De ano para ano, a cobertura jornalística dos incêndios torna-se cada vez mais absurda e surreal. Há dias andava um repórter a combater um incêndio juntamente com a população. Segurava uma mangueira enquanto falava para o microfone. A omnipresente senhora Laranjo refugiou-se na casa de uma idosa, com outro jornalista, para fugir às chamas e ao fumo. E procurava serenar a senhora de idade, enquanto o canal transmitia a imagem negra do interior da habitação sem electricidade.
Visualmente, fica a ideia de caos. E ainda falam da importância do interior e lastimam o despovoamento e a desertificação. Só um louco ou alguém com meios bastantes se instalará num sítio onde o país mal existe.