Os senhorios são a minoria porque a vida é mesmo assim, se todos fossem ricos na verdade eram todos pobres.O estado deve sempre governar em função dos interesses da maioria e não de interesses particulares. E essa maioria não são os senhorios, mas os que ganham o salário mínimo e não têm condições para uma vida minimamente digna porque lhes pedem 700 ou 800 euros de renda ou 170 mil euros pela merda dum T1. Não estamos a falar de defender "desfavorecidos", mas de defender trabalhadores pobres. Esta situação calamitosa a que a habitação chegou não é saudável nem sustentável nem patriótica. A brutal inflacção dos preços das casas só surgiu porque o governo PS criou condições para ela. Mas essas condições, que se calhar faziam sentido em 2012, hoje já não fazem.
E digo isto apesar de ter amigos e familiares próximos que vivem do alojamento local.
Vou-te dar um exemplo de um amigo. Hoje está muito bem na vida, provavelmente antes dos 50 anos pode parar e "meter os tomates ao sol" - palavras dele. Mas o crescimento foi doloroso. Por opção própria é certo, porque quis sacrificar parte da vida para crescer e estar desafogado agora. Chegava ao ponto de sair com a namorada e tomar um café a meias para não gastar. O certo é que poupou e investiu e hoje está muito bem. Eu nunca tive essa vontade porque achei demais, mas a verdade é que, a correr bem, só lá para os 55 é que posso "meter os tomates ao sol". Outros acham um absurdo e preferem gastar tudo e até fazer créditos para viajar enquanto são novos. São opções de vida de cada um que temos todos de respeitar.
Se ele tivesse comprado o iPhone novo todos os anos, tivesse comprado um BMW em vez de um Fiat com uns aninhos... Paciência, era a vida que ele tinha escolhido.
Ora, onde é que eu quero chegar com isto? A pessoa que andou 20 / 30 anos a sacrificar-se para ter alguma coisa vai ser castrada, mas quem nunca se preocupou em precaver o futuro fica-se a rir.
O sentido de justiça fica onde?
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