Miguel Alexandre disse:
Corro o risco de ser mal interpretado, mas o que nos faz falta não é colocar estas palavras em lado nenhum!
(...)
No geral, concordo.
O Cube tem de modernizar-se, concordo com uma grande melhoria na gestão da nossa imagem em termos de marketing. Na minha opinião, tem de assentar a edificação do projecto e da estrutura, numa base de, visão estratégica, humildade, simplicidade e trabalho, traduzida na "mística", na vontade inesgotável de vencer, no aproveitamento da sua formação, e na máxima exploração de todos os mercados, quer em termos de marketing, quer em termos de aquisições de jogadores. Hoje em dia, só contratamos jogadores e treinadores associados ao empresário x e y, e apenas em nichos muito limitados de mercado. Isto tem de acabar! Temos de criar condições para ter outra vez várias referencias, e um balneário forte, mas para isso é necessário que antes tenhamos gente capaz de implementar novamente essa mentalidade. Com tudo isto, os grandes jogadores que temos, e viremos a ter, terão outra vez condições para explodir e para potenciar o nosso modelo económico-desportivo. Voltaremos a atrair os melhores jogadores, e o ciclo repetir-se-à. Também convém ter treinadores capazes!
Olho para o Barça, e vejo um modelo. A La Masia. Hoje em dia, têm na equipa vários jogadores da formação. É verdade que ultimamente não têm ascendido muitos à equipa principal, mas para entrar naquela equipa é preciso ter muito valor, é sem duvida muito complicado. Piqué, Sergi Roberto, Busquets, Alba, Iniesta, Messi. 6 na equipa principal. E já saíram Puyol, Xavi, Valdés, Pedro, e Fabregas. Com estes faria um 11. Poderiamos apostar forte na formação para ter uma identidade forte. E para mais, tendo o Barça outra capacidade financeira que não temos, é mais vital para o FC Porto apostar no crescimento das camadas jovens.
Não sou favorável em apostar na formação só porque sim, acho é que deveríamos apostar forte para no futuro tirar mais dividendos, e fornecer a equipa principal com jogadores capazes de envergar a nossa camisola. Ou pode ser apenas uma questão de aproveitar esses talentos. Algo que acontece muito pouco agora. Claro que nem todos terão o que é preciso, e haverão oportunidades que não deverão ser rejeitadas, por isso, nesses casos há que explorar os mercados espalhados por esse mundo fora, e contratar assertivamente, em prol do clube, sem pensar nas carteiras de cada um.
Independentemente disto, aceito outros modelos de gestão, desde que sejam proveitosos, desportiva e financeiramente, para o FC Porto.
O "Somos Porto" neste momento é uma tanga, porque é só de boca, e na prática não se vê nada. Não tem efeitos práticos. Mas essa mensagem teria impacto, se neste momento fossemos muito fortes. Não sendo, são apenas palavras que ninguém leva a sério. Atenção que eu não sou particularmente favorável à frase em si, ou a outra qualquer do género. Poderia nem existir, a verdadeira mensagem que tem de passar é a de que estamos bem vivos, fortes, e com capacidade para ombrear e eventualmente sermos mais fortes que os nossos rivais como vinha a ser hábito, e a fazer boas campanhas na Europa. Isso só se consegue com liderança, e com ela um discurso forte, para adeptos e adversários.
Não temos isto porquê? Em grande parte por aquilo que dizes e criticas em relação ao Presidente.
Não soube delegar os poderes, e perdeu o controlo. A politica de contratações passou a ser um caos, as comissões o pão nosso de cada dia, e aqui chegamos. Não soube sair de cena. Quis manter-se no topo, e dar a outros os poderes, pensando ele que ninguem se aproveitaria. Ou não, sabe-se lá... Passou a ser uma pessoa mais interessada com o seu umbigo e o dos seus amigos, do que com o FC Porto. E é isto que não tem perdão, mesmo tendo ganho tudo e mais alguma coisa durante 30 anos, e nos colocado no patamar a que chegámos, nada justifica se aproveitar desse facto para encher a barriga, fazendo-nos passar por parvos, que é como me sinto perante as entrevistas dadas, e intervenções de vez em quando, só quando lhe convém. Ao fim e ao cabo, a falta de liderança é contagiosa, e passa para adeptos, treinadores, e jogadores. Todos sentem, e isso reflecte-se no resultados que a equipa obtém.