Actualidade internacional

Branco

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2 Julho 2007
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  • Junho/18
Eu devo estar a escrever em Chinês, e já paravas com a adjetivação "absurda" porque nem sequer estás ler em condições. Pela milésima vez, onde é que eu disse quem é que os despejou?

Mas já que estamos aqui, sim este é o ponto fundamental. Não se pode deslocar no espaço de um ano 90% de uma população autóctone (60% do total à data) e com base na religião, declarar que o território onde vivem há séculos agora é um estado de outra religião, e esperar que fique tudo tranquilo na paz do senhor. É ridículo achar que isso ia acontecer. E se eu nunca falei de culpas quanto a este ponto escusas de inferir constantemente aquilo que eu acho ou deixo de achar (se é dos Ingleses dos Árabes ou dos Israelitas), ou pior aquilo que eu sei ou deixo de saber.

Mais uma vez não percebes a argumentação e cais sempre nesse erro lógico de falar daquilo que os palestinianos fazem quando eu nunca sequer falei disso ou tentei negar ou menorizar as suas ações.
Em primeiro lugar as movimentações de população dentro do território que actualmente comprime tanto Israel como os territórios palestinianos não aconteceram em apenas 1 ano, aconteceram desde o século 19 e da emigração israelita facilitada pelo império otomano que foi depois acelerada no mandato britânico pós 1ª Guerra Mundial, porque quando se aproximou a data da fundação de Israel o panorama demográfico já era semelhante ao actual.

E depois não creio que faça sentido argumentar que pelo simples facto de terem no espeço de menos de 1 século perdido mais de metade do seu território, que agora devemos encarar os palestinianos dentro de um estatuto de excepção no que se refere ao seu comportamento perante outros povos, até porque temos casos bem piores que aconteceram a outros povos e não me lembro destes receberem tamanha empatia, e também porque ao contrario destes foi a recusa dos palestinianos em aceitar um acordo melhor (porque queriam todo o território) que os pôs nessa posição.


MAIS UMA VEZ: eu mencionei os ataques sobre civis para te mostrar que a tua retórica do Netanyahu é errada. Absolutamente errada. Centenas de mulheres, crianças morreram em ataques israelitas ANTES do Netanyahu. E escusas de tentar inverter esta realidade com a retorica do tinha que ser, do era única forma de responder aos palestinianos porque dezenas desses ataques foram condenados internacionalmente por países ocidentais (não governados pela esquerda) e mais importante que tudo foram investigados e condenados dentro de Israel.

E onde é que se enquadra Sabra e Chatila na lógica do não havia outra forma de agir e na do só com Netanyahu??? (e este é só o mais mediático e inegável dos casos)

Os ataques sobre civis que referes nunca foram planeados nesses termos, eram sim operações militares como retaliação a ataques palestinianos sobre populações civis israelitas, posso aceitar que em alguns casos houve um excesso de força que provavelmente vitimou mais pessoas do que as que obrigatoriamente teriam que morrer neste tipo de operações, no entanto e ao contrário das acções palestinianas não faziam parte de uma estratégia de matar o maior número possível de pessoas.

Certamente terás o bom senso de perceber que se o objectivo fosse matar aleatoriamente palestinianos, teriam sido bem mais que umas centenas de mortes colaterais, ou nem isso és capaz de reconhecer ?

Quanto ao que aconteceu em Sabra e Chatila, podes até argumentar alguma responsabilidade moral por partes dos israelitas mas terás que reconhecer que foram as milícias cristãs libanesas que descontroladas fizeram aquilo, porque o único pedido que o Sharon lhes fez foi de capturar a chefia do grupo terrorista que eles acreditavam ter assassinado o primeiro ministro libanês poucos dias antes, insinuar que aquilo foi planeado pelos israelitas parece-me esticar um pouco os factos, e nesse sentido eu até percebo a tua critica mas terás que a contextualizar.

Quando à condenação internacional a Israel eu sempre tenho vontade de sorrir quando oiço ou leio essa argumentação, se existe prova de como muito na ONU é por vezes um jogo de bastidores e de influências, a forma como Israel é sistematicamente condenada de forma assimétrica de qualquer outro pais do mundo será mesmo a maior prova disso mesmo. A obsessão com essa pequena região do mundo em detrimento de outras regiões onde os direitos humanos são sistematicamente violados em enorme escala e nem só um pio merecem por parte da ONU, dizem tudo sobre o que realmente orienta essas condenações, o enorme lobby de países arábes e muçulmanos, assim como de vários países de matriz ideológica revolucionária.


??? Então porque é que permitiram a sua construção? E porque é que não os demoliram todos? É que em ano nenhum o número de colonos diminui de forma visível. Isto não faz sentido nenhum e serve apenas para fingires que não há uma ala sionista que defende a expansão do território israelita.
Consulta os dados, o crescimento dos colonatos era tão linear nos anos 80 e 90 como é hoje, nada mudou. Manteve exactamente a mesma linearidade. É uma estratégia que vai muito para além do Netanyahu e daquilo que tentas fazer parecer.

Em momento alguém até ter surgido o Netanyhu, a liderança israelita pôs em causa que no dia em que fosse alcançado um acordo todos os colonatos seriam desmantelados, existir um pequeno número de israelitas que discordavam disso nunca até esse momento foi obstáculo. E que fique bem claro, mesmo o Netanyhu se não precisasse dessa pequena percentagem dos votos pelo facto das eleições serem tão apertadas provavelmente também se estava a cagar para isso.


Isto nem faz sentido estar a esgrimir. Há tantas resoluções internacionais que uns e outros desrespeitaram que nem percebo para que é que estás a colocar as coisas nesses termos.
Os acordos para separação de territórios foram sempre os palestinianos a não cumprirem primeiro ao mudarem de opinião e começarem novamente o confronto armado, o não cumprimento dos israelitas acontece sempre depois disso e normalmente envolve a continuação dos colonatos.


Não adianta, vai ler a definição de gueto onde quiseres. Vê as condições de vida dos Palestinianos em Gaza.... é evidente de mais para se negar.

É que tu encaras isto como se toda a população fosse terrorista e fosse natural ter a sua liberdade de movimentos cerceada e o seu acesso a bens essenciais limitado.... Nem percebo como e que isto é uma questão ou levanta dúvidas a alguém.

Eu não comparo o fundamentalismo de uns com outros porque é evidente a diferença, mas dizeres que não está lá?!?!?
15% de ultra-ortodoxos e a crescer não está lá???? A História dos massacres feitos por milicias não esteve lá?? As humilhações constantes a que os colonos sujeitam os palestinianos não estão lá??? 400mil conos não estão lá???
Tapar o Sol com a peneira?

Tu chamas de gueto, eu chamo de território ocupado, ambos concordamos que as condições lá dentro não são boas mas discordamos na necessidade de existir a estratégia de embargo que as criam, já vi que neste ponto não vamos chegar a lado nenhum, só me faz confusão é porque só no caso de Gaza é que se diz que é um gueto, temos várias outras zonas do globo em condições semelhantes que nunca ninguém se lembra de apelidar dessa forma.

Quanto ao fundamentalismo continuo a dizer que não faz sentido dizer que orienta a acção de Israe, esse país tem uma das maiores percentagens de população agnóstica e ateia do mundo, só uma pequena parte é religiosa e o impacto disso limita-se aos colonatos, em todo o resto isto é uma questão de segurança para a população israelita.

Não me recordo de milícias de judeus terem massacrado palestinianos enquanto existe Israel, deves-te estar a referir a antes sequer de existir um estado de Israel mas creio que nessa altura era bem mais frequente o oposto. Também não percebo as humilhações que referes em relação aos colonatos, certamente que os palestinianos não gostam dos mesmos na Cisjordânia mas não por qualquer tratamento humilhante, apenas porque entendem ter direito a esse território, normalmente quando surge a conversa sobre humilhação é por causa do embargo de Gaza e não da Cisjordânia.


Há casos a mais de pessoas e lideres de centro ou centro-direita que repetidamente condenaram as ações de Israel para isto ser sequer um assunto. Devem ser todos ignorantes e facilmente manipuláveis. Eu sei que é mais fácil atirar isto para a esquerda mas a evidência Histórica acabou por estragar essa narrativa.

Basicamente leste coisas que não estavam lá, imaginaste-me numa posição onde não estou (defender ações e violência palestiniana) e colocaste-te ati próprio noutra de fechar os olhos ao lado negro do lado lado israelita.

Existem centenas de milhões de árabes e quase 2 mil milhões de muçulmanos no mundo, e os países exportadores de pétroleo desta matriz são alguns dos povos mais influentes, naturalmente quando tudo isto se movimenta num lobby vai ver muita gente a ter uma posição sui generis que não teriam em sentido contrário.

É preciso perceber que há pouco a ganhar para um país em defender a posição israelita, só mesmo os EUA o fazem por terem lá uma população judia com alguma influência, em todos os outros casos isso dificultará todo um conjunto de interesses económicos, políticos e até militares, tens aí a tua resposta a muito desse apoio do centro e da direita, estão a cuidar dos seus interesses nacionais.

E eu nunca disse que Israel não cometeu erros, os teus posts iniciais é que iam muito mais no sentido de criticar Israel que os palestinianos, se existe alguém que deu a opinião de estar inquinado eras tu, creio que o meu post inicial ao Phillip a referir esta situação até dizia que ambos os lados cometeram erros, depois referi o Netanyhu para dizer que era mais criticável Israel a partir desse ponto a te responder a ti, e depois só quando vi o que me pareciam as tuas criticas só num sentido é que disse que se tivesse que criticar um mais que outro, seria o lado palestiniano.

Em momento algum eu aqui escrevi que Israel era uma pais completamente inocente, apenas tentei fazer uma caracterização real sobre a sua acção histórica para além de demagogia inicialmente do Phllip e depois da tua.
 

Branco

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2 Julho 2007
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  • Junho/18
Eu vejo as coisas de uma forma muito simples:
Havia um plano para Israel e Palestina coexistirem em 2 estados independentes.
Palestina ( instigada pelos outros poderes da regiao) não aceitou e como se não bastasse invadiu(junto com Síria, Jordânia e Egipto) território Israelita( atribuído pela Inglaterra e ratificado pela UN).
Israel teve de lutar 2 guerras defensivas.
A Síria, Jordânia e Egipto foram os agressores.
Agora porque a Palestina a pala disso perdeu 60% do território atribuído pela UN nessas guerras, toda gente fica do lado deles.
E digo mais se a Palestina continuar com o conflito armado, vai acabar por desaparecer.
Eu se fosse israelita tb não abdicava dos terrenos que querem anexar.
Então uma pessoa entra em minha casa para me gamar,eu sou mais forte dou lhe uma trepa e acabo por ficar com parte do quintal dele e agora tenho de o devolver?
Nem pensar
O que vai acontecer é a Cisjordânia provavelmente ser absorvida pela Jordânia, depois este país e Israel vão acertar entres eles as situações dos colonatos e de Jerusalém, ficando apenas Gaza com pretensões independentistas.

A própria opinião pública dentro da Cisjordânia já se começa a movimentar nesse sentido porque a Autoridade Palestiniana é corrupta e o Hamas é uma organização terrorista, verificam que do outro lado da fronteira os palestinianos que se tornaram cidadão da Jordânia vivem melhor e na prática a maior parte da população desse país tem a mesma ascendência, e começam-se a perguntar se isso não será mesmo o melhor, se a Jordânia não será o verdadeiro estado palestiniano.

A minha dúvida será o que depois vai acontecer a Gaza, duvido que o Egipto queira voltar a absorver a região embora seja uma possibilidade, também não me parece que o Hamas queira isso ou que deixe que a Jordânia reclame esse território, é uma questão de sobrevivência para eles, acredito que vão continuar a reinvidicar um estado independente mas agora menos gente os vai levar a sério se não estiverem dispostos a abdicar da violência.

Acredito que toda esta situação esteja finalmente a se aproximar do fim, e creio que só mesmo se o Hamas desistisse da violência de forma inequivoca nos próximos tempos é que isto segue outro rumo do que eu descrevi, e existirá realmente um estado independente palestiniano.
 

Philipp

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  • José Mourinho
Eu vejo as coisas de uma forma muito simples:
Havia um plano para Israel e Palestina coexistirem em 2 estados independentes.
Palestina ( instigada pelos outros poderes da regiao) não aceitou e como se não bastasse invadiu(junto com Síria, Jordânia e Egipto) território Israelita( atribuído pela Inglaterra e ratificado pela UN).
Israel teve de lutar 2 guerras defensivas.
A Síria, Jordânia e Egipto foram os agressores.
Agora porque a Palestina a pala disso perdeu 60% do território atribuído pela UN nessas guerras, toda gente fica do lado deles.
E digo mais se a Palestina continuar com o conflito armado, vai acabar por desaparecer.
Eu se fosse israelita tb não abdicava dos terrenos que querem anexar.
Então uma pessoa entra em minha casa para me gamar,eu sou mais forte dou lhe uma trepa e acabo por ficar com parte do quintal dele e agora tenho de o devolver?
Nem pensar
Entram em tua casa? A questão é que a casa não era tua. Tu é que roubaste essa casa e fazes de conta que é tua.
 

SUPERMLY

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14 Setembro 2017
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O que vai acontecer é a Cisjordânia provavelmente ser absorvida pela Jordânia, depois este país e Israel vão acertar entres eles as situações dos colonatos e de Jerusalém, ficando apenas Gaza com pretensões independentistas.

A própria opinião pública dentro da Cisjordânia já se começa a movimentar nesse sentido porque a Autoridade Palestiniana é corrupta e o Hamas é uma organização terrorista, verificam que do outro lado da fronteira os palestinianos que se tornaram cidadão da Jordânia vivem melhor e na prática a maior parte da população desse país tem a mesma ascendência, e começam-se a perguntar se isso não será mesmo o melhor, se a Jordânia não será o verdadeiro estado palestiniano.

A minha dúvida será o que depois vai acontecer a Gaza, duvido que o Egipto queira voltar a absorver a região embora seja uma possibilidade, também não me parece que o Hamas queira isso ou que deixe que a Jordânia reclame esse território, é uma questão de sobrevivência para eles, acredito que vão continuar a reinvidicar um estado independente mas agora menos gente os vai levar a sério se não estiverem dispostos a abdicar da violência.

Acredito que toda esta situação esteja finalmente a se aproximar do fim, e creio que só mesmo se o Hamas desistisse da violência de forma inequivoca nos próximos tempos é que isto segue outro rumo do que eu descrevi, e existirá realmente um estado independente palestiniano.
A questão do Estado Palestiniano é que nunca mais vão ter as condições que iriam ter quando da Resolução 181.
Aliás aquando da Resolução 181 a Palestina tinha as condições mais favoraveis ao nivel de territorio(ficava com todo o territorio circundante a Jerusalem e o Acre junto ao Libano) o que se justificava visto que os Palestinianos eram os residentes à mais tempo.
Mesmo assim não aceitaram e quiseram tudo.
Nunca fizeram conta foi que Israel ganha se as 2 guerras.

No que diz respeito a actualidade, é muito por aí.Os palestinianos começam a perceber que quer em Israel quer na Jordaniatem melhores condições de vida e que não faz sentido lutarem para ter um país proprio mas sempre desprovido de condições de vida basicas.

Obviamente Gaza não conseguirá subsistir sozinha nem tem condições minimas basicas para albergar uma população.

Sobre os actuais territorios que Israel quer anexar (Golan Heights), convem frisar que não é só Israel a força de ocupação.1/3 desse territorio tá ocupado pela Siria
 
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Vlk

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3 Junho 2014
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Eu só comecei por afirmar três coisas que para mim me parecem evidentes, Gaza é um gueto, os palestinianos não têm liberdade de movimentos e sempre houve muitas violações grosseiras dos direitos humanos por parte de Israel antes do Netanyahu. Não faz sentido voltares a bater na mesma tecla porque eu nunca neguei, menorizei ou sequer fiz referência às acções palestinianas. Porque não era isso que estava em causa, mas sim a forma como Israel lidou com a população palestiniana. Para mim muito, mas mesmo muito, para além dos limites do aceitável para os padrões humanitários ocidentais.


Em primeiro lugar as movimentações de população dentro do território que actualmente comprime tanto Israel como os territórios palestinianos não aconteceram em apenas 1 ano, aconteceram desde o século 19 e da emigração israelita facilitada pelo império otomano que foi depois acelerada no mandato britânico pós 1ª Guerra Mundial, porque quando se aproximou a data da fundação de Israel o panorama demográfico já era semelhante ao actual.

E depois não creio que faça sentido argumentar que pelo simples facto de terem no espeço de menos de 1 século perdido mais de metade do seu território, que agora devemos encarar os palestinianos dentro de um estatuto de excepção no que se refere ao seu comportamento perante outros povos, até porque temos casos bem piores que aconteceram a outros povos e não me lembro destes receberem tamanha empatia, e também porque ao contrario destes foi a recusa dos palestinianos em aceitar um acordo melhor (porque queriam todo o território) que os pôs nessa posição.
Em 1947 os judeus eram 30% da população da Palestina e detinham 7% da terra, foi-lhes dado 60% do território.
Em 47 os palestinianos a viver em Israel eram 1.3milhões, no ano seguinte 150mil. Como é possível esperar que isto não crie um rancor imenso na população?

Ben-Gurion
" Why should the Arabs make peace? If I was an Arab leader I would never make terms with Israel. That is natural: we have taken their country. Sure God promised it to us, but what does that matter to them? Our God is not theirs. We come from Israel, but two thousand years ago, and what is that to them? There has been antisemitism, the Nazis, Hitler, Auschwitz, but was that their fault? They only see one thing: we have come here and stolen their country. Why should they accept that? They may perhaps forget in one or two generations' time, but for the moment there is no chance. So, it's simple: we have to stay strong and maintain a powerful army. Our whole policy is there. Otherwise the Arabs will wipe us out".


Os ataques sobre civis que referes nunca foram planeados nesses termos, eram sim operações militares como retaliação a ataques palestinianos sobre populações civis israelitas, posso aceitar que em alguns casos houve um excesso de força que provavelmente vitimou mais pessoas do que as que obrigatoriamente teriam que morrer neste tipo de operações, no entanto e ao contrário das acções palestinianas não faziam parte de uma estratégia de matar o maior número possível de pessoas.

Certamente terás o bom senso de perceber que se o objectivo fosse matar aleatoriamente palestinianos, teriam sido bem mais que umas centenas de mortes colaterais, ou nem isso és capaz de reconhecer ?

Quanto ao que aconteceu em Sabra e Chatila, podes até argumentar alguma responsabilidade moral por partes dos israelitas mas terás que reconhecer que foram as milícias cristãs libanesas que descontroladas fizeram aquilo, porque o único pedido que o Sharon lhes fez foi de capturar a chefia do grupo terrorista que eles acreditavam ter assassinado o primeiro ministro libanês poucos dias antes, insinuar que aquilo foi planeado pelos israelitas parece-me esticar um pouco os factos, e nesse sentido eu até percebo a tua critica mas terás que a contextualizar.
Partindo exclusivamente do princípio da retaliação consegues justificar todas as ações militares sobre civis. Não há um limite para aquilo que se pode fazer. E as dezenas de exemplos de bombardeamentos e ataques a populações civis, e as posteriores tentativas de encobrimento militar, mostram que Israel foi muito para além da retaliação. Sempre houve um desígnio enraizado numa parte da cúpula política e militar Israelita de controlar todo o território bíblico de Israel. E isso está mais do que documentado em declarações do Begin, do Moshe Dayan, de muitos outros líderes...

É óbvio que a responsabilidade sobre Sabra e Chatila não é só moral porque à luz do direito internacional e dos princípios humanitários mais básicos, a protecção das populações que vivem em campos de refugiados é de quem os administra, e o Sharon e Israel sabiam muito bem o que iria acontecer. Mas este é só o exemplo mais mediático porque aconteceu num país "estrangeiro" e sob os holofotes da comunicação social do mundo inteiro.


Quando à condenação internacional a Israel eu sempre tenho vontade de sorrir quando oiço ou leio essa argumentação, se existe prova de como muito na ONU é por vezes um jogo de bastidores e de influências, a forma como Israel é sistematicamente condenada de forma assimétrica de qualquer outro pais do mundo será mesmo a maior prova disso mesmo. A obsessão com essa pequena região do mundo em detrimento de outras regiões onde os direitos humanos são sistematicamente violados em enorme escala e nem só um pio merecem por parte da ONU, dizem tudo sobre o que realmente orienta essas condenações, o enorme lobby de países arábes e muçulmanos, assim como de vários países de matriz ideológica revolucionária.
Eu aí não me estava a referir à ONU. Estava-me a referir à condenação individual por parte de vários países ocidentais. E mais importante que tudo à condenação por parte de um sector relevante dentro de Israel.

Em momento alguém até ter surgido o Netanyhu, a liderança israelita pôs em causa que no dia em que fosse alcançado um acordo todos os colonatos seriam desmantelados, existir um pequeno número de israelitas que discordavam disso nunca até esse momento foi obstáculo. E que fique bem claro, mesmo o Netanyhu se não precisasse dessa pequena percentagem dos votos pelo facto das eleições serem tão apertadas provavelmente também se estava a cagar para isso.

Os acordos para separação de territórios foram sempre os palestinianos a não cumprirem primeiro ao mudarem de opinião e começarem novamente o confronto armado, o não cumprimento dos israelitas acontece sempre depois disso e normalmente envolve a continuação dos colonatos.
É como eu te disse, o aparecimento do Netanyahu não moveu uma palha no crescimento dos colonatos. Não abrandou, não acelerou, nada. E palavras lava-as o vento e a realidade está à frente de todos.

Quanto ao fundamentalismo continuo a dizer que não faz sentido dizer que orienta a acção de Israe, esse país tem uma das maiores percentagens de população agnóstica e ateia do mundo, só uma pequena parte é religiosa e o impacto disso limita-se aos colonatos, em todo o resto isto é uma questão de segurança para a população israelita.
Eu não disse que o fundamentalismo religioso dominava as decisões do estado de Israel, mas sim sempre teve uma influência inegável. E para além disso sempre houve uma forte componente não religiosa no movimento sionista.

Não me recordo de milícias de judeus terem massacrado palestinianos enquanto existe Israel, deves-te estar a referir a antes sequer de existir um estado de Israel mas creio que nessa altura era bem mais frequente o oposto. Também não percebo as humilhações que referes em relação aos colonatos, certamente que os palestinianos não gostam dos mesmos na Cisjordânia mas não por qualquer tratamento humilhante, apenas porque entendem ter direito a esse território, normalmente quando surge a conversa sobre humilhação é por causa do embargo de Gaza e não da Cisjordânia.
É estranho não saberes de humilhações nenhumas. É reportado quase diariamente, há inúmeros vídeos disponíveis pela internet fora

É estranho não saberes de humilhações nenhumas. Têm sido constantemente denunciadas dentro de Israel e estão aos montes disponíveis em vídeos pela internet, as ações cobardes dos colonos de acosso e assédio tanto a pessoas como propriedades dos palestinianos a coberto da IDF. Desde assassinatos a perseguições constantes, a agressões a idosos, a invasões de casas a destruição de plantações agrícolas a destruição de depósitos de água. Este tipo de ações é defendida e incentivada por alguns rabinos, e como cereja no topo do bolo como os colonos têm direitos extra-territoriais a polícia da autoridade palestiniana não lhes pode tocar com um dedo (ao contrário do que o exército israelita pode fazer em situações recíprocas).

Sim as milícias eram pré-Israel, e a justificação da retaliação aqui ainda cola menos, até porque muitas das vítimas foram ingleses. A justificação era o extremismo e o belicismo do movimento sionista que insistes em negar que sempre existiu.

.....

É preciso perceber que há pouco a ganhar para um país em defender a posição israelita, só mesmo os EUA o fazem por terem lá uma população judia com alguma influência, em todos os outros casos isso dificultará todo um conjunto de interesses económicos, políticos e até militares, tens aí a tua resposta a muito desse apoio do centro e da direita, estão a cuidar dos seus interesses nacionais.

E eu nunca disse que Israel não cometeu erros, os teus posts iniciais é que iam muito mais no sentido de criticar Israel que os palestinianos, se existe alguém que deu a opinião de estar inquinado eras tu, creio que o meu post inicial ao Phillip a referir esta situação até dizia que ambos os lados cometeram erros, depois referi o Netanyhu para dizer que era mais criticável Israel a partir desse ponto a te responder a ti, e depois só quando vi o que me pareciam as tuas criticas só num sentido é que disse que se tivesse que criticar um mais que outro, seria o lado palestiniano.

Em momento algum eu aqui escrevi que Israel era uma pais completamente inocente, apenas tentei fazer uma caracterização real sobre a sua acção histórica para além de demagogia inicialmente do Phllip e depois da tua.
O argumento repete-se eternamente, quando há uma recriminação maioritária internacional é sempre porque há manipulação por trás, há sempre interesses ocultos por trás, é tudo por interesses. Como se o lobby judeu não tivesse influência nenhuma. Chega a ser caricato esta justificação constante e negação das evidências.
É difícil perceber que a condenação que existe é maioritariamente originada pelo desrespeito constante dos direitos humanos por parte de Israel?
E que fazer isto não é bater palmas ao Hamas?

E se a condenação pública é maior a Israel do que aos palestinianos, isso não acontece porque os atos de uns sejam menos condenáveis do que os outros. Acontece porque um é um Estado e o outro não, e porque a desproporção das ações não é demagogia como lhe chamas, é um dado objectivo, estatístico e inquestionável.
 
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E se a condenação pública é maior a Israel do que aos palestinianos, isso não acontece porque os atos de uns sejam menos condenáveis do que os outros. Acontece porque um é um Estado e o outro não, e porque a desproporção das ações não é demagogia como lhe chamas, é um dado objectivo, estatístico e inquestionável.
Eu já vi que não vamos chegar a lado nenhum, nem eu te vou convencer que tenho razão, nem tu me vais convencer a mim, obviamente que acho um disparate dizer que há desproporção nas acções de Israel, e muito menos que isso é um dado objectivo, estatistico e inquestionável, acho exactamente o oposto.

Em todo o caso não desejo mal nenhum aos palestinianos e espero que a solução para o problema esteja para breve, como já referi ao SUPERMLY acredito que a Jordânia vá absorver a Cisjordânia e depois veremos o que acontece a Gaza, talvez seja absorvida ou pela Jordânia ou pelo Egipto, a alternativa seria se o Hamas se desarmasse de forma convincente mas suspeito que isso nunca vai acontecer, e na prática dado o desastre que tem sido a administração desses territórios tanto pela Autoridade Palestiniana como pelo Hamas acabará por ser o melhor para quem lá vive, e certamente também será melhor para os israelitas.
 

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Eu já vi que não vamos chegar a lado nenhum, nem eu te vou convencer que tenho razão, nem tu me vais convencer a mim, obviamente que acho um disparate dizer que há desproporção nas acções de Israel, e muito menos que isso é um dado objectivo, estatistico e inquestionável, acho exactamente o oposto.

Em todo o caso não desejo mal nenhum aos palestinianos e espero que a solução para o problema esteja para breve, como já referi ao SUPERMLY acredito que a Jordânia vá absorver a Cisjordânia e depois veremos o que acontece a Gaza, talvez seja absorvida ou pela Jordânia ou pelo Egipto, a alternativa seria se o Hamas se desarmasse de forma convincente mas suspeito que isso nunca vai acontecer, e na prática dado o desastre que tem sido a administração desses territórios tanto pela Autoridade Palestiniana como pelo Hamas acabará por ser o melhor para quem lá vive, e certamente também será melhor para os israelitas.
Claro, nem o meu objectivo é demover-te de nada, é só trocar ideias.

Só para explicar porque é que acho os dados objectivos e conclusivos.
Desde 2008 (para trás a proporção foi sempre semelhante):
3100 palestinianos civis mortos e 250 civis+militares Israelitas. Só crianças, do sexo feminino* foram mortas tantas como o total de civis e militares Israelitas.
Eu acho isto objectivo.

(*escolhi este grupo porque é difícil de enquadrar numa retaliação militar, ou pelo menos nunca devia ser vítima dela)


Em relação à resolução tenho um perspectiva diferente da tua. Acho que o maior problema surgirá dentro de uma ou duas décadas quando a população árabe a viver em Israel eventualmente se aproximar da maioria. Antes disso se perceberá a verdadeira tolerância de uns, e depois disso a capacidade de esquecer o desejo de vingança de outros.
 
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Só que continua a falar de coisas que nem sequer conhece. Os tais movimentos que colocaram o FN e a Marine Le Pen na " ordem do dia " foram o Mitterrand por pura estratégia política e a CS que sabe muito bem que num sistema de duas voltas(alianças) o candidato FN/RN e ainda mais sendo um Le Pen muito dificilmente sera eleito.

Vejam os resultados das municipais em França. O RN so ganhou em Perpignan(grandes cidades). Passaram de 1438 conselheiros municipais em 2014 a 840 em 2020.
 
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