Política nacional

sirmister

Tribuna Presidencial
21 Março 2008
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  • Março/22
  • Abril/19
Não, mas também não é a profissão mais especializada do mundo. O meu ponto é que haverá mais futuro para picheleiros, eletricistas ou empregados de hotel do que para advogados ou programadores informáticos.
É bastante especializada e demora bastante tempo a formar um, a questão é que antigamente tinhas putos que começavam aos 14/15 anos a trabalhar com um mais antigo e ia aprendendo, e não se dá valor á maneira como esse conhecimento foi passado.

E não é o futuro é já o presente, quem quiser trabalhar e aprender tem muita oportunidade para ganhar dinheiro em Portugal atualmente em areas de Mecanica/eletricidade etc que estão longe de ser trabalhos indiferenciados.

Trabalhos indiferenciados são os Ubers a agricultura o trabalho em supermercados, e ligados ao turismo.

Os robots podem fazer muita coisa mas é preciso quem os monte, os programe e os mantenha em funcionamento. Em todo caso Portugal não caminha muito para isso, não temos industria..
 

Ginjeet

Tribuna Presidencial
11 Março 2018
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A expansão para fora do planeta é um delírio de ficção científica, não é para levar a sério.
A segunda possibilidade, concordo que é utópica, porque os seres humanos são como dizes, gananciosos e competitivos, além de que precisam de sentir que são membros válidos e úteis da sociedade. É por isso que a ideia de um rendimento básico universal é aberrante do ponto de vista psicológico (além de ecnonómico).
Mas há uma terceira possibilidade, que não é utópica mas distópica: eliminar gradualmente a maioria da população (a que alguns chamam "bocas inúteis"), e controlar social e politicamente os restantes (ditos trabalhadores úteis) através de tecnologias de vigilância. Digamos, o modelo totalitário chinês.
A eliminação faz pouco sentido, porque não somos insetos que canibalizam os seus elementos quando as suas funções cessam. A redução, ou controlo do aumento não agressivo, através da educação e de fatores económicos, fazem sentido numa ótica de sustentabilidade.

E não é preciso um regime totalitário para isso. Atualmente cedemos as nossas impressões digitais e outros dados biométricos para desbloquear um ecrã. Deixamos que entidades privadas ouçam tudo o que dizemos pelo conforto de um assistente eletrónico. Disponibilizamos toda a nossa informação e preferências por um cartão de descontos e instalamos câmaras em todas as divisões da casa para segurança. As pessoas não se importam de perder a sua privacidade, desde que ganhem algo com isso.
 
Última edição:

Mr.Ribeiro 46

Tribuna Presidencial
26 Julho 2016
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A questão económica é muito complexa. Por um lado, poderemos estar perante aumentos de produtividade e maior especialização do mercado de trabalho. Menos horas, melhor remuneração. Por outro lado, há um problema associado ao limite máximo de humanos que o próprio planeta consegue albergar. Sei que isto é polémico, mas há vários limites associados a isto. Desde logo, o alimentar, mas também o de trabalho. Porque se todas as profissões virem a sua produtividade aumentar 500%, tu não tens trabalho para 8 mil, nem 10 mil milhões de pessoas. E aí o paradigma da nossa economia terá uma escolha a fazer, que aliás já tem defensores de ambos os lados: Ou insistimos numa economia de consumo, limitas a aplicação da IA e expandes o teu universo para lá do nosso planeta, de forma a garantir maior providência (Musk) ou crias uma economia social onde a IA trabalha para a humanidade e esta foca-se em resolver problemas sociais do indivíduo e não em lucro (Gates). Pessoalmente, acho que a primeira é um double down daquilo que nos está a destruir e a segunda é utópica, porque a humanidade é segregacionista, gananciosa e egocêntrica. O caminho que seguiremos estará algures no meio, procurando equilibrar níveis médios de pobreza com níveis médios de riqueza, como fazemos desde sempre.
O que há que contextualizar é que quando o Gates ou o Musk falam do mundo, falam dos EUA e quanto muito do Canadá. O resto nem lhes interessa.
África e largas partes da Ásia nem internet ainda têm quanto mais IAs. Lá, ainda há entre 30 e 50% da população a trabalhar na agricultura (nos países desenvolvidos roça os 2%).
O caminho económico que vamos seguir é o que der para encher ainda mais o cu aos ricos. Não andam a investir milhares de milhões em IA para ajudar os pobres de certeza.
 
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Dagerman

Tribuna
1 Abril 2015
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A eliminação faz pouco sentido, porque não somos insetos que canibalizam os seus elementos quando as suas funções cessam. A redução, ou controlo do aumento não agressivo, através da educação e de fatores económicos, fazem sentido numa ótica de sustentabilidade.

E não é preciso um regime totalitário para isso. Atualmente cedemos as nossas impressões digitais e outros dados biométricos para desbloquear um ecrã. Deixamos que entidades privadas ouçam tudo o que dizemos pelo conforto de um assistente eletrónico. Disponibilizamos toda a nossa informação e preferências por um cartão de descontos e instalamos câmaras em todas as divisões da casa para segurança. As pessoas não se importam de perder a sua privacidade, desde que ganhem algo com isso.
Tenho uma impressão muito mais pessimista do que tu em relação aos nossos líderes. Para mim, são todos psico/sociopatas, para quem a vida dos 99% vale menos do que um bom vinho. Napoleão disse, após uma batalha em que morreram milhares de soldados franceses, que não fazia mal, porque só numa noite em Paris seriam produzidos outros tantos. Portanto, via os seus soldados como peças facilmente substituíveis.
Os líderes actuais não são diferentes de Napoleão, e têm consciência, pelo menos desde os anos 70, que a pressão demográfica sobre os recursos finitos do planeta é insustentável.

Não é comparável ceder os nossos dados a empresas tecnológicas ou a um governo totalitário como o chinês. O facebook pode censurar-me se considerar que a minha opinião é politicamente incorrecta, mas não me pode meter na cadeia nem condenar-me à morte. O governo chinês pode e faz.
 

Dagerman

Tribuna
1 Abril 2015
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É bastante especializada e demora bastante tempo a formar um, a questão é que antigamente tinhas putos que começavam aos 14/15 anos a trabalhar com um mais antigo e ia aprendendo, e não se dá valor á maneira como esse conhecimento foi passado.

E não é o futuro é já o presente, quem quiser trabalhar e aprender tem muita oportunidade para ganhar dinheiro em Portugal atualmente em areas de Mecanica/eletricidade etc que estão longe de ser trabalhos indiferenciados.

Trabalhos indiferenciados são os Ubers a agricultura o trabalho em supermercados, e ligados ao turismo.

Os robots podem fazer muita coisa mas é preciso quem os monte, os programe e os mantenha em funcionamento. Em todo caso Portugal não caminha muito para isso, não temos industria..
Se eu tivesse filhos em idade adolescente, mais depressa os aconselhava a aprender mecânica ou electricidade do que a tirar um curso de direito ou artes ou informática ou turismo.
A agricultura não é profissão tão indiferenciada assim. Tem imenso que se lhe diga. Mas claro que um trabalhador agrícola não precisa de saber como e quando fazer as coisas, desde que tenha alguém ao lado que lhe diga faz assim.
 

Kloppeição

Tribuna Presidencial
8 Maio 2022
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51,098
Se eu tivesse filhos em idade adolescente, mais depressa os aconselhava a aprender mecânica ou electricidade do que a tirar um curso de direito ou artes ou informática ou turismo.
A agricultura não é profissão tão indiferenciada assim. Tem imenso que se lhe diga. Mas claro que um trabalhador agrícola não precisa de saber como e quando fazer as coisas, desde que tenha alguém ao lado que lhe diga faz assim.
A agricultura está a caminhar para se tornar cada vez mais uma atividade especializada. Na realidade já o é, por isso vemos os agricultores insatisfeitos. Não têm o conhecimento técnico para acompanhar as mudanças na regulamentação e o desenvolvimento tecnológico no setor e vão perdendo rendimentos.

É uma atividade de futuro para quem se especializar em manipulação e edição de DNA, biotecnologia de sementes, de plantas, de madeira, fitopatologia e proteção de culturas, etc. Não basta ter alguém ao lado que explique, esse tipo de agricultura tem os dias contados.
 

sirmister

Tribuna Presidencial
21 Março 2008
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  • Março/22
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Se eu tivesse filhos em idade adolescente, mais depressa os aconselhava a aprender mecânica ou electricidade do que a tirar um curso de direito ou artes ou informática ou turismo.
A agricultura não é profissão tão indiferenciada assim. Tem imenso que se lhe diga. Mas claro que um trabalhador agrícola não precisa de saber como e quando fazer as coisas, desde que tenha alguém ao lado que lhe diga faz assim.
Informatica não vai acabar assim, e quem tira engenharia informática é alguém que fica com ferramentas que lhe permite versatilidade, nomeadamente pode fazer transição para áreas como automação, porque mais uma vez os robots precisam de ser instalados e programados.

Alguem tem que fazer estas coisas.


Os cursos de direito em parte acabam por ser cursos já hoje para gente que tem cunhas e/ou familiares, já há muitos anos que é muito dificil para uma pessoa sem isso safar-se..

Na agricultura há muito trabalho indiferenciado, basta ir a Odmira.
 

Ginjeet

Tribuna Presidencial
11 Março 2018
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O que há que contextualizar é que quando o Gates ou o Musk falam do mundo, falam dos EUA e quanto muito do Canadá. O resto nem lhes interessa.
África e largas partes da Ásia nem internet ainda têm quanto mais IAs. Lá, ainda há entre 30 e 50% da população a trabalhar na agricultura (nos países desenvolvidos roça os 2%).
O caminho económico que vamos seguir é o que der para encher ainda mais o cu aos ricos. Não andam a investir milhares de milhões em IA para ajudar os pobres de certeza.
O Gates já meteu quase 10 mil milhões em África. A visão dele é global.

Mesmo o Musk, quando defende a regulação, é a nível mundial. Até porque os EUA nunca aceitariam restringir a sua competitividade tecnológica se os seus rivais não o fizessem também.
 

Dagerman

Tribuna
1 Abril 2015
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A agricultura está a caminhar para se tornar cada vez mais uma atividade especializada. Na realidade já o é, por isso vemos os agricultores insatisfeitos. Não têm o conhecimento técnico para acompanhar as mudanças na regulamentação e o desenvolvimento tecnológico no setor e vão perdendo rendimentos.

É uma atividade de futuro para quem se especializar em manipulação e edição de DNA, biotecnologia de sementes, de plantas, de madeira, fitopatologia e proteção de culturas, etc. Não basta ter alguém ao lado que explique, esse tipo de agricultura tem os dias contados.
Portugal não tem escala para competir com esse tipo de agricultura hiper-industrializada. Nem vai ter nunca, por causa da dimensão das explorações.
A única agricultura minimamente viável cá é de produtos locais e em explorações de nível médio. Nunca poderemos competir com a Espanha ou a França, mas o pouco que conseguimos produzir (azeite, vinho e cortiça) tem de ser de qualidade máxima. Mas a pequena exploração continua a ser viável. O meu pai produziu 500 litros de azeite este ano, no Douro, e vendeu-o todo num abrir e fechar de olhos. Dá para viver disso? Não, porque a exploração é pequena. Se fosse dez vezes maior, como a de alguns vizinhos dele, daria perfeitamente.
 

Dagerman

Tribuna
1 Abril 2015
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Informatica não vai acabar assim, e quem tira engenharia informática é alguém que fica com ferramentas que lhe permite versatilidade, nomeadamente pode fazer transição para áreas como automação, porque mais uma vez os robots precisam de ser instalados e programados.

Alguem tem que fazer estas coisas.


Os cursos de direito em parte acabam por ser cursos já hoje para gente que tem cunhas e/ou familiares, já há muitos anos que é muito dificil para uma pessoa sem isso safar-se..

Na agricultura há muito trabalho indiferenciado, basta ir a Odmira.
Quando digo que a informática não tem futuro, estou a pensar na concorrência dos milhões de engenheiros informáticos indianos e asiáticos em geral, e na possibilidade de a IA vir a eliminar a necessidade de programadores humanos.
 
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Mr.Ribeiro 46

Tribuna Presidencial
26 Julho 2016
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O Gates já meteu quase 10 mil milhões em África. A visão dele é global.

Mesmo o Musk, quando defende a regulação, é a nível mundial. Até porque os EUA nunca aceitariam restringir a sua competitividade tecnológica se os seus rivais não o fizessem também.
A visão do Gates é continuar a brincar aos filantropismos como tem feito até agora. A ideia é os EUA continuarem no topo e manter o resto dependente deles.
O Musk defende a regulação porque vê a Open Ai e a Google com uma vantagem enorme nas IA em relação à Tesla e está a ver que vai perder outro comboio.
Já anda preocupado a meter processos contra os 1ºs.
 

Kloppeição

Tribuna Presidencial
8 Maio 2022
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Portugal não tem escala para competir com esse tipo de agricultura hiper-industrializada. Nem vai ter nunca, por causa da dimensão das explorações.
A única agricultura minimamente viável cá é de produtos locais e em explorações de nível médio. Nunca poderemos competir com a Espanha ou a França, mas o pouco que conseguimos produzir (azeite, vinho e cortiça) tem de ser de qualidade máxima. Mas a pequena exploração continua a ser viável. O meu pai produziu 500 litros de azeite este ano, no Douro, e vendeu-o todo num abrir e fechar de olhos. Dá para viver disso? Não, porque a exploração é pequena. Se fosse dez vezes maior, como a de alguns vizinhos dele, daria perfeitamente.
O caminho da especialização da agricultura é precisamente para diminuir o tamanho das explorações e aumentar a produtividade.

É claro que é viável e é possível competir. Ainda nem sequer há em nenhum lado na Europa, a União Europeia está completamente atrasada na regulamentação, mas estão a dar-se passos nesse sentido.