Branco disse:
Tendo em conta que a doença em si está na base de tudo isto, creio que será mesmo o tópico adequado, e nesse sentido não acho que serão assim tantas as implicações geopoliticas, embora certamente certas coisas vão mudar.
De certeza que a cadeia de produção de medicamentos fundamentais nunca mais estará dependente de um país como a China, isso certamente será reavaliado, já no restante acho que as coisas vão invariavelmente voltar ao mesmo porque eles são um mercado relevante demais para simplesmente desinvestir, talvez arrefeça durante algum tempo mas nada mais que isso.
Um dos maiores impactos disto será no tema das emigrações ilegais, porque isto envolve o reforço do conceito de fronteira como algo relevante da defesa das populações, creio que os refugiados e migrantes económicos vão levar de tabela por causa disto.
Depois ainda há a dúvida do impacto económico, mas em principio e mesmo que haja recessão em alguns paises será ligeira, as implicações politicas é que ainda podem existir algumas e curiosamente em sentido inverso de país para país, por exemplo nos EUA isto prejudica o Trump mas na Europa claramente beneficia os populistas de direita.
O problema de se analisar, em termos históricos, uma realidade, sem a devida distância temporal permite que se cometam imensos erros.
Na minha opinião estamos a assistir a uma tentativa de restabelecimento de uma nova ordem mundial. Um novo eixo empresarial e político que subjugue de uma certa forma o poder cada vez maior que a China tem no Mundo. Nova ordem mundial que, (e aqui discordo de ti quando dizes que isto afetará o trump) terá como frontliners USA, Reino Unido e países (Itália, França, Alemanha) onde os populistas de direita se irão apropriar desta situação para capitalizar em termos políticos (medidas cada vez mais restritivas nas fronteiras, nacionalismos cada vez mais exacerbados, o retorno do discurso do medo em relação ao exterior).
Não é apenas nas farmacêuticas que o ataque acontece. Passa-se o mesmo por exemplo no setor da tecnologia, onde um país que andou a espiar (comprovadamente) diversos países e chefes de estado se arroga como defensor da segurança tecnológica. Não deixa de ser irónico.
E isto não é novidade nenhuma, já aconteceu várias vezes em etapas passadas da história da humanidade.
Com os resultados que todos conhecemos.
Mas isto é apenas a minha opinião. Veremos no que dá.