Com efeito, nos últimos anos, as duas regiões autónomas têm sido terra interdita à seleção espanhola.
Se San Mamés não recebe Espanha desde 1967, o Camp Nou de Barcelona, maior recinto da europa com capacidade para 98 mil espectadores, não serve de casa a La Roja desde janeiro de 1987.
Meio século passou desde a última atuação espanhola na cidade bilbaína, mas o assunto não esmoreceu e esta semana a Comissão de Cultura e Desporto do Parlamento Basco rejeitou a proposta do Partido Popular (PP), partido de direita e unionista do primeiro-ministro Mariano Rajoy, para que a seleção espanhola de futebol jogasse no novo San Mamés.
A proposta de lei, com o objetivo de solicitar à Real Federação Espanhola de Futebol, curiosamente presidida pelo bilbaíno Ángel Maria Villar (antigo jogador do Athletic), a realização no País Basco de um jogo da seleção e agora orientada por outro basco, o ex-treinador portista Julen Lopetegui, foi rejeitada pelo Partido Nacionalista Basco (27 deputados) e pelo Euskal Herria Bildu (21 deputados), as duas forças políticas que defendem a autodeterminação do território e as que são mais representativas no Eusko Legebiltzarra (parlamento autonómico).
«A nossa reivindicação tem força suficiente para ser alcançada. A maioria dos bascos quer ter uma seleção própria. Apesar das conquistas da seleção espanhola, no Mundial e em Europeus, potenciadas pela mediatização da imprensa, sobretudo em Guipúscoa (San Sebastián) e Viscaia (Bilbau) há um fortíssimo apoio a uma seleção de Euskadi, mas a nossa posição tem esbarrado na intransigência da Federação Espanhola e da UEFA. Gibraltar, no entanto, tem uma seleção e não é um estado independente. O entrave à nossa causa deve-se a uma questão política, que impede o avanço desta causa tanto no País Basco como na Catalunha, onde também existe um fortíssimo apoio a uma seleção própria.»
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