Actualidade Internacional

sirmister

Tribuna Presidencial
21 Março 2008
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Deixa-me tentar responder com elevação à provocação. Responder com proporcionalidade nem significa responder de forma igual, nem de forma soft, nem de forma desumana. Para mim a resposta deve ser dura a uma coisa como ataque do dia 7. Ninguém defende que não deva haver resposta.

Mas mesmo que aches que deva ser tão dura quanto está a ser ou ainda mais dura do que está a ser é importante perceber um conceito militar que já era conhecido na China antiga. Se cercares e não deres escapatória ao inimigo este vai lutar até ao fim da forma mais fanática possível. No caso actual o Hamas (ou o que resta dele) sabe que se der os reféns (se houver algum ainda vivo) aí é que Israel os "limpa" de vez.

Infelizmente já estamos num ponto em que já se vai tarde para voltar a ganhar a confiança do Hamas para negociar o retorno dos reféns (a mensagem de Israel é clara: aniquilação total do Hamas seja em que circunstâncias for) e como tal resta o exercício sádico de os matar lentamente. "Bem feito!" dirão alguns, "A culpa é deles e eles mereceram!" dirão outros. Entendo o impulso. Sinceramente entendo, se atacassem Portugal também teria o meu sangue a ferver. Mas o humano não pode ser só uma besta de impulsos. Se os meus impulsos matarem milhões de pessoas inocentes mesmo que o meu impulso tenha uma razão que o justifique a humanidade nos homens tem que se sobrepor à loucura. E sim, o Netanyahu neste momento é um louco.

Israel neste momento não se está a defender (porque o Hamas militarmente não existe) e não está a procurar uma via o retorno dos reféns (pelo que expliquei acima). Está a esmagar lenta e dolorosamente mais de 2 milhões de pessoas sem sequer ter uma finalidade última para além de ficar com o território.

Israel por muito que leve (e leva bastante) dá muito mais do que aquilo que leva. E não é de agora, é de sempre. Se "dar mais e com mais força" resultasse Israel seria um país em paz com os restantes há 70 anos. Nisto tudo eu também culpo os EUA. O apoio não pode ser incondicional.
Não sei onde viste alguma provocação..

O que eu acho é que podemos fazer o discurso miss universo, e dizer que se quer ali a paz, mas isso nunca vai acontecer enquanto os terroristas lá estiverem, e sem eles provavelmente tambem não, é só uma questão de ver a realidade.

Este conflito só existe porque Israel tem uma sociedade evoluída e tem capacidade para se defender, se os judeus estivessem no lugar dos Palestinianos e vice versa os Judeus já tinham sido exterminados e não havia conflito nenhum... e basta ver o que aconteceu com os Judeus que estavam noutros países naquela zona, desapareceram todos.

Esse teu comentário sobre o Hamas não sei se percebi bem, tu achas que eles não merecem o pior possível e a aniquilação? especialmente depois do que fizeram depois do dia 7?

O que era bom era os Palestinos não escolherem para os representar o Hamas.
 

Dagerman

Tribuna Presidencial
1 Abril 2015
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Eu apoio a solução de dois estados desde sempre, mas não sei se o Estado Palestiniano é assim tão exequível para lá do ideário das soluções preferenciais.

É uma questão de:

Estrutura - O Estado Palestiniano começaria sem a mesma e como um dos mais atrasados do mundo.

Divisão territorial - Dois territórios distintos, não são fáceis de governar em termos práticos e burocráticos e até ideológicos.

Divisão social e política - Assim que o Estado fosse estabelecido e reconhecido por todos, automaticamente representaria o reconhecimento do outro Estado (Israel) e o cimentar de uma situação permanente onde Palestina seriam West Bank e Gaza e não "tudo até ao mar", uns lados aceitariam de bom grado o fim da tortura da guerra e terem um lugar para chamar de casa e nação, outros sentiriam a traição de uma solução como essa, a probabilidade de guerra civil é imensa.

Pressão e envolvimento de outros estados vizinhos (que não Israel) - Até que ponto uma nação que tem de nascer dos escombros, nã estaria habilitada a ser uma país fantoche de algum outro estado?
A solução dos dois estados é uma miragem. Israel encarregou-se de a tornar completamente inviável com os colonatos na Cisjordânia. Para haver um estado palestiniano minimanente viável, seria preciso que todos aqueles 500 000 colonos fossem retirados dali. E isso não vai acontecer.
Qual é a solução que resta? A solução final que Israel está a implementar, com a cumplicidade de todas as democracias do mundo.
 

Manageiro de futból

Tribuna Presidencial
25 Julho 2007
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Esmoriz
Não sei onde viste alguma provocação..

O que eu acho é que podemos fazer o discurso miss universo, e dizer que se quer ali a paz, mas isso nunca vai acontecer enquanto os terroristas lá estiverem, e sem eles provavelmente tambem não, é só uma questão de ver a realidade.

Este conflito só existe porque Israel tem uma sociedade evoluída e tem capacidade para se defender, se os judeus estivessem no lugar dos Palestinianos e vice versa os Judeus já tinham sido exterminados e não havia conflito nenhum... e basta ver o que aconteceu com os Judeus que estavam noutros países naquela zona, desapareceram todos.

Esse teu comentário sobre o Hamas não sei se percebi bem, tu achas que eles não merecem o pior possível e a aniquilação? especialmente depois do que fizeram depois do dia 7?

O que era bom era os Palestinos não escolherem para os representar o Hamas.
O sociedade evoluída de Israel está nas ruas a pedir a demissão do governo do Bibi, contra a invasão de Gaza e a pedir para deixarem de usar os reféns como desculpa para matarem dezenas de milhar de inocentes.
 
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Edgar Siska

Presidente da Associação Ódio Eterno ao Panelas
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  • Alfredo Quintana
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A solução dos dois estados é uma miragem. Israel encarregou-se de a tornar completamente inviável com os colonatos na Cisjordânia. Para haver um estado palestiniano minimanente viável, seria preciso que todos aqueles 500 000 colonos fossem retirados dali. E isso não vai acontecer.
Qual é a solução que resta? A solução final que Israel está a implementar, com a cumplicidade de todas as democracias do mundo.
Isso não é bem solução.
A partir de certa altura é e sempre foi uma guerra de aniquilação. De ambas as partes.

Infelizmente se esse desastre humano ocorrer, será apenas num sentido lato a supremacia de quem tem mais recursos/é mais forte.

Aliás diria que se fosse um conflito de guerra convencional já tinha acabado há décadas.
Parece seco, mas agora estou só mesmo a avaliar o cenário.
 

Dagerman

Tribuna Presidencial
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Isso não é bem solução.
A partir de certa altura é e sempre foi uma guerra de aniquilação. De ambas as partes.

Infelizmente se esse desastre humano ocorrer, será apenas num sentido lato a supremacia de quem tem mais recursos/é mais forte.

Aliás diria que se fosse um conflito de guerra convencional já tinha acabado há décadas.
Parece seco, mas agora estou só mesmo a avaliar o cenário.
Não sei se concordo com a parte de ser uma guerra de aniquilação de ambas as partes. Em sociedades governadas por muçulmanos sempre houve espaço para os judeus, desde os tempos da taifa de Toledo à Jerusalém anterior a 1948. E mesmo hoje há dezenas milhares de judeus a viverem tranquilamente no Magrebe ou na Turquia. E embora não tenha dados históricos sobre o assunto, estava capaz de apostar que os judeus sempre sofreram mais progroms na Europa cristã do que no Magrebe ou no médio-oriente muçulmanos.
Claro que depois da Nakba e até aos nossos dias, não devem faltar palestinianos que odeiam completamente os judeus.
Mas eu nunca tive dúvidas de que se não existe paz e uma Palestina independente, é porque Israel não quer. Isso para mim ficou claro nos anos 90 quando vi como Israel fez tudo que estava ao seu alcance para minar o poder do então moderado Arafat e da Autoridade Palestiniana, com o resultado (muito provavelmente intencional, que os judeus de burros não têm nada) de atirar os palestinianos para os braços de radicais como o Hamas.
 

Edgar Siska

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Não sei se concordo com a parte de ser uma guerra de aniquilação de ambas as partes. Em sociedades governadas por muçulmanos sempre houve espaço para os judeus, desde os tempos da taifa de Toledo à Jerusalém anterior a 1948. E mesmo hoje há dezenas milhares de judeus a viverem tranquilamente no Magrebe ou na Turquia. E embora não tenha dados históricos sobre o assunto, estava capaz de apostar que os judeus sempre sofreram mais progroms na Europa cristã do que no Magrebe ou no médio-oriente muçulmanos.
Claro que depois da Nakba e até aos nossos dias, não devem faltar palestinianos que odeiam completamente os judeus.
Mas eu nunca tive dúvidas de que se não existe paz e uma Palestina independente, é porque Israel não quer. Isso para mim ficou claro nos anos 90 quando vi como Israel fez tudo que estava ao seu alcance para minar o poder do então moderado Arafat e da Autoridade Palestiniana, com o resultado (muito provavelmente intencional, que os judeus de burros não têm nada) de atirar os palestinianos para os braços de radicais como o Hamas.
Isso mudou no início do Sec. XX.

Os judeus nas sociedades muçulmanas mediévais e renascentistas e no Império Otomano sempre viveram melhor do que em período igual na Europa.
Alguns dos mais reconhecidos filósofos e historiadores quer dos Califados Árabes medievais, quer depois dos territórios do Império Otoman eram judeus.

Isto começou a mudar pós Iluminismo, com os europeus a deixarem cada vez mais o sentimento de ressentimento religioso (julgamento de Jesus Cristo pelo Sinédrio judeu) para trás, com a ascenção do laicismo e dos valores liberais e da razão pela Europa fora, os judeus começaram a prosperar também e a serem normalmente integrados na sociedade (a grande excepção foi a Rússia que lhes dedicou um espaço único em forma de ostracismo e progroms).
Curiosamente no mundo árabe começou a comportar-se ao contrário, porque começaram a aparecer movimentos ultraconservadores islamistas opostos à Golden Age árabe/islâmica, mais saudosista dos velhos tempos maometanos.
Por exemplo o Império Otomano tentou reformas profundas, o Tanzimat, que pese a vontade governativa, esbarrava nesses movimentos, que começaram a ganhar força, enquanto os sultões a perdiam.
Depois no Sec. XIX com as primeiras aliyah (migrações da diáspora judaica para a Palestina Otomana, sobretudo vindos do Leste do Império russo) as coisas pioraram. O sentimento de alguma tolerância deu lugar a uma abjecção.
Ao ponto declarado de por altura dos inícios do Sec. XX já ser uma questão de nós ou eles, em ambos os lados, então a partir de 1947 é definitivo.

É a isso que eu chamo de guerra de aniquilação, é a partir daí.
É quando nasce o conflito.

As restantes boas relações nos tempos Otomanos ou da Idade Dourada dos Califados árabes já não importam para nada. Isso é passado remotíssimo.
 
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Edgar Siska

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Para quem odiar o sol, St. Kilda tem um clima espectacular. Deve chover um 500 dias por ano!
Por outro lado também podem ir para Barentsburgo ou Pyramiden, aldeamentos mineiros em Svalbard que foram dados a exploração à União Soviética pela Noruega.

Ou Grytviken na Geórgia do Sul.
Bons lugares para escapar à civilização.
 

Dagerman

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Por outro lado também podem ir para Barentsburgo ou Pyramiden, aldeamentos mineiros em Svalbard que foram dados a exploração à União Soviética pela Noruega.

Ou Grytviken na Geórgia do Sul.
Bons lugares para escapar à civilização.
Eh pá se fosse para escapar à civilização eu ia antes para o Corvo, onde ao menos se fala uma língua decente e se pode andar de manga curta até Outubro!
Aliás, sempre achei que uma das vantagens comparativas do salazarismo sobre o estalinismo era que o lugar de exílio se chamava Tarrafal em vez de Sibéria.
Se é pra morrer, mais vale de hipertermia do que de hipotermia! Digo eu.
 
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Edgar Siska

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Eh pá se fosse para escapar à civilização eu ia antes para o Corvo, onde ao menos se fala uma língua decente e se pode andar de manga curta até Outubro!
Aliás, sempre achei que uma das vantagens comparativas do salazarismo sobre o estalinismo era que o lugar de exílio se chamava Tarrafal em vez de Sibéria.
Se é pra morrer, mais vale de hipertermia do que de hipotermia! Digo eu.
Isso é porque nunca te meteram na "fritadeira"
Aquela cena era horrível dizem os relatos.
 
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