Então e o "Lolita"? Aqui a própria obra é "criminosa", nem separas o autor da obra porque é irrelevante. O julgamento é sobre a própria obra.... mas também é uma brutalidade de escrita, provavelmente o livro mais bem escrito que alguma vez li.
Ou o "Morte em Veneza", quer dizer um velho que é obcecado pela beleza de um adolescente polaco?
Mas o pior de todos é o Gabriel Matzneff que relatava em livro as suas próprias histórias com pré-adolescentes na Tailândia, que era (e é, acho ainda não morreu) um activista pró-pedofilia, auto-reconhecido pederasta que era celebrado pela elite boémia francesa e que foi renegado apenas após os 80 anos.
“To sleep with a child, it’s a holy experience, a baptismal event, a sacred adventure.” escrevia ele.
Em contrapartida Mitterrand dizia “This unrepentant seducer, who defines himself as a mix of Dorian Gray and Dracula, has always astonished me by his extreme taste for rigour and by the density of his thought. The spontaneity of his judgement, expressed in a limpid style, is allied with an insistence on truth that often leads him outside the boundaries of what is considered ordinary.”
E não foi um #metoo, algo desmascarado mais tarde em final de vida. O homem literalmente escrevia sobre as suas próprias experiências pedófilas.
edit: nunca li o Lolita, acho que me ia sentir desconfortável.