Ripas disse:
Joga com dois médios ao meio e dois extremos que estão permanentemente a 20 metros deles, por vezes mais.
Dois médios que pouco apoio têm dos extremos e apenas são ajudados por um lateral, já que o outro é um central adaptado que pouco sobe.
A equipa está permanentemente esticada e com buracos enormes entre jogadores.
Não temporiza o jogo com a bola no pé e desperdiça posses de bola atrás de posses de bola.
Se apanhamos uma equipa competente na troca de bola e com uma pressão orientada na procura de bola, depois fica mais fácil para eles explorarem esses espaços entre sectores e mesmo entre jogadores.
Isso do 4-4-2 ter 4 jogadores no meio campo é uma falácia, porque na prática isso não acontece.
Há falta de mecanização nos apoios que os extremos têm de dar aos 2 médios e estamos coxos nos laterais.
No ano passado o Besiktas foi a primeira equipa a expor de uma maneira gritante a fragilidade do nosso meio campo e os buracos enormes entre setores.
Esse 4-4-2, que na prática é um 4-2-4, foi engolido pelo meio campo do Besiktas que tinha 3 médios e ainda o apoio constante dos laterais ou dos extremos.
Pensei nessa altura que o Conceição iria tirar ilações importantes dessa flagrante fragilidade do seu sistema táctico, mas paulatinamente foi-se mantendo teimosamente agarrado a ele, sem lhe incluir variantes e pior, sem trabalhar uma alternativa devidamente oleada, como um 4-3-3, por exemplo.
Precisamos de uma equipa que jogue mais curta entre setores para assim podermos controlar melhor a posse de bola e os tempos de jogo.
Assim também fica mais eficaz uma pressão orientada e harmoniosa, em vez de termos os dois desgraçados sozinhos na frente a fazer piscinas na pressão.
@Ripas citei-te aqui no tópico do treinador para não fazer offtopic no tópico do Oliver.
Deixa-me dizer-te que o teu comentário tem algumas coisas erradas... já andava para fazer este comentário à uns tempos então ca vai.
Primeiro erro comum dos colegas aqui no fórum é dizer que o Porto só joga com dois jogadores no meio campo, é mentira como se pode comprovar através destas imagens:
Para uma pessoa que saiba contar até dez chega facilmente à conclusão que o Porto joga com 4 jogadores no meio campo a única coisa que muda é a disposição dos 4 no campo, ora em linha, ou em losango ou 1+3. Outro erro que muitos caiem é dizer que uma organização defensiva em 433 é mais conservadora e dá mais equilíbrio que uma organização em 442, mais uma mentira e vejamos o exemplo do Liverpool que defende em 433:
Através desta imagem vemos duas linhas de 3 homens a primeira linha e segunda linha e para a provar que esta organização defensiva é mais arrojada que a organização defensiva do Porto (442) basta fazer um exercício básico matemático, se a primeira linha do Liverpool for batida fica a defender num 4+3 se a primeira linha do Porto for batida fica a defender num 4+4, é preciso muito treino e muita inteligência da parte dos jogadores para defender da forma como o Liverpool defende porque se não aquilo torna-se um caos.
Aquilo que muitos pedem ao Sérgio é que retire um avançado para colocar mais um médio e passe a jogar num 451 (facilmente confundido com o 433, eu tb costumo cair nesse erro) à imagem deste exemplo:
O primeiro problema que identifico nesta organização defensiva caso o Porto a adoptasse é que retiraria o ponto mais forte do Porto do Sérgio que é a capacidade de pressionar alto recuperar bolas em zonas altas e sair na transição ofensiva, por isso é que estou completamente contra que o Sérgio retire um avançado para acrescentar mais um médio e em vez de passarmos a jogar com 4 passávamos a jogar com 5 médios, não faz sentido!
Continua-se a discutir demasiado a sistema tático não digo que não é importante mas está longe de ser o mais importante até porque o futebol não é matraquilhos e as variantes durante os 90min são constantes e o Porto do Sérgio é um bom exemplo disso, uma coisa que tb muitas vezes é descartado pelos os adeptos na análise aos diferentes jogos é as características dos jogadores que desempenham determinadas funções, por exemplo um linha média de 4 com Brahimi, Oliver, Herrera e Corona é totalmente diferente de uma linha de 4 com Corona, Herrera, Danilo e Otavio, reparem que o sistema é o mesmo linha de 4 mas a dinâmica é completamente diferente porque as características dos jogadores são diferentes e oferecem coisas diferentes, isto é muito mais relevante discutir e analisar do que estar aqui a bater no 442 433 ou 451.