Ric_Sousa disse:
Basicamente são oportunidades de golo. Não há grande ciência sobre isto... são oportunidades de golo. Umas mais flagrantes que outras.
Não é conversa de tasca... infelizmente. Pois se calhar conversa de tasca seria mais realista. Essas oportunidades de golo reflectem que parâmetros? Se uma equipa está em vantagem ou desvantagem? Se são em bola parada ou bola corrida? Se são em contra-ataque ou ataque organizado? Se a equipa que defende estava correctamente posicionada para contestar a oportunidade? Se a oportunidade surgiu de algum erro defensivo individual? Se o estado físico/anímico de quem concretiza a oportunidade está nos parâmetros normais?
Ou seja, pouco servem para avaliar uma exibição de uma equipa.
E como disse, colocas esse mesmo software nos jogos do Porto contra o Gil Vicente, Moreirense e afins e também vai dar sempre muitos mais "golos esperados" que os adversários. Quer dizer que o Porto joga sempre bem ao longo dos anos em todos os jogos? Para isso não é preciso o SC... o Rui Barros também devia conseguir isso contra as equipas do tugão. Os jogos que perdia era pela má finalização...
Como te disse, perdemos porque defendemos mal. É factual. Pois defendendo bem o melhor que o Feyenoord conseguia era o 0-0. Acho que não há nada mais científico que isto
A do Nakajima não acho uma oportunidade flagrante (e mais uma bola parada); do Zé Luis não estou a lembrar agora. Portanto até aos 60min, com o resultado igual ao apito inicial (ou seja, ambas as equipas ainda dentro da sua estratégia de jogo delineada) contra o Rio Ave holandês... criou-se 1/1,5 oportunidades de golo em bola parada... foi esta a produção ofensiva...
Há ciência e muita
Os golos esperados são calculados com base em muitos parâmetros:
* Posição do remate
* Posição do guarda-redes
* Distância a adversários
* Localização do passe subsequente
* Tipo do passe subsequente (falta, passe, cruzamento, etc)
Dessa fórmula (com base em dados históricos) sai uma % de probabilidade de golo, que depois é convertida num valor decimal. Todos os valores de todos os remates, dão depois o valor do xG para cada equipa.
Ou seja, é matemática pura. Não é aquele clássico das transmissões televisivas em que um remate fora de área que o guarda-redes fez uma brutal defesa e onde o comentador diz: "grande oportunidade para o FC Porto!!!!". Na verdade esse remate terá tido uma baixa contribuição para os golos esperados, pois é um remate de longe.
Tens aqui uma explicação, mas já há modelos muito mais avançados do que este:
https://differentgame.wordpress.com/2014/05/19/a-shooting-model-an-expglanation-and-application/
Num jogo contra uma equipa pequena podes ter uma produção brutal ofensiva mas ter poucos golos esperados. Ou seja, muitos remates mas remates com pouco significado. Isso significa que a equipa pequena fez melhor o seu trabalho: defendeu muito, permitiu muitos remates, mas não permitiu verdadeiras oportunidades de golo.
Tens o exemplo de alguns dos nossos jogos desta época, para teres uma ideia:
Gil Vicente 2 (1.6xG) - FC Porto 1 (2.6xG)
FC Porto 4 (2.6 xG) - Setúbal 0 (1.0 xG)
Benfica 0 (0.3 xG) - FC Porto 2 (1.8 xG)
FC Porto 3 (2.7 xG) - Vitória SC 0 (0.8 xG)
Portimonense 2 (0.7 xG) - FC Porto 3 (3.1 xG)
FC Porto 2 (1.4 xG) - Santa Clara 0 (0.2 xG)
Rio Ave 0 (0.5 xG) - FC Porto 1 (1.7 xG)
Agora compara com a produção do nosso maior rival.
Benfica 1 (1.0 xG) - Vitória FC (0.5 xG)
Moreirense 1 (0.6 xG) - Benfica 2 (2.1 xG)
Benfica 2 (1.7 xG) - Gil Vicente 0 (0.7 xG)
Braga 0 (1.1 xG) - Benfica 4 (1.5 xG)
Belenenses 0 (1.0 xG) - Benfica 2 (1.6 xG)
Benfica 5 (3.4 xG) - Paços 0 (0.4 xG)