#Futebol Martín Anselmi - Treinador

Martín Anselmi

Martín Anselmi

5.01

Estatísticas da Época - 2024/25


Dados completos de 2024/25

5.01 Performance da Época

Dias_21

“Faz tudo o que puderes pelo clube”
17 Janeiro 2018
33,350
45,561
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5
Maia
  • Alfredo Quintana
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Reações: arichard e Ivo23

bad_person

Bancada central
30 Junho 2020
2,436
4,601
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3
Portugal
  • Pinto da Costa
  • Reinaldo Teles
Para mim o treinador do Bodø Glimt seria o escolhido..... treinador de projeto e o próprio Bodø tem jogadores muito interessantes e um excelente futebol....
Há uma questão fundamental que é preciso perceber o Kjetil Knutsen não quer sair.
Ele não é só o treinador — é praticamente o "dono" do projeto desportivo do clube.
Funciona como uma espécie de manager à velha moda inglesa, acumula influência como diretor desportivo, e tem controlo total sobre scouting, recrutamento, metodologia de treino, e até filosofia de formação.

Ele está no Bodø desde 2017 e transformou o clube e o modelo de gestão é o dele.
E sempre que foi sondado (inclusive por clubes da Bundesliga e até pela Premier League), recusou sair porque não quer abdicar do controlo e do ambiente que tem lá.
É um treinador de convicções fortes — e não parece mesmo ser do tipo que muda de país, cultura e estrutura para ser apenas “mais um” num clube onde não vai mandar.

Portanto, por mais que seja tentador pensar nesse nome, não é realista neste momento. Especialmente com a atual estrutura, aliás, se os adeptos criticavam o controlo do Sérgio, o do Knutsen seria ainda mais profundo.
Ele está confortável, está num projeto que é praticamente dele, é no mínimo uma possiblidade muito remota, para não dizer impossível.
 

Ivo23

Arquibancada
19 Maio 2017
273
300
Isto deve ser para ir para selecionador da canarinha.

Seguramente. Aliás, eu aposto que isto do JJ só surgiu aqui e do nada. Vai ser o Anselmi o treinador
Sempre defendi o Anselmi, e o maior culpado n é de todo ele... Adorava que resultasse, mas em virtude dos acontecimentos a seguir ao jogo contra os merdas e aos mais recentes acho que tá mais perto da saída...
 
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Reações: Dias_21

Don Corleone

Tribuna Presidencial
21 Agosto 2019
8,979
14,211
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17
  • Hulk
  • Fernando "Bibota" Gomes
  • Madjer
E tens razão. Ofensivamente e com os jogadores com o perfil adequado, que não são os que temos, o nível é atraente. Mobilidade, agressividade a atacar o espaço, criatividade e muita gente a aparecer junto e perto de zonas de finalização.
Defensivamente expõe tremendamente a equipa e não me parece nada que seja um treinador muito forte a operacionalizar e trabalhar os aspectos defensivos.
Fui recuperar jogos do Cruz Azul e em muitos vi os mesmos erros defensivos e a equipa exposta como sucede com o Porto (e onde o exemplo mais doloroso foi o jogo contra o Benfica).
Portanto mais do que defeito, é feitio.
Vejo, sinceramente, com muita dificuldade que um treinador com este perfil tenha sucesso mas posso estar enganado.
Essas dinâmicas, sobretudo o posicionamento dos jogadores no momento de perda de bola são passíveis de correção. A questão é se Anselmi tem a capacidade de os reconhecer e retificar. Lá está, podemos estar a falar de um salto de fé.
 

bad_person

Bancada central
30 Junho 2020
2,436
4,601
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Portugal
  • Pinto da Costa
  • Reinaldo Teles
Essas dinâmicas, sobretudo o posicionamento dos jogadores no momento de perda de bola são passíveis de correção. A questão é se Anselmi tem a capacidade de os reconhecer e retificar. Lá está, podemos estar a falar de um salto de fé.
Mas é precisamente esse o problema:
Se estes erros já estavam presentes noutros trabalhos de Anselmi, e agora surgem com o mesmo padrão — onde é que está o fundamento do tal “salto de fé”?

Porque uma coisa é um treinador jovem, com falhas novas, que se percebe que está a aprender com os erros e a evoluir.
Outra, completamente diferente, é um treinador que repete os mesmos problemas em contextos diferentes, com jogadores diferentes — e não mostra sinais de correção.

As equipas de Anselmi, no passado, já revelavam dificuldades no equilíbrio defensivo, nas coberturas à perda, na ocupação racional dos espaços quando a bola não está nos pés. Mesmo com jogadores com as características consideradas "certas".
Eram dinâmicas muito posicionais ofensivamente, mas com falhas grosseiras na transição defensiva. Infelizmente aqui ainda nem conseguiu ser ofensivamente posicional, porque a realidade competitiva é distinta.

E o que vemos todas as semanas é uma equipa sem identidade, sem rotinas visíveis, sem qualquer consistência de jogo — e que repete os mesmos erros de forma crónica.
Então o que mudou?
Nada.
E se nada mudou, porque haveria de mudar agora? Só porque está num contexto cada vez mais apertado e sem margem? Que normalmente é quando tudo desaba.

Esse tipo de raciocínio é perigosamente ingénuo.
O salto de fé só faz sentido quando há base para acreditar que a correção vai surgir.
Aqui, os sinais, infelizmente, apontam para o contrário.
E se é estrutural — então é pouco provável que vá desaparecer com mais tempo.
Não é uma questão de paciência. É uma questão de limite.

E há ainda um ponto mais grave.
Será que podemos mesmo dar-nos ao luxo de continuar a apostar neste salto de fé, quando estamos à porta de decisões de mercado?
Vamos investir em jogadores a pedido do treinador, montar um plantel à volta da sua ideia, e depois descobrir que o salto nunca aconteceu?
Vamos arriscar falhar a entrada na Liga dos Campeões — e com isso agravar ainda mais a situação financeira do clube, já por si frágil?
É esse o risco real que estamos a correr.
E não há fé que o cubra.

No futebol, a fé não substitui o trabalho.
E quando o trabalho não mostra evolução, o salto de fé pode transformar-se numa queda livre.
 

jorgebest

Tribuna Presidencial
2 Junho 2020
5,163
5,625
É sempre curioso quando se tenta defender maus resultados com base na “dificuldade de implementação” da ideia. A questão aqui não é se a ideia é ambiciosa, complexa ou até bonita — é que ela simplesmente não resulta no campo, não funciona.
E se não se vê em jogo, se não está a ser assimilada, se não produz resultados, então não há desculpa teórica que tape isso.

Tu dizes bem que não estamos por dentro do clube. É verdade.
Não vemos os treinos, nem sabemos quem está com quem no balneário, nem as dinâmicas internas.
Mas o que vemos todas as semanas é uma equipa sem identidade, sem rotinas visíveis, sem qualquer consistência de jogo — e que repete os mesmos erros de forma crónica.
E isso, desculpa, não é culpa do contexto. É culpa de quem está a liderar.

O Guardiola pode estar a ter uma época menos forte, mas a identidade da sua equipa está lá.
Sabe-se o que querem fazer, como atacam, como pressionam, como se ajustam.
O Jorge Jesus, nos bons e maus momentos, sempre teve uma coisa: padrão, base, modelo, ideias. Sistema de jogo.

O que se vê com o Anselmi é o contrário.
É uma ideia, que parece mal executada e portanto mal treinada, e pior ainda — mal adaptada ao grupo que tem e a realidade competitiva.
Quando dizes que para jogar o que ele quer é preciso ter 11 jogadores de topo, a conclusão é clara: então a ideia não serve para este contexto. E se não serve, tem de ser ajustada.
Ou ele não consegue.
Ou ele não quer.
E nenhuma das duas serve para o FC Porto.

Depois há o argumento repetido do “jogar como se joga em Portugal é mais difícil”.
Difícil?
O que é difícil é meter uma equipa a competir a sério com jogadores limitados, pouco criativos, a jogar de 3 em 3 dias, e ainda assim apresentar uma organização clara e resultados. É que vamos ter de fazer isso para a próxima época. The bell is ringing. Reality check.
Em Itália, em Inglaterra, até em Portugal, há treinadores todos os anos que pegam em plantéis modestos e metem as equipas a competir.
Com modelos simples, eficazes, ajustados aos seus jogadores.

Portanto, não. Isto não é um ataque à ideia de Anselmi.
É uma constatação fria, objetiva: ao fim de meses, com semanas limpas para treinar, com um plantel superior à maioria da liga, não se vê uma evolução real. Nem uma.
Não há melhoria estrutural.
Não há padrão.
Não há consistência tática.
Olha nem a gestão emocional melhorou.

O benefício da dúvida é para quem está a crescer, infelizmente, o Anselmi está a regredir.
Se as ideias do Anselmi (que são da mesma escola que Bielsa, Guardiola, Arteta, etc) são adequadas ao nosso contexto já é outra história (e outra discussão)... Mas quem o contratou, seja por influência do Zubizarreta ou não, certamente que já estaria à espera do tipo de treinador que iria encontrar. O objetivo para mim foi claro, de trazer algo diferente para o futebol Português, de estilo ofensivo e entusiasmaste, mas que para já ainda não se verificou, salvo as evidentes melhorias até ao jogo da Luz.

O que eu acho é que não chega um treinador bonzinho, certinho, com modelos simples como dizes. Para o Fc Porto ser campeão tem que ser muito melhor. E nesta altura os nossos rivais, individualmente estão a anos luz, especialmente o Benfica pela globalidade do plantel.. para eles sim chega um treinador razoável, com um modelo simples mas organizado porque os jogadores fazem o resto. Aqui seria como foi com o NES, Paulo Fonseca.. não há qualidade que faça a diferença e não é de agora..
 

DeZ

Tribuna Presidencial
9 Março 2012
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12,616
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4
  • Artur Jorge
  • Fernando "Bibota" Gomes
  • Alfredo Quintana
  • José Maria Pedroto
Mas é precisamente esse o problema:
Se estes erros já estavam presentes noutros trabalhos de Anselmi, e agora surgem com o mesmo padrão — onde é que está o fundamento do tal “salto de fé”?

Porque uma coisa é um treinador jovem, com falhas novas, que se percebe que está a aprender com os erros e a evoluir.
Outra, completamente diferente, é um treinador que repete os mesmos problemas em contextos diferentes, com jogadores diferentes — e não mostra sinais de correção.

As equipas de Anselmi, no passado, já revelavam dificuldades no equilíbrio defensivo, nas coberturas à perda, na ocupação racional dos espaços quando a bola não está nos pés. Mesmo com jogadores com as características consideradas "certas".
Eram dinâmicas muito posicionais ofensivamente, mas com falhas grosseiras na transição defensiva. Infelizmente aqui ainda nem conseguiu ser ofensivamente posicional, porque a realidade competitiva é distinta.

E o que vemos todas as semanas é uma equipa sem identidade, sem rotinas visíveis, sem qualquer consistência de jogo — e que repete os mesmos erros de forma crónica.
Então o que mudou?
Nada.
E se nada mudou, porque haveria de mudar agora? Só porque está num contexto cada vez mais apertado e sem margem? Que normalmente é quando tudo desaba.

Esse tipo de raciocínio é perigosamente ingénuo.
O salto de fé só faz sentido quando há base para acreditar que a correção vai surgir.
Aqui, os sinais, infelizmente, apontam para o contrário.
E se é estrutural — então é pouco provável que vá desaparecer com mais tempo.
Não é uma questão de paciência. É uma questão de limite.

E há ainda um ponto mais grave.
Será que podemos mesmo dar-nos ao luxo de continuar a apostar neste salto de fé, quando estamos à porta de decisões de mercado?
Vamos investir em jogadores a pedido do treinador, montar um plantel à volta da sua ideia, e depois descobrir que o salto nunca aconteceu?
Vamos arriscar falhar a entrada na Liga dos Campeões — e com isso agravar ainda mais a situação financeira do clube, já por si frágil?
É esse o risco real que estamos a correr.
E não há fé que o cubra.

No futebol, a fé não substitui o trabalho.
E quando o trabalho não mostra evolução, o salto de fé pode transformar-se numa queda livre.
E além do que está a negrito…ainda havia o risco de fazer isso, a coisa começar a correr bem e ele pegar nas trouxas e abalar a meio da época como fez aos mexicanos.

Quem faz uma vez, faz duas.
 

bad_person

Bancada central
30 Junho 2020
2,436
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3
Portugal
  • Pinto da Costa
  • Reinaldo Teles
Se as ideias do Anselmi (que são da mesma escola que Bielsa, Guardiola, Arteta, etc) são adequadas ao nosso contexto já é outra história (e outra discussão)... Mas quem o contratou, seja por influência do Zubizarreta ou não, certamente que já estaria à espera do tipo de treinador que iria encontrar. O objetivo para mim foi claro, de trazer algo diferente para o futebol Português, de estilo ofensivo e entusiasmaste, mas que para já ainda não se verificou, salvo as evidentes melhorias até ao jogo da Luz.

O que eu acho é que não chega um treinador bonzinho, certinho, com modelos simples como dizes. Para o Fc Porto ser campeão tem que ser muito melhor. E nesta altura os nossos rivais, individualmente estão a anos luz, especialmente o Benfica pela globalidade do plantel.. para eles sim chega um treinador razoável, com um modelo simples mas organizado porque os jogadores fazem o resto. Aqui seria como foi com o NES, Paulo Fonseca.. não há qualidade que faça a diferença e não é de agora..
É verdade. E isso só reforça o ponto: não é a primeira vez que o FC Porto tenta um perfil “fora da caixa” — e nem sempre corre bem.
O caso do Del Neri é talvez o mais claro.
Veio rotulado como um treinador metódico, organizado, com um estilo italiano rígido mas promissor, com bons resultados na Serie A.
Chegou com boas credenciais, mas não durou sequer até ao arranque da época.
Porque percebeu-se logo que não encaixava no clube, no balneário, nem no contexto competitivo do futebol português.

E foi uma escolha com lógica, atenção. Tal como agora.
Tinha ideias. Tinha currículo. Parecia uma aposta moderna.
Mas ideias não chegam se não forem bem passadas, bem treinadas, bem recebidas.
E se o treinador não percebe onde está, o que se exige, e o tipo de grupo que tem à frente — não há tese tática que resista.

É isso que está a acontecer com o Anselmi.
Não se trata de ser novo, moderno, posicional ou diferente.
Trata-se de não conseguir aplicar nada disso com sucesso.
A equipa joga mal, repete os mesmos erros, e não evolui.

O problema, portanto, não é ser “um projeto” — o problema é não estar a mostrar que vai a lado nenhum.
E como no caso de Del Neri, o FC Porto tem de perceber quando uma tentativa correu mal e é preciso corrigir a tempo.
 

arichard

Tribuna Presidencial
1 Setembro 2016
9,207
10,020
Realisticamente, estamos bem fdds. O Anselmi parece um claro erro de casting mas ao mesmo tempo com eustáquios e borges, marcanos e otávios ninguém faz milagres, até podiam vir o guardiola e o klopp como co treinadores.

Comprar jogadores para o sistema do anselmi é bem diferente do que para outros, portanto não há tempo para hesitar na escolha do treinador, enfim.
Eu vejo sempre a falarem disto ... e sinceramente não percebo ... O que precisámos é de bons jogadores ...
Um Moutinho, Fernando, Paulo Asunção, Lucho, Vitinha não tinho sucesso neste esquema do Anselmi?
Dalot, Alex Telles, Ricardo Pereira, Alex Sandro, Danilo, Pepe. Militão, Felipe, Mbemba não se adaptariam a este modelo do Anselmi?
Um Diaz, Corona, Evanilson, Taremi, Falcão, Hulk, Jackson nao se adaptariam a este modelo do Anselmi?

Contratar bons jogadores dão para qualquer esquema ... e além do mais eu continuo a achar que isto do esquema é simplesmente algo que tem mais a ver com momentos do jogo do que ser uma táctica rígida ...

A mim parece-me que ele quer ter flexibilidade para jogar em 3-4-3 ou 4-3-3 em diversos momentos do jogo ...

O único jogador exigente desta tática é o tal líbero ... central que sabe sair a jogar bem, ou medio que sabe desempenhar bem a posição de central ...

Nós precisámos de jogadores para todas as posições e para qual esquema tático ...
 

arichard

Tribuna Presidencial
1 Setembro 2016
9,207
10,020
Para mim o treinador do Bodø Glimt seria o escolhido..... treinador de projeto e o próprio Bodø tem jogadores muito interessantes e um excelente futebol....
Se se desistir de Anselmi e vier outro desconhecido vamos acabar por ter o mesmo problema ...
A vir alguém ter que ser alguém inatacável que não possam colocar em causa a sua qualidade ...
 

arichard

Tribuna Presidencial
1 Setembro 2016
9,207
10,020
Ele ja disse várias vezes o JJ.

É o que é.
OK.
JJ nunca virá para aqui (ainda bem) ... Sinceramente teve a sua passagem de sucesso pelos lampiões ... mas sem o manto protector que tiveram nesses 4 anos ...não sei se ganhavam o que ganharam ...
Até um Rui Vitória ganhou

PS: Ainda não se falou no Rui Vitoria? o_O
 

bad_person

Bancada central
30 Junho 2020
2,436
4,601
Conquistas
3
Portugal
  • Pinto da Costa
  • Reinaldo Teles
Eu vejo sempre a falarem disto ... e sinceramente não percebo ... O que precisámos é de bons jogadores ...
Um Moutinho, Fernando, Paulo Asunção, Lucho, Vitinha não tinho sucesso neste esquema do Anselmi?
Dalot, Alex Telles, Ricardo Pereira, Alex Sandro, Danilo, Pepe. Militão, Felipe, Mbemba não se adaptariam a este modelo do Anselmi?
Um Diaz, Corona, Evanilson, Taremi, Falcão, Hulk, Jackson nao se adaptariam a este modelo do Anselmi?

Contratar bons jogadores dão para qualquer esquema ... e além do mais eu continuo a achar que isto do esquema é simplesmente algo que tem mais a ver com momentos do jogo do que ser uma táctica rígida ...

A mim parece-me que ele quer ter flexibilidade para jogar em 3-4-3 ou 4-3-3 em diversos momentos do jogo ...

O único jogador exigente desta tática é o tal líbero ... central que sabe sair a jogar bem, ou medio que sabe desempenhar bem a posição de central ...

Nós precisámos de jogadores para todas as posições e para qual esquema tático ...
Esse tipo de argumento — “basta termos bons jogadores que o modelo funciona” — é um clássico de quem olha para o futebol como se fosse o FIFA.
Mistura nomes, ignora contexto, apaga comportamento coletivo e esquece por completo o que faz uma equipa funcionar: o treino. A ideia. A execução.

Sim, claro que um Moutinho, um Fernando, um Lucho, um Vitinha ou um Hulk têm qualidade para jogar em qualquer lado.
Mas a questão não é se esses jogadores se “adaptariam” ao modelo de Anselmi.
A questão é: o modelo está a ser bem implementado para que esses jogadores pudessem sequer mostrar o que valem?
Basta ver o exemplo do Samu.

Porque o que se vê não é um modelo fluido ou bem executado.
É uma equipa desorganizada na transição, partida entre setores, sem critério na ocupação dos espaços, sem reação coordenada à perda da bola.
E aí, desculpa, não há Corona, Falcão ou Alex Sandro que te salvem.
Porque mesmo os grandes jogadores precisam de uma estrutura funcional.
Precisas de padrões. De comportamentos coordenados. De princípios.
E é isso que não existe hoje.

Todas as equipas do mundo mudam de estrutura com bola e sem bola.
Mas uma coisa é ter essa variação dentro de um modelo bem trabalhado, outra é ter confusão tática disfarçada de flexibilidade.
Porque se tu não consegues treinar com clareza quem salta à pressão, quem fecha dentro, quem abre linha, quem dá cobertura — não tens flexibilidade. Tens anarquia.

E esse tal “líbero exigente” não é só um pormenor.
O conceito do líbero — como terceiro central com liberdade para sair a jogar, subir no campo e participar na construção como um médio recuado — exige pelo menos três condições para funcionar:

Bloco adversário que não pressione em cima com agressividade.
Tempo e espaço para receber e decidir.
Centrais rápidos e inteligentes a cobrir o espaço deixado nas costas.

Agora pergunta: isto existe no futebol português?
Muitas poucas vezes.
Aqui, quase todas as equipas jogam com linhas baixas, muita densidade interior, marcação homem a homem no meio, e contra-ataque venenoso pelas alas.
Isto significa que, se perdes a bola com o líbero fora de posição, ficas imediatamente exposto.
E se os teus centrais não são rápidos ou não estão bem coordenados, vais sofrer em todos os jogos.

E é isso que já se está a ver:
O Porto com Anselmi joga com linha alta, líbero projetado, médios desconectados — e a cada perda de bola, leva com transições em superioridade numérica adversária.
Não é por acaso que as coisas dentro de campo acontecem.

E depois há a exigência individual da função:
Não tens no plantel um jogador com capacidade para ser líbero.
Não tens um central que saiba sair em condução, tenha timing de passe, visão de jogo, capacidade defensiva para cobrir a profundidade e ainda liderança para gerir a linha.

Então o que sobra?
Um buraco no meio. E golos sofridos sempre da mesma maneira.

É tentador acreditar que tudo muda se o treinador tiver “o líbero certo”.
Mas isso é simplificar demasiado um problema.

Mesmo nas equipas anteriores do Anselmi — seja no Independiente del Valle, seja no Cruz Azul — onde teve tempo, margem e até mais controlo sobre o plantel, os mesmos problemas estavam lá como o @Tiago Silva mencionou e bem:
– equipa exposta em transição,
– centrais deixados sozinhos em campo aberto,
– meio-campo desprotegido,
– e acima de tudo, golos sofridos sempre pelos mesmos corredores: entre lateral e central.

Ou seja, mesmo com o sistema montado à sua medida, o modelo mostrou-se defensivamente frágil.
Quando tens um líbero que sobe, os centrais que abrem, alas projetados e médios que não são posicionais, a tua equipa fica esticada e vulnerável.
E se não tiveres uma estrutura coletiva perfeita — vais sofrer. Sempre.

E a verdade é que, até hoje, Anselmi nunca conseguiu resolver isso.
As suas equipas anteriores até têm momentos de grande qualidade com bola, boas saídas organizadas, o que poderia dar para crescer, construir, tentar estabilizar defensivamente com o tempo e a evolução, no entanto, também ofensivamente infelizmente aqui não acontece o que de bom ele apresentava na América do Sul. Ou seja, temos o pior das duas versões.
E aqui, no Tugão, onde se joga para ganhar todos os jogos e onde qualquer equipa pequena te mata numa perda de bola, isso é suicídio tático.
 
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