Aqui está a entrevista,fonte:zerozero
Jorge Fucile está de volta. O jogador não veste a camisola do FC Porto, em campo, desde novembro de 2011 e quer recuperar o tempo perdido, aproveitando a sua reintegração no plantel principal dos dragões, pedida, expressamente, por Paulo Fonseca, novo treinador dos azuis e brancos.
«Espero entrar com o pé direito, fazer uma boa pré-temporada e ganhar ritmo para voltar a sentir o futebol. Há quase um ano que não jogo. Ficar parado é o pior que pode acontecer a um jogador, mas agora tenho a oportunidade de poder fazer aquilo que gosto e quero fazê-lo bem para voltar a ser o jogador que já fui neste clube», começou por dizer o uruguaio, numa entrevista concedida ao jornal O Jogo, recordando o seu regresso do Santos, onde esteve emprestado, e o facto de ter treinado à parte ou com a equipa B nos últimos meses, desde que voltou do Brasil.
Fucile ainda não falou com Paulo Fonseca, responsável pela sua reintegração na equipa principal do FC Porto, mas já sabe o que vai dizer ao treinador.
«Este meu regresso deve-se a ele, que acreditou em mim. Quero retribuir a confiança depositada em mim pelo Paulo Fonseca. Estou disposto a lutar como sempre fiz no FC Porto, porque ainda sou novo e tenho muito para dar a este clube», prometeu, lamentando todo o tempo que esteve parado.
«Foi muito difícil. Fiquei de fora muito tempo. Quando jogava no Brasil sentia-me bem, mas a lesão e a operação complicaram-me muito a vida. Acabei por perder quase uma época por causa desses problemas, a recuperação demorou muito. Depois regressei a Portugal e o treinador não contava comigo. Seguiram-se cinco meses muito complicados, por causa da ansiedade que sentia de jogar. Acabei a treinar na equipa B, mas só tenho de agradecer a todos, ao Rui Gomes e a todo o grupo que me ajudou muito, nunca me faltaram com atenção num momento muito difícil da minha vida. Custava-me imenso treinar durante a semana e não jogar. Ter que ver os jogos na televisão era terrível», lamentou, garantindo que agora se sente «bem» e que tem treinado «todos os dias» para estar fisicamente apto.
«Não vejo a hora de voltar a sentir o que é um jogo, aquela sensação de me equipar para jogar, para entrar em campo. Sinto muito a falta disso. De resto, não tenho problemas e estou com muita vontade de começar a preparação. Vamos todos arrancar do zero, o que também me vai permitir começar ao nível dos outros», projetou, confiante, não sentindo que parte em desvantagem devido ao tempo que esteve sem competir.
Sem medo da concorrência
A concorrência que vai encontrar na equipa azul e branca não o assusta. Alex Sandro e Danilo que se cuidem. Fucile é versátil e pode jogar nas duas laterais.
«A concorrência não me assusta. Num clube como o FC Porto é normal que ela seja de nível. Sei que todos vão trabalhar com o mesmo objetivo, que vão dar o máximo para ganhar um lugar, porque vão querer jogar. Mas essa pressão de querer jogar é normal. Alex Sandro e Danilo são grandes jogadores, mas sei que também são pessoas com bom coração e que me vão ajudar se eu precisar, porque só seremos campeões se nos ajudarmos mutuamente», simplificou, não vendo a hora de regressar ao relvado do Dragão e ouvir os adeptos.
«Quero voltar a sentir aqueles cânticos quando entrar em campo. Quando isso acontecer vou voltar a ter energia no corpo, porque o carinho deles também me tem feito falta. Vai motivar-me ainda mais. Mas é ótimo poder regressar a este clube que tenho no coração e podem contar com um Fucile que vai entrar com tudo, vai dar tudo e vai demonstrar que é um guerreiro, porque também tenho muita fome de títulos. Sei que neste clube é possível ganhar títulos e quero contribuir para isso».
OK para renovar
A vontade é tanta e a felicidade com o regresso também, que Fucile vê com bons olhos uma eventual renovação de contrato.
«Claro que estaria disponível para renovar, mas essas coisas dependem muito do contexto. Sempre tive uma boa relação com todos, com os dirigentes, com o Antero Henrique e o presidente. Estou-lhes grato por me permitirem voltar a jogar neste clube», admitiu.
Regressar à seleção é objetivo
A distância dos relvados também o colocou mais longe da seleção do Uruguai, algo que continua na sua cabeça e onde quer voltar.
«Sei que o selecionador acredita em mim. Ter estado parado prejudicou-me muito. Perdi o comboio da seleção. O problema até nem foi perder o lugar, mas perder a oportunidade de poder lutar por me manter na seleção. Perdi as convocatórias de apuramento para o Mundial e agora a Taça das Confederações. Mas sei que se voltar a jogar e conseguir render a um bom nível terei a minha palavra a dizer. Isso também reforça a minha vontade de voltar em pleno e eu sei que o selecionador precisa de mim em forma para ajudar. Posso ser útil à equipa», desejou.