MiguelDeco disse:
Esqueceste de dizer que o Dr. José Eduardo Pinto da Costa é um médico.
E talvez o motivo porque as pessoas pensam que isto é mais uma mão cheia de quase nada é porque algumas pessoas ainda se lembram o que foi a gripe A, por exemplo.. Onde o nível de histeria andou em níveis similares e depois foi o que foi..
Não passa de uma gripe um pouco mais grave. O quão grave ainda não se sabe, mas pelo aquilo que os médicos vão falando, não é nada que tenha uma taxa de mortalidade fora do normal. Mas este nível de desespero que se vê por aqui (e falo das internet´s) é qualquer coisa de preocupante, de facto.. E já se sabe, entre aquilo que diz um médico (neste caso não foi apenas o Dr. Pinto da Costa, mas façamos de conta que sim) e um fulano qualquer da internet já se sabe em quem confiar..
O facto dele ser médico, por si só, não o capacita para falar sobre o assunto. Sou extremamente cuidadoso com a informação, neste caso, procuro sempre a opinião de quem sabe, investigadores, cientistas, especialistas em doenças infecciosas e médicos que lidaram de facto com o assunto.
Só para teres noção, a minha mãe fez uns exames de rotina na semana passada, esteve com o médico de família e fez-lhe algumas perguntas sobre o assunto do momento, o médico respondeu-lhe para não se preocupar que isto não era nada e que com o calor ia desaparecer. Um médico a dizer isto a uma paciente.
Ainda ontem vi o director do CIDRAP, Michael Osterholm, investigador, cientista em saúde pública e especialista em biossegurança e doenças infecciosas. Há 3 anos, escreveu um livro onde dedicou um capítulo ao SARS, MERS e a elevada possibilidade de surgir um vírus do mesmo género, na CHina e que poderia provocar uma pandemia.
Parece-me que o Michael Osterholm, é bem mais capacitado para falar do assunto que o Dr. Pinto da Costa. Um dos avisos que deixou, foi precisamente para as pessoas não subestimarem a situação, que isto não será algo de curta duração, é um vírus que veio para ficar pelo menos durante muitos meses e que não é sequer comparável à gripe comum. Falou da situação na China e Itália e principalmente do que poderia acontecer nos EUA, a falta de preparação para lidar com uma situação destas, a falta de meios e a forte possibilidade de assistir ao colapso da saúde devido ao elevado número de casos.
Acabou a dizer que o pior que se pode fazer é não informar as pessoas ou tentar suavizar a situação e que é fundamental que as instituições responsáveis sejam sinceras, directas e digam às populações o que está prestes a acontecer.