É verdade que não "tem golo" nem tem tem números de "grande assistente", mas para ser maestro não tem que ter nada disso. Um dos problemas actuais é que toda a gente tende a avaliar quantitativamente tudo e mais alguma coisa no futebol. Se não marca e não assiste não presta, todos têm que ter golos para serem minimamente apreciados.
Xavi Hernandez também raramente marcava, acabava épocas no Barcelona com 2, 3, 4 golos. Em assistências tinha números modestos, mas isso não invalida que se tratou de um dos melhores médios do futebol mundial dos últimos anos, não pelos golos, não pelas assistências, mas por tudo o que oferecia à equipa, um maestro não tem propriamente que marcar golos, Xavi Hernandez destacava-se por comandar uma "orquestra" de jogadores de classe mundial, era ele que pautava os ritmos de um Barcelona de outra dimensão, ver Xavi jogar era como ver um maestro a gerir uma orquestra, através do passe e da sua inteligência acelerava o jogo, pausava o jogo, controlava a posse, variava entre passes longos e curtos, o ritmo dos seus passes definiam todo o jogo do Barça. O motor, o coração da equipa, a sala das máquinas, estava ali, no Xavi, e tudo o resto girava à sua volta. Os golos e as assistências eram completamente secundários.
Vejo o Oliver da mesma maneira a uma escala menor. Se assistir óptimo, se marcar ainda melhor, mas a qualidade que dá a todo o processo mais nenhum jogador do FCPorto tem capacidade para o fazer. É um enorme jogador, com muito futebol, e para mim, não necessita de marcar nem de assistir para o avaliar desta forma. Prefiro focar-me no aspecto qualitativo do jogo, no processo e na qualidade que o Oliver lhe imprime, ao aspecto quantitativo do jogo, sem o primeiro não há o segundo.