Henri Bergson, um filósofo francês de ascendência judaica, disse uma vez, que os judeus se puseram muito a jeito, muitas vezes, para serem perseguidos. Disse ele, que era judeu, devia conhecer bem o assunto.
Os judeus têm uma identidade e uma cultura fortes, de base religiosa, tal como os muçulmanos, os chineses ou, a outro nível, os ciganos ou os amish.
Esses tipo de grupos identitariamente fortes, quando inseridos numa cultura diferente e maioritária, tendem a fechar-se sobre si próprios para sobreviver, para não perderem aquilo que vêm como as suas raízes culturais.
Com isso, acabam muitas vezes por se segregar-se a si próprios, por constituir guetos, porque não se querem integrar na cultura dominante. E essa atitude de recusa levou muitas vezes a situações de perseguição/exploração por parte da cultura dominante.
Isto é tão velho como o mundo, e só poderia ser evitado se cada macaco ficasse no galho da sua tribo e se evitasse misturas. Só que isso sempre foi impossível, além de indesejável, e mais impossível ainda numa economia globalizada como a nossa.
Dito isto, não me parece que seja saudável para uma comunidade ter uma percentagem muito alta de pessoas duma cultura/religião diferente, porque vão sempre, inevitavelmente, agir como factores de conflito. E nós não precisamos de mais conflitos e divisão do que as que já existem naturalmente.
Água e azeite não se misturam, por muito que os idealistas de esquerda pensem que sim. Não existem sociedades multi-culturais, o que existe são sociedades compostas por diferentes enclaves culturais. E as pessoas que acreditam que o "dever ser" se pode sobrepor ao ser acabam a destruir o tecido social.