Plantel banal ou não, a defesa do Sporting é a mesma da época passada, William e Adrien, jogadores titulares da selecção campeã da Europa mantêm-se na equipa, Gelson é um miúdo cheio de talento e o melhor assistente da Liga, Bryan Ruiz fez uma grande temporada na época passada e Bas Dost custou mais de 10M e era o sonho molhado de muitos portistas.
Perderam 2 jogadores importantes, é um facto, mas esta quebra do Sporting não pode ser explicada apenas pela falta de qualidade ou de soluções, mais de 80% da equipa é exactamente a mesma. O rendimento a nível defensivo do Sporting não se pode explicar apenas pela saída de João Mário e Slimani, a equipa mostra debilidades colectivas claras no processo defensivo. Sem Adrien, ou com um Adrien com baixo rendimento, este Sporting tem uma dificuldade absurda na fase de construção no meio-campo. O rendimento de William Carvalho caiu abruptamente. Para mim, não é só um problema da falta de qualidade, é um problema também das opções e trabalho do treinador e também um problema de gestão, não me acredito que após a conquista do Europeu, William e Adrien estejam satisfeitos no Sporting.
Outro dos grandes problemas na minha opinião, foi o dar carta branca ao Jorge Jesus na construção do plantel. Já no Benfica, nos primeiros 3 anos, o Jesus teve poder na construção do plantel e veja-se o resultado, as carradas de brasileiros que acabaram no galinheiro e não renderam absolutamente nada, Patric, Eder Luiz, Felipe Menezes, Keirrisson, César, Airton, Kardec, entre tantos outros...
Jesus na dimensão do campeonato português é um bom treinador, com os seus pontos fortes, mas também com imensas lacunas, longe, muito longe, daquilo que a imprensa fez dele e lhe permitiu obter um salário na ordem dos 5/6 milhões anuais. As suas equipas praticam bom futebol, têm uma propensão ofensiva grande e apresentam combinações e dinâmicas ofensivas de qualidade, mas apresentam consistentemente os mesmos problemas, o mais grave é a incapacidade de gerir ritmos, a falta de inteligência colectiva nos vários momentos, são equipas com 2 velocidades, com demasiada vertigem e pouca capacidade para perceber o que o jogo pede. O melhor Benfica de Jesus era uma equipa de 2 dimensões, uma onde atacava com uma intensidade e caudal, outra que defendia com todos atrás da linha da bola, sempre, em todas as épocas, com a ajuda das arbitragens.
Em todos estes anos, Jorge Jesus mostrou demasiadas debilidades para valer 6M anuais, uma loucura, um absurdo.