Jorge Andrade ao Final Cut, podcast da agência Sports Tailors:
"Eu tinha assinado um compromisso com o Vale e Azevedo. Os meus empresários eram o Alexandre Pinto da Costa e o José Veiga. Lembro-me de que no dia em que assinei, fiquei encravado em três elevadores. Parecia que a coisa estava enguiçada.
Assinei e passei a tarde toda... em vez do Vale e Azevedo falar sobre o meu contrato, mostrar-me o estádio e falar sobre futebol, passou o tempo todo a falar de barcos, de iates. Eu não estava a perceber nada. Uma pessoa que estava com a cabeça fora dali. Depois, o meu contrato era meio... mais um. Dizia que ia para o Benfica para ocupar a posição de central, onde estavam com vários problemas e que eu ia adaptar-me bem. E ele deu aquilo como garantido, só que faltavam as garantias bancárias para o Estrela, que não aceitou o negócio e antes de começar a época até dezembro estive sem notícias. O meu treinador era o Jorge Jesus, que naquela altura trabalhava também com o Veiga. Todos os dias perguntava-me se eu já tinha assinado."
(O negócio, que era para ter avançado no verão de 1999, também não se concretizou na janela de transferências seguinte, em janeiro de 2020. Até que deu um desabafo com Tiago, então guarda-redes do Sporting, nasceu uma solução...)
"Estava a comentar com ele a minha situação e ele disse que ia falar com o empresário dele, que era o Jorge Manuel Mendes. Numa sexta-feira, ele disse-me para ir ter com o meu pai a uma casa em Cascais. Quando chego, está lá o Pinto da Costa à espera. "Menino, queres ir para o Porto?" Onde é que se assina?! Resolvi a minha vida. Correu bem.
Estava à espera de uma solução que era a mais óbvia, porque morava na Amadora e era um pulo muito pequeno. Era mais fácil ir para o Benfica do que para o FC Porto. Foi surpreendente, mas foi uma surpresa boa porque foi muito bom para a minha carreira."