DECO-10 disse:
Se estamos a realizar cerca de 5000 testes diários mas a DGS diz que temos capacidade para realizar 11.000 testes diários, porque é que existem hospitais e unidades de saúde de determinadas regiões que denunciam não ter testes disponíveis para realizar? Não estão a ser disponibilizados? Estamos a falar de uma diferença de 6000 testes entre a capacidade declarada e os testes realizados.
Eu conheço e tenho contactado com algumas pessoas que estão diretamente nas urgências improvisadas para o COVID19 (unidades independentes das urgências habituais) e também com varias IPSS, Bombeiros, etc.
Os relatos que recebo são bem diferentes da abordagem da DGS e do governo.
Daí que, já ontem, tivesse colocado em causa a curva de crescimento do numero de casos. Se não testamos todas as incidências suspeitas, quando ainda estamos a menos de 50% da nossa capacidade de teste, não estamos a desvirtuar a curva de crescimento real do numero de infetados?
Eu disse mais de 5000 mil testes diários, porque estava a pensar em termos de média, os números de testes foram subindo gradualmente, tivemos dias em que realizamos 7000/8000. No dia 7 de Abril, por exemplo, o número de testes realizados foi mais baixo que o habitual, fizemos 3695 testes, no dia 6 tínhamos feito 7994. Com o menor número de testes feitos, a percentagem de positivos nesse dia foi de 18,9%, no dia anterior com os 7994 testes a percentagem de positivos foi de 8,9%. Se aumentássemos o número de testes para 10000 ou 11000, a percentagem diária de positivos seria ainda menor, por isso não há qualquer razão para se falar num "desvirtuar da curva de crescimento". Não faz sentido aumentarmos os testes para a capacidade máxima, até porque as percentagens de positivos diários dizem-nos isso mesmo, não sabemos como serão os próximos tempos, é muito provável que venha uma 2ª vaga e portanto, é natural e lógico que não aumente o número de testes para a capacidade máxima, não há necessidade.
Tivemos "sorte" por termos sido o último país da Europa a registar os primeiros casos, pudemos observar e aprender, a situação geográfica ajudou, mas o governo também foi competente e adoptou as medidas necessárias logo no início e também com a ajuda da pressão de muitos portugueses que olharam com medo para o que se estava a passar em Itália, França, Espanha, etc. Cometemos erros? Claro que cometemos, ninguém estava preparado para lidar com isto, mas dadas as circunstâncias e olhando para outros países, temos que estar contentes com a nossa situação. Veja-se o caso do Reino Unido, da Suécia ou da Holanda, que do topo da sua arrogância, minimizaram a situação, acharam que a imunidade de grupo "à bruta" era a melhor solução e agora estão a pagar por isso. Em termos de testes e estatísticas os Suecos têm sido um desastre e os Holandeses registaram imensas mortes nos últimos dias.