente do Pedro Sousa. Este comportamento pode ser interpretado como uma forma de gestão defensiva da impressão, na qual a exibição de tranquilidade e cordialidade funciona como um mecanismo compensatório perante a ameaça à autoimagem.
Parece como em Breaking Bad, quando o Walter White adota frequentemente uma postura exageradamente calma e cordial quando confrontado com suspeitas, utilizando uma afabilidade forçada como estratégia de controlo narrativo. Ou no The Wolf of Wall Street, o Jordan Belfort responde a acusações implícitas com carisma excessivo e humor performativo, procurando neutralizar a tensão e manter a adesão social. Em ambos os casos, a expressividade positiva não sinaliza segurança interna, mas sim um esforço acrescido de regulação da perceção externa.
Assim, o sorriso ampliado do Pina, a hipercorreção comportamental e a atenção intensificada ao feedback social não devem ser interpretados como indicadores de tranquilidade genuína, mas como sinais de ansiedade encoberta e de tentativa ativa de preservação da identidade social face a uma ameaça reputacional.