É realmente admirável como os resultados mudam a opinião das pessoas acerca de um treinador.
Mais incrível é quando por vezes até os resultados de outrém influenciam a opinião sobre o nosso treinador (profissional e pessoal) e até (desconfio eu..) os resultados das eleições à presidência do clube.
Leio por aqui quem chame de bipolar ao SC, mas eu não concordo. Acho até as suas escolhas (técnicas e de comunicação) bastante padronizadas. Com acções e consequências muitas vezes repetidas.
Eu tenho hoje a mesmíssima opinião acerca do Sérgio Conceição que tinha antes do jogo com a Juve, da mesma forma que no final do jogo contra o Braga mantive a opinião que tinha antes do jogo.
O Sérgio Conceição não é assim tão misterioso, e os defeitos e virtudes estão mais do que expostos para o escrutínio/avaliação do adepto. Aliás, toda a gente sabe que é um tipo casmurro e de ideias fixas (com o que de bom e de mau isso traz).
A sério que não temiam o que aconteceu frente ao Braga, tendo em conta os precedentes?
A sério que não tinham fundadas esperanças na eliminação desta Juve, tendo em conta os precedentes?
A abordagem ao jogo do Porto do Sérgio é ultra padronizada. Varia pouquíssimo contra equipas mais modestas e pouco contra equipas mais fortes.
Sentimo-nos confortáveis quando jogamos em função de um adversário com um estatuto/perfil que o obrigue a assumir o jogo e a expor-se minimamente, e sentimo-nos desconfortáveis quando nos cabe assumir e o adversário não se coíbe de baixar linhas.
Acontece que o Braga é competente no que mais tememos num adversário (sólido, coletivo e forte no contra-ataque), e a Juve é tudo aquilo que mais desejamos num adversário (assume, vive das individualidades, é previsível com bola e inseguro sem ela).
O Braga não precisou de jogar com 11 para nos conter, da mesma forma que nós não precisámos de jogar com 11 para conter a Juve.
O Sérgio merece o reconhecimento (do que de melhor tem para oferecer a uma equipa sua) após a eliminação da Juve, mas tamanha volatilidade nas opiniões acerca do treinador só demonstra que passados 4 anos ainda há quem não o perceba. Quem não perceba a causa dos melhores e dos piores resultados.
É o problema de se basear a análise pura e simplesmente nos resultados. Sejam eles de final de época ou de um simples jogo.