Muito bom comentário.O caso Sergio Conceição demonstra à saciedade que hoje é muito difícil fazer análises sem se cair numa lógica de 0 e 1.
É para mim evidente que é impossivel a qualquer treinador conseguir estar 7 anos num clube sem acumular erros. E na conjuntura que o Sérgio encontrou no clube é normal que ele tenha adoptado e gostado de uma lógica messiânica. Que até 21/22 funcionou. Tivesse ele saído nesse ano e saíria com 3 títulos nacionais em 5 anos. O que para a conjuntura aquando da sua entrada seria incrível. Faltou lhe a lucidez de perceber que ali se encerrava um ciclo. Os últimos dois anos foram e apesar dos títulos ganhos (taças de Portugal e supertaça) uma sucessão de equivocos e más decisões que culminaram com a rábula da renovaçāo a 2 dias das eleições. A verdade é que teria que sair mesmo sem essa rábula. A autonomia, o poder de decisāo e o gosto que ganhou a ter tanto poder (por inércia da anterior direçāo) tornariam impossível a sua continuidade com AVB.
Mas nada disto me tira a conviçāo de duas coisas. A sua qualidade enquanto treinador (demonstrada à saciedade pelo histórico no campeonato com os nossos rivais e os confrontos na Liga dos Campeōes). E a importância que teve durante um período muito difícil do clube.
Desejo lhe por isso o melhor (menos quando jogar contra nós).
Dois pequenos reparos.
1- A qualidade enquanto treinador é aferida pelo desempenho tanto nos jogos contra os rivais e na Champions (claramente um ponto forte do SC) como nos outros, designadamente contra os clubes pequenos (um ponto fraco).
2- O problema não foi (só) o excessivo poder, mas o facto da gestão SC ser pouco compatível com o que um clube como o nosso precisa para sobreviver e prosperar.