“Estou desapontado com a forma inerte, impávida e serena como a FPF assiste a todo este carnaval”
André Villas-Boas criticou as principais entidades do futebol nacional e anunciou a renovação de Alan Varela
Reunido com a comunicação social após a assinatura do protocolo de construção do Centro de Alto Rendimento, André Villas-Boas revelou que a negociação por Gabri Veiga está “numa fase cada vez mais próxima de um acordo total” e anunciou o prolongamento do vínculo de Alan Varela, “que irá renovar até 2030 com uma cláusula de rescisão de 75 milhões de euros e é uma das peças fundamentais para o futuro do FC Porto”.
Elogiada também a “chamada merecida” de Rodrigo Mora à seleção nacional e assente a necessidade de “investir” para “dotar o treinador de outras capacidades para o Mundial do Clubes”, o presidente foi claro sobre os sucessivos ataques que se têm visto no futebol português nos últimos dias: “Chegou a altura de o Presidente da Federação dar um murro na mesa porque estamos perante grandes suspeições levantadas relativamente ao que me parecem casos de corrupção passiva e ativa”.
“Eu não tenho feito outra coisa senão avisar tanto o presidente da Liga como o da Federação e ex-presidente da Liga para o facto de eles não terem condenado publicamente os atos de corrupção ativa provados em sede de justiça”, acrescentou antes de considerar que “todo este clima não revela nada de bom, a continuação das declarações de ataque a árbitros e ao Conselho de Arbitragem por parte do presidente do Sporting também é lamentável em toda a linha, portanto espera-se que o Conselho de Disciplina tenha uma mão severa relativamente ao posicionamento do presidente do Sporting, que continuou a atacar árbitros, um em particular que curiosamente errou em infelicidade a favor da sua equipa e tem errado várias vezes a favor da sua equipa”.
Sobre a Cimeira de Presidentes que decorreu na noite anterior, o dirigente máximo do FC Porto esclareceu ainda que “tudo ficou num ‘nim’” pois há “um total desacordo de ideias relativamente a vários temas e nesta fase, entre os três grandes, vive-se este calendário de crispação evidente, não só por determinado tipo de posicionamentos, por sobranceria, por hipocrisia de alguns. E nesta fase é impossível de comunicar, seja para o que for”. “Ao nível da acusação em que as coisas estão é difícil, porque, por exemplo, o Sporting opta por, cada vez que vem a público, condenar as diferentes instituições com uma sobranceria e uma própria hipocrisia como eu nunca vi. Eu acho que nós todos devemos honrar, e todos, apesar do sucesso recente, estamos só de passagem pelo futebol português e devemos honrar as instituições, e penso que as suas posturas de completo ataque às instituições, aos órgãos, a árbitros, a pessoas, não se coadunam com o sentido institucional e de responsabilidade de um presidente do Sporting. Isto é apenas o presidente do FC Porto a falar”, concluiu.
O Centro de Alto Rendimento
“Dá-se início ao processo de colaboração entre as duas instituições, entre o FC Porto e a Câmara Municipal de Gaia, para todo o apoio logístico, urbanístico, operacional, paisagístico também, porque temos toda uma área envolvente que vamos ceder à Câmara Municipal de Gaia para a construção de opções de lazer e bem-estar para as pessoas, para a população de Olival e para os gaienses. Portanto, este é um protocolo que dá início a essa colaboração estreita entre as duas instituições. Evidentemente, agora vamos passar por todo o processo que está relacionado com o licenciamento da obra, com a sua construção, com movimentos de terras que estão associados à construção do mesmo centro de alto rendimento e, portanto, teremos ainda mais algum tempo pela frente até finalmente vermos a obra construída. No entanto, dar-vos nota que a escritura pública foi feita recentemente, o FC Porto adquiriu finalmente os terrenos, a operação do FC Porto não teve que se financiar, comprou os terrenos com os seus meios e isto é revelador também de um trabalho de excelência que fizemos nos últimos 12 meses para a recuperação financeira do clube e também a sua credibilidade na banca nacional e internacional. Portanto, pequenos passos para esta construção de uma peça fundamental para o FC Porto, peça determinante e estruturante onde se instalarão as nossas equipas de futebol profissional, incluindo a equipa principal e dessa forma movendo tudo o que é a formação do FC Porto para o CTFD PortoGaia."
A negociação por Gabri Veiga
“Estamos numa fase cada vez mais próxima de um acordo total, evidentemente há sempre imprevistos que podem acontecer. Gostaríamos muito de contar com a presença dele para o Mundial de Clubes, ou seja, fazer uso desta janela especial que abre de 1 a 10 de junho. No entanto, o jogador ainda pertence ao Al Ahli, com o qual temos excelentes relações. Estamos a negociar com o clube para ver se é possível. Não queríamos entrar em loucuras, queremos ser comedidos também na sua transferência. É um grande talento jovem e europeu, com grande proximidade evidentemente por ter nascido em Porrinho, por se ter desenvolvido no Celta de Vigo e esperemos levar a bom porto as negociações. Temos a autorização do Al Ahli para falar com o jogador, que mostrou a sua vontade. Ele abdica de mais de 90% do seu salário para jogar FC Porto. Tudo isto é louvável na carreira de um desportista, que normalmente toma muitas das opções no sentido de recuperarem ou de adquirirem ganho financeiro com as suas transferências. O Gabri faz precisamente o movimento inverso, depende um pouco das conclusões das negociações que espero que se consigam fazer nos próximos dias.”
A janela prévia ao Mundial de Clubes
“Está a revelar-se um mercado muito difícil de trabalhar porque a maior parte dos clubes, jogadores e agentes sonda o mercado, isto é uma janela muito específica e muito especial. Como vocês bem sabem, normalmente os mercados agitam nas últimas semanas de agosto, início de setembro, quando fecham, e operar nesta janela de mercado está a ser particularmente difícil. No entanto, tínhamos este objetivo, que corresponde às ambições do treinador e é isso que queremos fazer. Queremos fazê-lo de uma forma concreta, sólida e não entrando em loucuras. São esses passos que estamos a dar.”
A renovação de Alan Varela
“Está concluída toda a operação da renovação do Alan Varela, que irá renovar até 2030 com uma cláusula de rescisão de 75 milhões de euros e é uma das peças fundamentais para o futuro do FC Porto.”
A estreia de Rodrigo Mora na seleção nacional
Vi a chamada à seleção com muita alegria. Foi uma chamada merecida, há muita responsabilidade também para o atleta, que lhe é colocada sobre os ombros. Eu acho que muito importante nesta fase de desenvolvimento dos jovens atletas e novos jogadores da seleção nacional é a continuidade na seleção, ou seja, que eles também não sejam abandonados entre convocatórias. O seu desenvolvimento como jogadores internacionais é fundamental. Não há dúvida que ele é abraçado por uma nova luz de esperança relativamente à representação pela seleção nacional e isto também é uma responsabilidade do selecionador e da Federação Portuguesa de Futebol. Portanto, muita alegria pelo Rodrigo Mora, por esta primeira chamada e esperamos que seja um sucesso para o futebol português e para a seleção nacional.”
O investimento no plantel principal
“A equipa está bem entregue ao treinador e em desenvolvimento. Queremos, como vocês bem sabem, reforçá-la porque há essa necessidade. O FC Porto, em 12 meses, gerou mais de 200 milhões de euros em vendas de jogadores, muito por culpa da sua recuperação financeira absolutamente fundamental para a sustentabilidade do clube enquanto clube de associados e fruto disso sofreu com a partida de alguns atletas. Portanto, nesta fase em que temos margem para investir, o nosso objetivo é mesmo dotar o treinador de outras capacidades para o Mundial do Clubes.”
A “podridão” do futebol português
“Eu acho que, sobretudo, chegou a altura de o Presidente da Federação dar um murro na mesa porque estamos perante grandes suspeições levantadas relativamente ao que me parecem casos de corrupção passiva e ativa. As frases do presidente do Benfica, que não sei a quem as dirige, são graves e levantam várias suspeitas sobre o futebol português. Eu não tenho feito outra coisa senão avisar tanto o presidente da Liga como o da Federação e ex-presidente da Liga para o facto de eles não terem condenado publicamente os atos de corrupção ativa provados em sede de justiça, que achava um ato lamentável e que poderia levar à continuação de atos de suspeição à volta do futebol português. Portanto, todo este clima não revela nada de bom, a continuação das declarações de ataque a árbitros e ao Conselho de Arbitragem por parte do presidente do Sporting também é lamentável em toda a linha, portanto espera-se que o Conselho de Disciplina tenha uma mão severa relativamente ao posicionamento do presidente do Sporting, que continuou a atacar árbitros, um em particular que curiosamente errou em infelicidade a favor da sua equipa e tem errado várias vezes a favor da sua equipa. O seu ataque pessoal continuou ontem, tivemos um presidente interino da Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol que tomou um posicionamento a favor das declarações do presidente do Sporting, não se demarcando e não protegendo a sua classe também, portanto toda esta liberdade que o presidente do Sporting tem em coagir árbitros, em condená-los publicamente tem de ser severamente punida. Estou um pouco desapontado com a forma inerte do Conselho de Disciplina, a forma impávida e serena como a Federação Portuguesa de Futebol assiste a todo este carnaval. Eu gostei muito das declarações ontem do Secretário de Estado Pedro Dias, que tenta trazer um pouco de calma ao futebol português. A realidade é que eu já fiz uma intervenção em sede da cidade do futebol, da Federação Portuguesa de Futebol, em que afirmei que o futebol português está podre, as instituições não estão colaborantes, os grandes não estão sentados à mesa, há um choque evidente entre presidente da Liga e presidente da Federação como ontem ficou bem provado, portanto todos estes discursos de unir o futebol de almoços e almocinhos e congressos que optam por apontar um sentido de união do futebol português, posso garantir-vos que não é o caso e isso é por demais evidente e penso que está na altura do presidente da Federação Portuguesa de Futebol dar um murro na mesa relativamente às situações que se estão a passar, às declarações que estão a ser feitas por presidentes das duas grandes instituições, que não podem passar impunes sem um castigo severo, na minha opinião.”
As conclusões da Cimeira de Presidentes
“São temas muito sensíveis, onde cada um vai prevaricando os seus interesses, eu acho que é por de mais evidente e eu já tive a oportunidade de dizer isso. O mais normal é todos os clubes perderem valor relativamente aos que ganham em receitas de audiovisuais. A centralização poderá trazer valorização, principalmente aos clubes mais pequenos, mas os mesmos também têm que ter um enquadramento específico do que é o futebol português, onde os três grandes dominam 90% a 95% do mercado. Nós temos um posicionamento muito específico relativamente aos adeptos dos clubes, sendo a respeito pelos demais clubes, demais instituições e demais adeptos, mas a realidade é que os três grandes dominam, dessa forma, o panorama nacional. Evidentemente não querem perder dinheiro, podem contribuir de outra forma para os outros clubes, seja com o dinheiro conseguido através das receitas da UEFA, seja de outras maneiras de valorização do produto. Agora, parece-me evidente que o futebol português não pode sobreviver com jogos que têm 500 ou 600 pessoas a assistir e com jogos que se jogam em estádios a 100 quilómetros da sede fundamental do seu clube de futebol. Portanto, há várias discussões a ter à mesa. Ontem defendi a redução e a remoção da Taça da Liga, porque deixou, penso eu, de ter interesse. Penso que também é um bom teste para os clubes pequenos. O Paulo Lopo, presidente do Estrela da Amadora, posicionou-se relativamente a ter a Taça da Liga para os clubes pequenos e será uma excelente oportunidade para eles, para vermos o que é que vale uma organização de uma Taça da Liga com os clubes pequenos, em termos de receitas audiovisuais. Portanto, também se lança o desafio para vermos qual é o valor do seu produto, que possibilidades é que tem e que receitas podemos atingir. Agora, sobre o posicionamento do futebol português e o seu bem-estar, eu acho que em primeiro lugar cabe ao presidente da Federação Portuguesa de Futebol uma mão severa sobre o que está a passar. Uma palavra. Uma palavra que é pública e não escrita ou escondida. Estas declarações de união e almoços na Federação Portuguesa de Futebol não levam a lado nenhum. Ontem ficamos num “nim” relativamente a tudo. Portanto, vão-se passar mais 90 dias até a Liga Portugal trazer estudos relativamente ao que pode valer o futebol português, vamos ganhar mais 90 dias no calendário para se decidir o que se vai decidir. Sei que é um espaço complicado. Acho que os clubes portugueses não têm que pedir ajuda ao Governo. Deviam ter autoridade profissional e moral e ética de desenvolverem os seus próprios problemas. O problema é que estamos num total desacordo de ideias relativamente a vários temas e nesta fase, entre os três grandes, vive-se este calendário de crispação evidente, não só por determinado tipo de posicionamentos, por sobranceria, por hipocrisia de alguns. E nesta fase é impossível de comunicar, seja para o que for.”
A relação com os rivais e as declarações de Frederico Varandas
“O Benfica vai entrar em eleições e isso será um fator determinante mais tarde para os três se sentarem à mesa de novo. Ao nível da acusação em que as coisas estão é difícil, porque, por exemplo, o Sporting opta por, cada vez que vem a público, condenar as diferentes instituições com uma sobranceria e uma própria hipocrisia como eu nunca vi. Eu acho que nós todos devemos honrar, e todos, apesar do sucesso recente, estamos só de passagem pelo futebol português e devemos honrar as instituições, e penso que as suas posturas de completo ataque às instituições, aos órgãos, a árbitros, a pessoas, não se coadunam com o sentido institucional e de responsabilidade de um presidente do Sporting. Isto é apenas o presidente do FC Porto a falar, evidentemente ele entenderá estas palavras de outra forma, mas a realidade é que, com este tipo de posicionamento, não vamos a lado nenhum, por isso é que aqui é absolutamente necessário que o Conselho de Disciplina seja severo e puna arduamente todas estas intervenções do presidente do Sporting, o levantar das suspeições por parte do Presidente de Benfica, relativamente aos órgãos e às diferentes entidades, e também que de uma vez por todas se condene publicamente todo e qualquer ato de corrupção passiva e ativa no desporto português, principalmente no futebol.”
O balanço da temporada
“Evidentemente o FC Porto não está contente de forma alguma com o terceiro lugar, são já três anos sem vencer o campeonato e para nós esta distância é uma mágoa que nos abre enorme no coração, claro está que os adeptos estão aqui para valorizar o desportivo, não estão para valorizar todos estes atos de recuperação financeira do FC Porto, de investimento, do seu crescimento, da equipa de futebol feminino, do que pode vir a ser o futsal na formação muito em breve, o investimento nas modalidades, a recuperação da credibilidade do FC Porto a nível nacional e internacional e um sem número de iniciativas de melhoramento e de experiências que tivemos para com os adeptos. Nós somos um clube vencedor, um clube que é unido para vencer, que tem uma sede de vitórias como nenhum outro tem, fruto também do que é cultural e visceral das suas gentes, e ficar em terceiro lugar não é motivo de orgulho para ninguém, nem eu me vou escudar em todos estes passos que estou a dar relativamente à recuperação do FC Porto em todos os outros aspetos. O desportivo é o nosso foco, para que o desportivo melhore temos que investir na equipa, é um compromisso que temos com o treinador, dar-lhe melhores soluções, é isso que estamos a fazer. Nesta fase estamos a operar num mercado bastante complicado, queremos muito ir para o Mundial de Clubes reforçado, mas queremos também dar passos que são sólidos. O futuro é um futuro que espero que seja de conquistas, o nosso objetivo é o título nacional, como vocês bem sabem, e começa um novo ciclo e ao trabalho.”
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